Encontros

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Capitulo 90

Encontros

A vida é feita de encontros e desencontros. Cabe ao destino escolher qual caminho seguir; ao ser humano, aceitar ou não os designíos do destino.

Na rua

O jovem advogado está admirado pela grande semelhança entre Ayana e a baronesa Octaviana, olha para Ayana e diz:

- É realmente impressionante a similitude entre a senhora e a baronesa, é impressionante e atordoante, pois até o som de sua voz é parecidíssimo.

- O que é impressionante, é termos uma baronesa mulata.

- Não se admire, pois temos também poetas, advogados... bem antes que chegasse a liberdade, já haviam muitos de nós livres e participando da sociedade.

Já se faz tarde. Desculpe-me senhoras, tenho que levar esses papeis até o fórum.

Espero que encontre seu filho, senhora Catarina.

Dizendo isso, cumprimenta às duas mulheres com um asceno de cabeça e ruma para o fórum, de quando em vez da uma olhada para traz até que perde de vista as duas senhoras meio à multidão.

- Belo rapaz! Diz Ayana olhando para o rosto de Catarina que está rubro.

- Ouvistes o que eu disse? Catarina, ouvistes?

- Não ouvi e não vi nada! Além do mais, sinto asco por essa raça.

O único homem que me comove é o Gabrielzinho e temos qu procura-lo.

- Claro que sim, temos que procura-lo. Porém te digo, o tel negro Mané não serve de referencia para todos os outros. Venha cá minha amiga...

Ayana abraça à Catarina e a aconchega em seus braços dizendo:

- Fui violentada por meu senhor, pai do Gabriel e pelo Mané ainda estando gravida, eles eram a escoria do mundo, todavia, existem homens bons e honrados, homens como meu querido Leôncio. Então, não se espelhe no maldito Mané, não julgue a todos com o mesmo juízo. Creio que iras encontrar um homem valoroso para te amar, alguém que a mereça.

Diz isso e aperta Catarina em seus braços.

Catarina medita em silencio, relembrando o fatídico dia em que sua pureza foi-lhe arrancada de si.

Ela , com seus olhos encharcados de lagrimas diz:

- Vamos baronesa Ayana, vamos procurar nosso menino que ganharemos muito mais.

- Vamos, vamos sim!

E começam a perguntar para todos que encontrem pela rua se viram o menino perdido.

Samuel

Já é quase o horário do almoço e o mestiço Serafim não chega com as boas novas.

Samuel está possesso de raiva e ansioso para o desenrolar dessa trama, pois o que ele mais deseja é a morte de seu desafeto. Ele anda de um lado para o outro dentro do seu pequeno quarto de hotel, balança os braços, gesticula com as mãos e falando alto conversa consigo mesmo:

_ Aquele imbecil está deveras demorando.

Irei acabar com a raça daquele maldito capitão do cão!

Tao logo ele acabe com o desgraçado do negro Leôncio; Vou mata-lo.

Aquele mestiço a de dar com as línguas nos dentes, vai acabar abrindo aquela boca fétida e me colocar em maus lençóis...

Isto não pode acontecer, não pode e não vai!

Espinhos da LiberdadeOù les histoires vivent. Découvrez maintenant