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Henry C
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—Henry. —acordo escutando a voz da Olívia e pisco meus olhos a olhando em pé na minha frente com os braços cruzados e uma expressão séria no rosto. Acho que estou encrencado. —Venha pra cama, você está exausto.

Mordo meu lábio olhando o notebook e depois o quadro com todas as informações que tinha conseguido juntar na semana que se passou desde que eu tinha um suspeito. Amanhã eu teria que voltar ao trabalho, e eu sabia que precisaria me concentrar em outros casos dali pra frente.

—Estou indo bonequinha. —murmuro esfregando meu rosto, mas ela continua parada me encarando.

—Você vai conseguir descobrir tudo amor, eu acredito em você. —Olivia passa as mãos por meus cabelos e beija minha testa com carinho. —Meu pai volta amanhã da viagem, e vai ajudar você com todos os mandatos que precisa, e então você vai poder provar que eles são os vilões.

Olívia agora os chama assim, como se estivéssemos em um filme de suspense, acho que ela faz isso para não pensar em toda crueldade que o ser humano pode cometer no mundo.

—Certo, você tem razão. —concordo me levantando e pego a mão dela puxando para o nosso quarto rindo ao ver o Kal deitado nos pés da cama. —Folgado.

—Deixa ele. Vem cá. —Olivia se senta batendo em uma das próprias coxas e me deito deixando a cabeça ali fechando os olhos quando ela me faz carinho.

—Como foi sua sessão de terapia hoje? —pergunto curioso deixando meu corpo relaxar.

—Boa e ruim, o doutor Cristopher acha que eu devia falar mais sobre o sequestro e sobre as vezes que Noah me batia. —a voz dela fica baixa e seus dedos puxam de leve meu cabelo. —Ele também disse que não devo deixar de ser como sou, que é bom eu ser independente e forte, que é raro alguém que passou por tudo que passei lutar para ser feliz.

—Estou orgulhoso de você, meu amor. —falo sincero. Eram aquelas coisinhas que eu amava nela, a força, a teimosia, o fato dela não ter medo pela própria vida, mas pela dos outros a sua volta.

—Obrigada...quer me contar o que você descobriu? — a mão passa por minha barba e suspiro.

—George tem uma lista de pagamento, dez políciais da DP estão nessa lista, um jardineiro e o capitão Nash.

—Seu Capitão? —a voz dela soa surpresa e preocupada. —Henry, se eles descobrirem que você sabe, eles podem te machucar.

—Ninguém vai me machucar Olívia, eu juro. —sussurro. Nash era inteligente demais para colocar a carreira corrupta em risco me ameaçando.

George Hill e ele vinham mantendo uma parceria de anos, antes mesmo de eu entrar para a academia de polícia. Foi o capitão que falsificou minha assinatura naqueles documentos, eu só precisava provar.

Escuto meu celular tocando e resmungo, mas antes que eu possa atender, Olivia o faz.

—Peter? Ele tá dormindo, pode falar. —Olivia continua com o carinho e franzo a testa. —O que? Espera, vou acordar ele. —ela parece agitada o que me deixa alerta.

—Fala. —ordeno assim que coloco o celular na orelha.

—Peguei o sequestrador. —ele fala e escuto um resmungo no fundo. —Cala a boca desgraçado. —Peter grita e escuto um barulho de impacto.  —Estou levando ele pra sua casa!

—Espera, o que? — me levanto perdendo totalmente o sono e vejo Olivia morder o próprio dedo. —Está trazendo um bandido pra minha casa, com minha mulher aqui?

—Henry, eu fico no quarto...—ergo um dedo pra ela ficar quieta escutando o barulho do carro do outro da chamada.

—Estou, você preferia que eu levasse para a delegacia com o Nash? — Peter também está irritado agora.

—Ótimo, vou arrumar a academia para um interrogatório. Reze para James conseguir livrar nossa cara dessa vez.

{...}

—Diga quem te paga para sequestrar os garotos? — Peter acerta mais um soco no abdômen do homem e me pergunto como nunca vi aquela face do meu colega.

Ele parecia...violento.

—Ninguém. —o homem tosse cuspindo sangue continuando firme. —Eu mesmo os corto e vendo.

—Acha que sou burro? —Peter puxa os cabelos do homem rosnando. —Você não é o homem do vídeo!

—Sou...

—Chega! —a voz de Olívia surge do nada e me viro a encarando na porta.

Garota teimosa do caralho.

—Liv... —começo, mas paro depois do olhar que recebi. Ela não ia sair, e eu aprendi a obedecer aquilo nos últimos dias.

—Peter, se você matar ele antes de conseguirmos algo vai ser tudo em vão. —Ela caminha até o armário onde ficam as toalha pegando uma antes de ir até os dois homens.

Eu ainda me perguntava porque ela não se assustava com tanta violência?

—Olivia, ele é um sequestrador filho da puta. —Peter fala irritado enquanto ela seca o rosto do homem.

—É, eu sei, mas você precisa ir com calma. —ela olha meu amigo antes de voltar a olhar o homem. —Oi, eu sou a Olívia.

Meu deus, ela é louca?

—Eu sei quem você é, é a vadia dos policiais. —ele rosna e ergo uma sobrancelha cruzando meus braços pronto para meter uma bala na testa dele.

—Olha, eu tô tentando te ajudar sabe. Um deles quer te torturar, e o outro dar um tiro em você. Eu só quero conversar. —ela continua sem se abalar e penso que devia ter trancado ela no quarto.

—Pu...—ele grita quando ela aperta a toalha sobre a bochecha machucada dele.

Essa é minha garota.

—Agora, vamos continuar. —Olivia o olhar firme. —Eu apanhei muito na vida, e sei exatamente o que fazer para você sentir muita, muita dor sem morrer. Quer do jeito fácil ou difícil?

Peter me olha chocado e apenas encolho meus ombros, isso daria muito para a terapia dela. E se funcionasse, eu beijaria os pés dela.

—Eu já disse, eu mato os garotos! —ele continua e Olivia revira os olhos.

—Se fosse você mesmo como está dizendo, você não estaria usando uma calça de brechó, uma camiseta com mais manchas do que um pano de chão, e com certeza não estaria cheirando a lixo. —ela fala tranquila limpando o rosto dele. —Vamos começar pelo seu nome?

Ele fica calado até que ela olha os olhos dele e aperta novamente a parte machucada em seu rosto.

—Joe...meu nome é Joe!

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Fiquei com medo de não conseguir postar hoje. Espero que gostem desse capítulo.

Bjs da Tia Lina

Saviour. FINALIZADAWhere stories live. Discover now