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Henry C
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Encaro o chefe de polícia com uma carranca em meu rosto enquanto ele lia a carta com a confissão de Noah pela terceira vez.

—Porque você quer reabrir um caso de 13 anos atrás Cavill? Onde o principal suspeito está morto? — me olha guardando a carta em um saco de provas e suspiro.

—A família de Anne Fraser precisa da verdade, saber que a mulher não se matou. — digo de forma imparcial e profissional. Mesmo sendo pessoal.

—Esse nem é um caso do seu departamento. — ele continua a procurar desculpas e minha paciência está cada vez menor.

—O suspeito era um sequestrador, estrupador e agressor infantil. Então sim, o caso envolve o meu departamento. — vejo ele passar a mão pelo rosto e me pergunto porque está lutando tanto para proteger Noah Oliver.

—Isso não foi comprovado ainda. — ergo uma sobrancelha surpreso com aquilo e concordo devagar.

Pelo visto vou ter que continuar com minhas investigações fora da delegacia.

—Tudo bem, mas quando eu descobrir todos os policiais que foram comprados por Oliver estarão nas minhas mãos, e o diretor vai ser o primeiro a saber sobre a minha investigação. — aviso me levantando e pego a pasta com tudo que juntei de provas até agora e o arquivo do caso da Anne e do sequestro de Olivia.

—Vamos ver Henry.  Vamos ver. — penso ter escutado errado depois que sai da sala dele e suspiro indo pra minha sala onde Peter trabalhava concentrado.

—Alguma novidade? — meu amigo ergue os olhos castanhos pra mim e nego com a cabeça suspirando.

—Ele insiste que devemos desistir. — me jogo na minha cadeira vendo a pilha de documentos me esperando.

Desde que Olivia apareceu na minha vida tenho deixado meu trabalho em segundo plano, e agora que estamos livres de Noah eu devia focar no principal.

Pego meu celular e vejo a mensagem dela avisando que estava com James em uma lanchonete perto do Hollywood Forever, Olivia tinha algo com aquele lugar.

"Tudo bem meu amor, peça pra ele te trazer na DP quando estiver pronta pra ir pra casa"

Envio uma resposta e começo a trabalhar em um caso para distrair minha cabeça.

{...}

—Henry. — Peter levanta indo até o quadro negro e coloca três depoimentos um ao lado do outro. — Você vê algo em comum?

Me levanto esfregando meu cabelo e me aproximo cruzando os braços lendo cada uma das folhas de papel com atenção.

—José Hernandes, Juan Montenegro e Joaquim Rodriguez, ambos com seis anos, sumiram do mesmo lugar com uma semana de diferença. — Murmuro notando várias semelhanças. — tráfico humano? São todos latinos de uma área pobre da cidade.

—Um assassino em série?— Peter devolve com outra teoria. — Todos são parecidos. — concordo olhando a foto das três crianças.

— Você interroga os pais novamente, e eu vou procurar mais casos parecidos. — meu parceiro concorda já anotando os números de contato dos familiares das crianças.

Volto para minha mesa pegando os arquivos não armazenados ainda começando a procurar semelhantes.

Quando escolhi esse ramo para minha carreira eu estava ciente de que conheceria os piores tipos de monstros da sociedade. Abusadores, agressores, sequestradores e traficantes infantis, todos eles já haviam passado por minhas mãos na última década.

Eu já tinha visto as piores coisas que um ser humano é capaz de fazer com seres inocentes e incapazes de defesa. Já tinha chego tarde demais em muitas chamadas, perdido vidas que nunca tiveram a chance de começar a ser vividas e também tinha sido a última coisa que anjos tinham visto antes de deixarem esse mundo.

Eu fiquei naquele departamento sozinho por quase oito anos até Peter chegar, ele veio com um brilho comum em quem nunca tinha tirado um bebê morto de alguma lixeira qualquer, bronzeado da vida no Caribe e com a vida solta, sem preocupações maiores do que se sair bem prendendo bandidos e não se apaixonar.

Até o primeiro caso ao meu lado, acho que se perguntar a ele, Peter consegue dizer até a cor do brinco da pequena garota que encontramos afogada depois que escorregou no gelo. Meu amigo não estava pronto para o que o esperava aqui, e talvez nunca haja alguém preparado.

Eu não estou totalmente preparado para todas as coisas que posso encontrar nesse trabalho

Escapo dos meus pensamentos ao ouvir uma batida leve na porta e logo minha garota entrar carregando uma sacola de lanchonete.

—Oi...trouxe algo pra vocês comer. — ela fala olhando a mesa vazia do Peter. — É uma hora ruim?

—Oi baby. — sorrio me levantando e vou até ela beijando sua testa com carinho pegando a sacola. — Temos um possível caso. — dou de ombros já que ela estava acostumada com aquilo.

—Vou atrapalhar se ficar aqui? — ela me olha nervosa e nego com a cabeça separando os lanches.

—Você não atrapalha Olivia. — Peter entra na sala e sorri para minha garota. — Na verdade pode nos ajudar.

—Eu posso? — ela o olha curiosa e eu faço o mesmo. O que ele está aprontando?

—Você desenha não é?

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Tuts tuts tuts

Eu juro que logo volto com mais de um capítulo por dia meus amores

Bjs da Tia Lina

Saviour. FINALIZADAWhere stories live. Discover now