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Olivia F
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Algumas horas haviam se passado, o escuro dominava tudo ali e a única luz que tínhamos era um lampião que Noah tinha trazido de seu carro, ele também levará o prato de comida assim que eu vomitei. Agora ele estava escorado em uma parede dizendo como nossa vida séria boa na Grécia, e como nosso filho iria ser bem criado. O enjôo continuava a circular por meu corpo a cada imagem que suas palavras formavam em minha mente.

Quando escutei o primeiro latido eu achei que era algo da minha imaginação tomada pela exaustão e dor, mas então outros latidos vieram e o animal gigante preto e branco entrou pela porta pulando em cima de Noah sem deixar tempo de reação. Kal estava ali, e se Kal estava ali significava que Henry também estava. Finalmente

—Kal... —chamo o cachorro com um grito ao mesmo tempo que Noah acerta um soco na lateral de seu corpo para se soltar do animal. — não o machuque.

Escuto passos do lado de fora da sala e sinto meu coração acelerar sabendo quem era. Henry passa pela porta, vestido totalmente de preto com um colete escrito polícia, James está com ele e sinto meu coração apertar lembrando de tudo que Noah me contou, ameaçou e planejou.

"Você não quer que sua amiguinha apareça morta não é? Ou seu paizinho? Ou o detetive?"

"Quer seu pai na cadeia por me machucar? Eu posso conseguir isso"

"Se você não vir comigo eu te mato Olívia"

Não eu não queria nada disso, mas eu também não viveria com Noah por medo. Eles sabiam se defender, e eu morreria por eles. Então com a última frase na cabeça eu olho Henry tentando falar o quanto o amo pelos olhos.

—sinto muito. — sussurro vendo a testa de Henry se franzir. Noah solta um sorriso satisfeito achando que vou o obedecer. — Parede que você vai ter que cuidar de mim mais um pouco. — sorrio divertida notando Peter entrar nos encarando.

Eu devia estar com vergonha do meu estado, ele nem tinha limpado o vômito do chão, e eu me sentia suja por causa do sangue em minhas roupas, mas tudo que eu sentia era um alívio enorme por eles não terem desistido de mim. Nenhum deles.

Henry pede para Peter me soltar e suspiro aliviada olhando meu amigo vir até mim.

— Senti saudade menina. —ele sussurra enquanto corta as amarras que prendem meus braços com um canivete e esfrego meus pulsos cortados e arranhados sem notar o que acontecia a minha volta. Me apoio no chão apontando minha perna pra ele puxar a corrente. Até escutar a voz de Noah soar cheia de ácido.

—não esqueça do que eu te falei Olívia... Ele nunca mais vai querer te tocar se souber o que eu fiz. — arregalo os olhos, ele estava sugerindo que tinha me...nojento filho da puta.

Não consigo pensar em nada quando pego a arma que Peter deixou no chão para me soltar, duas batidas do meu coração e Noah estava gritando com uma mancha crescente no abdômen.

—Vadia. — ele tenta se aproximar, e me assusto ouvindo mais estrondos observando seu corpo cair no chão formando uma poça de sangue rapidamente envolta depois que Henry e James atiram várias vezes nele.

Solto a arma com as mãos tremendo e encaro elas sem acreditar no que eu tinha feito e principalmente na sensação boa que foi o machucar. 18 anos de surras, e apenas um movimento do meu dedo foi capaz de tanto alívio.

—Liv...— Henry está de joelhos na minha frente em poucos segundos e o encaro assustada com o que eu fui capaz de fazer.

—ele...ele morreu? — pergunto a primeira coisa que consigo raciocinar.

—Está morto — James concorda chutando o corpo e solto um riso histérico caindo nós braços de Henry sem conseguir suportar meu corpo ou nervos mais um único segundo.

— Acabou...acabou. — Ele sussurra quando minha risada vira soluços sufocados. Eu estava livre finalmente, livre para viver, para amar.

— eu atirei nele. — sussurro ao me dar conta do que eu fiz e me afasto olhando o rosto de Henry sentindo ele secar minhas lágrimas. — Ele não me tocou Henry, eu juro, não acredite nele. Eu não te trai. — falo desesperada e arfo quando ele beija minha testa machucada.

—Eu sei bonequinha, eu não acreditei, prometo. — olho em volta deitando a cabeça no ombro dele e vejo James.

—papai. — sussurro e sinto Henry se afastar um pouco quase me derrubando, mas James me pega e o abraço apertado. Ele tem cheiro de amor...eu sei que amor não tem cheiro, mas se tivesse seria esse.

—minha menininha corajosa.— meu pai me segura com o rosto contra meus cabelos e sinto seu peito tremer pelo choro. — tive tanto medo de te perder de novo.

—eu te amo. — Sussurro baixinho tocando o peito dele. — Você é meu pai. — sinto ele se erguer me pegando no colo e meu corpo mole em seus braços. — quero ir para casa.

— Estamos indo. — escuto sirenes lá fora sem saber quem tinha chamado a polícia.

— ele ia me levar pra Grécia. — sussurro meio perdida nas lembranças. — Henry?

— estou aqui Liv. — sinto uma mão no meu pé.

— eu sei que estou feia, mas vou arrumar meu cabelo tá bom? — falo de maneira infantil brincando com meus dedos e gemo quando James me deita em algo reto esticando minhas costas. — Dói...—tento me encolher novamente e sinto uma mão erguer minha camisa.

—Filho da puta do caralho. — Henry grita e tento ver o que ele tinha visto, ergo a cabeça e ali na base das minhas costelas tinha uma mordida.

A porra de uma mordida.

Quando aquele monstro tinha feito isso?

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É isso pessoal. O caralhudo morreu, eu amei essa morte e foda-se.

Espero que gostem, amo vocês.

Festa na minha casa sexta pro enterro.

Saviour. FINALIZADAWhere stories live. Discover now