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Olivia F
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Respiro fundo encarando o hospital enquanto tomo coragem para fazer aquilo, pego o envelope e minha bolsa cheia com as coisas que fui buscar em casa antes de descer do carro, esperava que as coisas que peguei fossem me ajudar a fazer aquilo.

Passo pela recepção onde uma das recepcionistas acena para mim, depois de todos aqueles longos dias ali, eu criara uma ligação com aquele lugar. Não que minha aversão por hospitais tenha passado.

Entro no elevador apertando o botão e me olho pelo espelho arrumando o moletom largo no meu corpo, era minha última chance. Saio da caixa metálica e vou até o quarto entrando devagar vendo Marianne ali, nas últimas semanas revezamos os turnos para não exaurir nossas forças.

—Oi querida, como foi a consulta? Tudo certo? —ela se levanta e concordo olhando ele na cama.

—Foi bem, está tudo certo sim. —concordo indo até ele e beijo sua testa com carinho. —Oi Superman.

—Vou deixar você sozinha com ele. —Marianne parece ler meus pensamentos e concordo fungando.

Eu preciso me despedir.

—Não vou demorar. —murmuro deixando minha bolsa na poltrona e pego a mão dele esperando ela sair. Quando a porta bate eu suspiro apertando a mão de Henry. —Hey, sou eu...sua bonequinha. —eu sentia tanta falta de ouvir ele me chamando assim que o apelido nem me incomodava mais. — É nossa última chance Henry, se você não acordar eu vou ter que assinar esse documento. —pego o envelope secando meu rosto. —Eu não sei se posso fazer isso sozinha Henry, não sei se consigo sem você.

Pego minha bolsa abrindo e suspiro profundamente antes de tirar as coisas dali.

—Esse aqui é o cartão com seu número, aquele que você me deu quando nos conhecemos...—sussurro e agradeço por meu pai ter levado o Kal para a empresa com ele, o cachorro começava a uivar sempre que me via chorando, parecia que entendia o que estava acontecendo, e eu acho que no fundo ele entende mesmo. — esse cartão foi o primeiro toque de esperança que eu tive na vida. E foi você que me deu. —coloco o cartão na bolsa de novo e pego uma pedrinha. —Essa pedra é do Hollywood Forever, foi o local onde você me salvou e começou a mudar minha vida. —guardo a pedra suspirando profundamente e sorrio para o próximo item. —Essa aqui é a camisa do pijama que eu usava quando você me deu nosso primeiro beijo, eu nunca me senti tão feliz antes. —coloco a camisa sobre o peito dele, tocando a pele quente debaixo dos meus dedos antes de pegar a próxima. —Essa aqui é uma flor que fica debaixo da árvore onde você disse que me amava pela primeira vez. —coloco a flor do lado da  cabeça dele fungando e rio baixinho para o próximo. —Isso é um pedaço do que sobrou da minha saía depois da formatura. —passo meus dedos pelo tecido lembrando de tudo que vivemos.

Suspiro pegando meu celular e os fones abrindo o arquivo que a Lauren tinha me enviado.

—Mas a coisa mais importante que eu vou guardar de você Henry, aquela que eu nunca vou esquecer, que vai me fazer lutar de qualquer forma, é isso aqui. —coloco os fones com cuidado nos ouvidos dele e dou play no áudio sabendo que em algum lugar ele poderia escutar.

As batidas rápidas e ritmadas de dois pequenos corações batendo juntos.

Quando o áudio termina tiro os fones e guardo tocando o rosto dele tremendo com minha dor.

—Eu vou amar nossos filhos como nunca pude amar você, vou ensinar eles a serem bons e gentis como você foi, e vou contar a eles que o pai era o melhor policial do mundo. O mais justo. —fungo me levantando e pego os papéis e uma caneta tremendo, assino meu nome da maneira mais legível possível e me abaixo beijando a testa de Henry. —Você sempre será o amor da minha vida. —sussurro contra a pele dele antes de me afastar.

Um apito diferente saí da máquina que controla os batimentos cardíacos de Henry, e franzo a testa quando vários se seguem, aperto o botão para chamar uma enfermeira enquanto olho tudo assustada.

—código azul, temos uma parada. —a enfermeira grita me empurrando pro lado e encaro a máquina onde as linhas ficavam retas.

Não, não, não.

—tirem a garota daqui. —o médico grita e sinto mãos me empurrando enquanto meu corpo está paralisado.

Ele está me deixando, agora para sempre.

—Olivia, o que aconteceu? —Marianne está na minha frente e tudo que consigo fazer e soluçar e me agarrar a ela com toda minha força.

—Eu sinto muito. —soluço e escuto um latido. Me solto virando e vejo meu pai com Kal.

—O que houve? —James pergunta, mas ignoro me abaixando e abraçando o cachorro com força sem saber o que fazer agora.

{...]

Sentada no chão do hospital agarrada ao Kal eu não conseguia pensar em nada, horas poderiam ter se passado e eu não percebi nada, porque eu não sentia nada.

Nada além daquela dor importava.

—Olivia? —ergo a cabeça vendo o médico e franzo a testa. O que ele queria? —Tem uma pessoa te chamando.

—O que?

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Então, eu sou muito carinhosa com você, sem ameaças de morte por favor

Bjs da Tia Lina

Saviour. FINALIZADAWhere stories live. Discover now