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AVISO (mais um)

ESSE CAPITULO CONTÉM VIOLÊNCIA E INDÍCIOS DE ABUSO SEXUAL, SE NÃO GOSTA PULE.

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Olivia F
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Eu tinha desistido de lutar, sentia ele passando as mãos por minhas coxas nuas, e apenas fico de olhos fechados. Todos dizem que tenho os olhos da minha mãe, lindos olhos para minha pele escura herdada de meu pai, e eu não daria o gosto à ele de ver o medo no meu olhar.

Ele não é mais meu pai, agora ele é só o cretino que está pronto para abrir a própria calça e minhas pernas. Agora ele era o Noah, o monstro dos meus piores pesadelos, o meu carrasco particular.

— abra os olhos pra mim Rose? — ele pede com a voz perto do meu rosto e quando não respondo ou obedeço sinto outro soco no meu rosto, e tusso um pouco de sangue no tapete branco, solto um grito sufocado por sua mão quando ele aperta meu seio por cima da camisa e rasga minha calcinha. — eu disse para... — Uma batida na porta o interrompe e ele fala um palavrão antes de agarrar meu cabelo com força. — um pio e eu corto sua mão fora.

Fecho meus olhos tentando me sentar quando ele se afasta e vai até a porta a abrindo, escuto uma voz rouca e masculina enquanto puxo a manta do sofá para me cobrir. Provavelmente era um policial, e Noah o faria ir embora como fez das outras duas vezes que foi denunciado por um vizinho e um dos meus professores.

Aproveito a distração para me levantar tremendo um pouco pela dor em minhas costelas, cabeça, rosto e no pé. Eu podia subir, mas tenho certeza que ele me pegaria no meio da escada novamente, olho para a cozinha e respiro fundo indo para lá em passos mancos, ignorando minhas dores. Pego uma faca e me abaixo entrando dentro do armário da pia, eu era magra pelo maltrato e pequena por não crescer direito, mas mesmo assim minha cabeça batia no "teto" do móvel, e minhas pernas se espremiam contra meu peito.

— cadê você vadia? — escuto ele gritar de algum lugar da casa e prendo minha respiração tremendo.

Por favor, volte... Peço para quem quer que fosse  que estivesse na porta não tenha ido embora.

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Henry C.
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Espero um minuto pela resposta da central, mas logo pego minha arma desistindo. Aquela garota podia perder a vida se eu esperasse mais, dou a volta na casa procurando janelas abertas ou portas, qualquer uma. Lá, no segundo andar havia uma janela aberta, guardo a arma no cós da calça e me apoio na casa vizinha escalando facilmente, os anos de treinamento ajudavam bastante nessas horas. Agarro o peitoril da janela e me puxo para dentro caindo em um quarto minúsculo, por um momento penso que entrei na casa errada. Um colchão mofado estava atirado em um canto com um lençol roxo e uma coberta da mesma cor, roupas empilhadas cuidadosamente sobre uma madeira no chão e livros ao lado todos bem cuidados, e fotos de uma adolescente negra com olhos verdes brilhantes pelas paredes sem cor.

Aquilo era pior do que eu imaginava!

Escuto a voz do homem do andar debaixo, e pego a arma abrindo a porta que não tinha tranca alguma, e saio no corredor ricamente decorado. Como alguém com dinheiro podia criar a filha naquelas condições? Será que era filha dele mesmo? Várias teorias se passavam pela minha cabeça enquanto desço as escadas devagar sem fazer barulho e vejo o homem de costas entrando na cozinha.

— te achei cachorra...— a voz cheia de triunfo dele invade meus ouvidos, e escuto um choramingo fino atrás que faz meu corpo encher de raiva e não espero mais para entrar no cômodo. Noah Oliver puxava uma garotinha pelos cabelos de dentro do armário, e eu quase pude vomitar para o tanto de sangue que marcava a pele escura dela.

Filho da puta nojento do caralho.

— Solte ela agora! — grito com a arma apontada para ele o vendo se assustar e a soltar. A garota se encolhe ao me ver puxando uma manta de dentro do armário para se cobrir envergonhada provávelmente. Volto minha atenção ao pai dela que me olhava com raiva.

— como você entrou?

— calado, mãos na cabeça! — grito novamente e me aproximo, mas assim que seguro o braço dele para por as algemas o filho da puta me dá uma cabeçada. — você acaba de agredir um federal idiota. — puxo os braços dele ouvindo a sirenes lá fora. — Noah Oliver você está preso por agressão a um oficial, abuso infantil, agressão, e tentativa de estupro. — vejo um policial entrar na cozinha e fecho a algema.  — você tem direito de permanecer calado, tudo que disser poderá ser usado contra você no tribunal.

O policial leva ele e me aproximo da garota guardando minha arma me abaixando. Ela se encolhe olhando as costas dele, e então me olha parecendo assustada.

— você voltou...— solta antes de desabar desacordada nos meus braços.

O que esse cretino fez com você anjo?

Penso antes de a pegar no colo com cuidado para não derrubar a manta e a carrego para a rua, vejo a ambulância e uma maca a levando até lá. A deito no colchão e sou afastado pelos  paramédicos que logo a levam.

Eu nunca esqueceria aqueles olhos.

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Aos favoritos e comentários, eu amo vocês. E vocês me inspiram.

Agora uma pergunta, vocês querem capítulos maiores ou assim tá bom?

Beijos da tia Lina

Saviour. FINALIZADAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora