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Olivia F
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Fico olhando meu pai confusa com a carta em suas mãos, curiosa com a tensão em seu corpo agora, a testa franzida me dizia que tinha algo errado.

Será que ele ainda está preocupado com a história de Ben? Eu falei a verdade sobre deixar a história para lá.

—James? — Henry corta o silêncio segurando meu ombro e sinto a tensão nele também. Ele ficava assim quando estava preocupado. O que estou perdendo?

—Você...— meu pai esfrega o rosto e noto que suas bochechas estão molhadas.

— Pai? — vou até ele preocupada e pego a carta devagar. — tá tudo bem, é só um pedaço de papel. — sussurro entregando a carta para Henry e volto a acalmar James.

— Só uma carta. — ele murmura me olhando e me abraça. — você é minha filha!

—é claro que sou. — Murmuro confusa beijando a bochecha dele.

—merda. — escuto Henry murmurar e franzo a testa.

— o que está acontecendo? — olho os dois começando a ficar irritada.

—é uma carta de Noah. — Henry fala e arregalo meus olhos indo até ele pegando a carta começando a ler.

"Eu realmente amo a garotinha sabe"

"como eu sou um pai fantástico."

"enquanto eu amarrava meu cinto no pescoço dela."

—nem fodendo. — rosno para o papel nas minhas mãos quando leio ele dizendo que me amava, e que era um bom pai. — cretino filho de uma puta, maldito do cara...— encaro Henry quando ele cobre minha boca com uma mão. — ralho.— sussurro abafado e deixo ele pegar a carta.

—Vou levar isso para a delegacia. É uma confissão datada em vida. — ele guarda a carta no envelope de volta e olho meu pai.

—Eu vou ficar com papai okay. — meu namorado concorda e beija meus cabelos. — qualquer coisa eu te ligo.

—Okay. — Henry segura o ombro de James e o homem o olha. — Está tudo bem irmão, você tem Olívia e ela te ama, ele nunca teve isso.

—valeu Henry. — James dá um sorriso forçado. — de verdade.

Vou até meu pai o abraçando apertado de novo deitando a cabeça no seu peito sem saber o que fazer para deixar ele melhor.

—Quer ir num lugar comigo? —pergunto baixinho erguendo a cabeça para o olhar.

—onde? — ele me olha ainda parecendo perdido.

—Só vir. Por favor, você vai se sentir melhor. — dou um sorriso para o convencer e James concorda.

Vou até a cadeira pegando minha bolsa e meus chocolates. James pega o celular e a carteira caminhando para a saída e o sigo acenando para a secretária. Eu gostava dela, sempre sorria pra mim.

Entramos no elevador e fico perto do James com medo da caixa de metal quebrar de novo. Ele permaneceu em silêncio com a expressão perdida, e eu respeito seu silêncio, entendia o que ele estava passando. Noah tinha torturado suas feridas.

O elevador para e saímos no saguão, entrego meu crachá na recepção ignorando o olhar desinteressado da atendente, se elas soubessem que eu era filha do chefe iam me tratar assim.

— um táxi? — James me olha e concordo caminhando para fora do prédio vendo ele assobiar chamando um dos táxis que logo para na nossa frente.

—Hollywood Forever— peço depois que entramos no veículo e ignoro o olhar James.

—Olivia, o que tem lá? — ele tenta arrancar de mim e fico em silêncio olhando a janela. — Olivia? — mordo meu dedo em silêncio. — okay.

Pago o taxista assim que o carro para em frente ao cemitério e desço esperando meu pai. Olho os olhos azuis me encarando sérios e reviro os olhos caminhando para dentro do lugar.

Eu poderia passear ali de olhos fechados sem sentir medo, poderia dizer onde estava os mais importantes astros enterrados, mas meu lugar favorito era o jardim para tributos.

—Você não pôde se despedir da mamãe. — me viro olhando meu pai que me olha confuso.

—Sua mãe foi cremada, e não pude ir ao velório. — concordo já que sabia daquilo. — Porque estamos aqui?

—Promete não me xingar? — mordo meu lábio com medo da reação dele.

—prometo. — ele fala desconfiado e aponto o canteiro com as rosas cor de rosa.

—Eu joguei as cinzas aqui. — sussurro me abaixando pra tocar uma das rosas. —Convenci o zelador a me deixar cuidar do canteiro já que mamãe fazia isso como caridade, e aproveitei um dia para colocar as cinzas no lugar que ela mais amava.

—Ela amava esse lugar. — ele concorda se ajoelhando do meu lado e sei que está emocionado por sua voz. — foi o lugar que a pedi em casamento, e onde ela me contou sobre a gravidez... — James passa a mão pelas rosas.

—Ela te amava, eu te amo pai. — coloco a mão sobre a dele. — Noah não ganhou, ele nunca recebeu nosso amor, nem carinho.

— mas ele teve você, sua infância inteira. — ele me olha sofrendo e o abraço apertado.

— E você vai me ver formada, fazendo faculdade, casando. — me afasto para secar as lágrimas dele. — E sempre vai ter meu amor

—Isso basta para você?— ele olha meus olhos e suspiro concordando. — Então basta para mim também.

James volta a olhar as flores com atenção e suspiro deitando a cabeça no ombro dele deixando que se despeça dela finalmente.

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Desculpem a demora, gripe me pegou, voltamos aos trabalhos normalmente.

James é um pão de mel.

Bjs da Tia Lina.

Saviour. FINALIZADAWhere stories live. Discover now