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Olivia F
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Eu sabia que o arrependimento chegaria mais tarde, que em algum momento nas próximas horas meu cérebro acordaria e gritaria que estou ficando louca, mas nesse momento eu estou muito satisfeita em ouvir os gritos daquele idiota.

Me entenda, eu sou contra a violência, mas esse cretino sequestra crianças e as entrega para um monstro que as corta e vende como pedaços de carne em um frigorífico.

Vocês podem me julgar?

—Então você está me dizendo que não sabe o que ele faz com os órgãos? —Henry pergunta mais uma vez e o olho sabendo como estava incomodado por eu estar no meio de tanta violência.

Mas se eu deixasse o Peter fazer o serviço eles o teriam matado antes dele contar metade do que contou.

—Sim...— Joe, o babaca, suspira parecendo sem forças para lutar mais e tiro o algodão com álcool de cima de um dos cortes que Peter fez. — Ele me encontrou a cinco anos em um abrigo, ofereceu o trabalho e eu aceitei. Meu trabalho é pegar os garotos que ele escolhe, ele sempre tem uma lista com informações. Eu precisava do dinheiro, então nunca me importei muito com o que acontecia.

—Eram crianças. —Dou um tapa no rosto dele irritada com aquilo. Ele falava como se fosse um trabalho qualquer.

—Eu também quando fui abandonado no abrigo, você faz o que precisa pra sobreviver. —ele me encara e nego com a cabeça cansada.

—Não, você luta para se erguer, o mundo não é culpado por nossos erros, muito menos crianças inocentes. —puxo o cabelo dele para me olhar nos olhos. —Você é um lixo, e eu espero que apodreça na cadeia, porque acredite, eu não vou deixar nenhum dos dois te matar. —ele abre um sorriso. —Isso não é por você seu nojento, mas não vou deixar meus garotos se ferrarem por um merda feito você.

O sorriso dele morre quando percebe que estou falando sério, eu não deixaria Henry ou Peter matarem ele, nenhum dos dois merecia correr o risco de perder o emprego por um idiota que não presta.

—Olivia, acho que já ouvimos tudo que precisamos. —Henry segura meu braço e viro o rosto para o olhar concordando devagar.

—tem certeza? —ergo uma sobrancelha querendo ajudar.

—Tenho. —recebo um beijo na testa e me viro olhando o Joe novamente. —Não vamos matar ele Olivia, prometemos. Ele vai ser preso e julgado como tem que ser.

—Mas, e se soltarem ele? —mordo meu lábio sabendo que a justiça não é muito...justa.

—Não vão, temos o depoimento gravado. —Peter balança um gravador pequeno e suspiro.

—Eu vou...tomar um banho. —sussurro e volto a olhar o homem amarrado. —Sinto muito que sua vida não tenha te dado muitas escolhas, mas não esqueça. Você não pode descontar no mundo uma coisa que pesa dentro de você.

—Vadi...—ele não consegue dizer o resto porque desmaia com um soco do Henry.

—Quis fazer isso a noite toda. —meu namorado resmunga e mordo meu lábio começando a sair da academia subindo as escadas que levavam pro resto da casa.

Kal estava deitado no topo da escada e ergueu a cabeça para me olhar, acho que ele sabia que não devia ter descido, eu também não deveria estar lá embaixo.

Será que Henry ficou irritado?

Eu nem tinha pensado nisso naquele lugar, eu não pensei em nada além da raiva por causa das crianças que sofreram nas mãos daquele homem e de George.

Vou direto para o banheiro ao entrar no quarto e tiro minha roupa com manchas de sangue, olho para minhas mãos e faço uma careta ao ver o sangue nelas.

Eu machuquei uma pessoa...no que estou me transformando?

Entro debaixo da água quente encostando minha testa no vidro do box e olho para o piso branco debaixo dos meus pés lembrando dos gritos dele, da sensação da pele sendo apertada por meus dedos. Me afasto do vidro começando a esfregar minhas mãos com força pra me livrar do sangue soluçando baixinho.

Eu sou tão errada!

—Liv...Liv. —sinto braços me envolverem e o calor do corpo de Henry atrás de mim, suas mãos segurando as minhas. —Shhh, estou aqui, estou aqui.

—Eu...eu...—engasgo com o choro me virando e enterro o rosto no peito dele. —Sou um monstro?

E se ele me mandar embora?

—O que? Olívia. —Henry agarra meu rosto me forçando a encarar seus olhos. —Você não é um monstro, você é a pessoa mais amorosa que eu conheço, a mais carinhosa, divertida e apaixonante...

—Eu machuquei uma pessoa...

—Você gostou daquilo? —ele me corta com uma sobrancelha erguida e nego com a cabeça rapidamente. Eu tinha odiado cada segundo, cada grito, eu só quis que fosse mais fácil e eles não o matassem. —Viu, você se arrepender menos de dez minutos depois prova que você não é um monstro. Só estava com raiva.

—Eu não queria ele morresse sem contar tudo, precisamos pegar o George. —sussurro olhando para minhas mãos nervosa.

—Eu sei bonequinha, eu sei. Você devia estar orgulhosa, você salvou a vida dele na verdade. —Henry volta a me abraçar e suspiro.

—Onde ele está? —passo os braços envolta do Henry notando que ele ainda estava vestido.

—Peter o levou para a cidade, vamos entregar ele como distração. Se todo mundo acreditar que não estamos mais procurando um sequestrador talvez George apareça.

—Eles não vão perguntar porque ele está todo machucado?

—Oferecemos um acordo, se ele concordar com nossa história vamos diminuir a pena dele.

—Então vocês tem um plano?

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Voltei, não me matem eu estava preparando uma coisinha pra vocês.

Vocês não tem noção como os comentários e favoritos tem me deixado feliz, muito, muito obrigado pelo apoio a essa história.

Bjs da tia Lina

Saviour. FINALIZADAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora