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Henry C
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Termino de fechar a camisa e saio do closet vendo Olivia encolhida dentro de um moletom velho da minha faculdade, rio indo até ela beijando sua testa a pegando no colo novamente.

—acho que eu consigo andar agora. — ela faz uma caretinha como se fosse bastante forte, mas se agarra nos meus ombros.

—eu falei que vou te carregar. — respondo caminhando pra fora do meu quarto. — foi bom eu ter buscado algumas roupas suas de madrugada. — brinco e ela me olha fazendo um bico.

— não vou esquecer que você mexeu na minha gaveta de calcinhas Cavill. — ela resmunga fazendo uma careta e beijo a bochecha dela indo até a cozinha. Deixo Olivia sentada na bancada e pego um avental vestindo indo fazer panquecas.

— quando você começa no trabalho? — a olho lembrando que esqueci de perguntar ontem.

—hoje. — respiro fundo surpreso. Ela passaria o dia em pé se sentindo dolorida? — pensando bem agora, foi uma péssima idéia. — Olivia se remexe fazendo uma careta de dor. Merda.

—Olivia, se estiver com dor pode me falar. — desligo o fogo indo até ela preocupado.

—Não é dor. — ela baixa o rosto para as mãos. — é só umas pontadinhas. Já passei por coisa pior.

Respiro fundo sem querer pensar em todas as experiências dolorosas que ela passou, e que talvez fosse por isso que ela não tenha sentido dor ontem. Ela estava acostumada, seu corpo estava acostumado.

— vou pegar um remédio. — falo sério beijando a testa dela antes de caminhar para meu quarto novamente.

Porque ela não me falou na cama? Ah, claro, ela estava concentrada demais. Sorrio pensando naquela boca maravilhosa, a garota só me surpreendia.

Volto para a cozinha com os comprimidos e a vejo mexendo na massa das minhas panquecas, reviro os olhos pegando um copo enchendo com água e a puxo pela cintura.

—Oi. — ela me olha piscando como se não estivesse fazendo nada.

—sapeca. — coloco os comprimidos na mão dela. — tome.

—sim senhor detetive. — faz um gracejo com a mão na testa e toma o remédio. Rio e volto a fazer as panquecas arrumando a mesa, Olivia se senta devagar fazendo outra careta antes de começar a comer.

—Se precisar de mim me ligue, por favor. — peço pegando a mão dela e a sentindo apertar meus dedos.

—Cadê o Kal? — olha em volta e só agora percebo a falta do meu garoto.

—Kal? — chamo assobiando e escuto com atenção sem ouvir resposta. — Ele deve estar lá fora, depois eu procuro. — a tranquilizo já que as vezes ele sumia pra procriar por aí.

Fazer o que, meu filho é o garanhão entre as cadelas da vizinhança.

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Olivia F
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Entro no meu quarto procurando o Kal mesmo que Henry tenha dito que ele some as vezes, suspiro olhando debaixo da cama, mas não tinha nada nem poeira.

—onde você está garotão? — sussurro preocupada. Vou até o closet pegando um jeans e uma camisa me trocando, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e calço meu tênis. Pego meu celular e desço devagar ainda sentindo umas pontadas doloridas no meu centro.

—vou só deixar um pouco de ração pra ele, e água,— falo vendo Henry concordar como se entendesse minha preocupação. Kal era muito importante para mim, quase tanto quanto o Henry. Pego um dos brinquedos dele guardando na minha bolsa, eu precisava ter por perto.

—Olivia, vamos. — Henry chama e respiro fundo indo para a sala. Devia ser muito comum ele sumir assim, para o Henry não estar desesperado.

— eu vou ligar para os vizinhos mais perto, perguntar se alguma cadela está no cio. — ele fala já com o celular e as chaves nas mãos. — Se não, eu vou te deixar no trabalho e volto pra procurar ele.

— tudo bem, se o achar me avise. Por favor. — peço brincando com meus dedos entrando na caminhonete olhando a casa e o campo.

Onde você está filhote?

Penso enquanto o carro cria vida, observo o caminho todo esperando ver a sombra do cachorro nas casas que passamos, mas não havia nada. Henry ligou para todos os vizinhos deixando recado para avisarem ele se vissem o Kal, e eu sentia ele ficar mais nervoso a cada ligação que acabava sem resposta.

—vou pedir para meu pai vir e te ajudar a procurar ele. — falo baixo e Henry me olha curioso.

—Seu pai? — ele sorri como se estivesse orgulhoso de algo.

—James. — concordo e dou de ombros. — eu já perdi tempo demais longe dele, não posso deixar meu orgulho falar mais alto. Ele é meu pai. Nossa, como é bom dizer isso. — rio sozinha e pego o celular ligando para o James.

—Olivia? — meu pai atende com a voz de sono.

— Oi papai...

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Eu pensei, e pensei sobre esse cap e o próximo. Mas espero que tenha ficado bom.

Muito obrigado pelos comentários e votos

Saviour. FINALIZADAWhere stories live. Discover now