Semeadura

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Semeadura

Capitulo 94

O mundo é um campo fértil, tudo que o homem semear isso colherá.

O mundo gira e as estações cumprem seus designíos.

Quem semeia com o vento do ódio, colhe com o furacão da tempestade.

Que semeia com a brisa da paz, colhe com ventos mansos de justiça.

E no solo fecundo do coração, cada um colhe o que semeia e, sempre colhe com abundancia.

Charrete de aluguel

José Jeronimo é um homem de moral impecável, seu senso de justiça é inabalável e sua excelente memoria o faz relembrar e ponderar sobre tudo que passou e passa em em seus dias. Esse caráter sublime o faz ser o exímio advogado que é. Suas causas, quase sempre ganhas, o torna respeitado e temido por seus adversários no tribunal.

Quando o doutor José entra em uma batalha, que muitos imaginam ser perdida, usa de todas às formas, dentro da lei, para obter vitória, coisa que até o presente momento sempre conseguiu.

Sentado no banco de trás da charrete, José Jeronimo faz silencio e relembra o dia em que esteve hospedado na estalagem daquela vila...

_ Claro! O nome do homem que sentou-se em minha mesa e foi extremamente mal educado, era senhor Samuel. Aquele fazendeirinho é o senhor que mandou matar o Leôncio! Como pude ser tão burro?! Não liguei o nome a pessoa. Sacripantas! Ele veio com seu assassino de aluguel para à capital, só pode! Deve estar por aqui em algum lugar aguardando seu testa de ferro levar a noticia que eliminou o seu desafeto. Com certeza!

José chega ao hospital e escreve um bilhete para o senhor delegado e pede para o condutor da charrete o entregar com urgência.

" Caro senhor delegado, veio a minha memoria o dia em que encontrei a vitima esfaqueada... creio que o senhor Samuel esteja na capital. Peço ao senhor que envie guardas para vigiarem a vitima, pois creio que ele corre real perigo de morte pelas próprias mãos do dito cujo.

Cordialmente: Doutor José Jeronimo.

José chega à recepção do hospital e fala com o senhor que trabalha na portaria recepcionando os doentes e os direcionando cada qual para seu devido lugar.

- Boa tarde, Senhor.

- Boa tarde, doutor José. Posso lhe ajudar?

- Sim, meu amigo. Quero lhe pedir um favor.

- Pois não, senhor. É somente me pedir.

- Se por um acaso aqui chegar um senhor branco por nome de Samuel Albuquerque, o retenhas aqui na portaria, converse com ele, não o deixe entrar e chame um enfermeiro para me avisar... ele certamente perguntará pelo negro que se chama Leôncio; de modo algum ele deve adentrar...

- Farei como me pedes.

- Agradeço, meu amigo.

Palacete

Após o almoço, a Baronesa resolve procurar seu noivo para lhe contar sobre o menino que encontrou na confeitaria. Seu coração está temeroso e se o conselho que receberá de José lhe indicara que terá que entregar o menino, mesmo assim, ela deixa a criança com sua governanta e vai até o centro da cidade no escritório para encontra-lo.

Lá chegando, fica sabendo que desde a manhã ele está na Santa Casa de Misericórdia e sobe em sua carruagem e vai ter com ele.

Santa Casa de Misericórdia

O sangue escorre espeço pelo tubo fino que liga a veia de Rodolfo à veia de Leôncio. Aurélia e doutor Geraldo estão atentos aos dois para que tudo aconteça perfeitamente.

Espinhos da LiberdadeWhere stories live. Discover now