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Então eu afogo isso como sempre faço
Dançando pela nossa casa com o seu fantasma
E eu o persigo, com um tiro de verdade
Que meus pés não dançam como costumavam dançar com você

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Olivia F
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—Prontinho Olivia, eu vou enviar o arquivo com o som para seu celular enquanto você se troca! —Carol me entrega alguns lenços de papel e pisco tentando raciocinar com meus botões.

Saio da maca arrumando a camisola e vou para o  banheiro onde minha roupa me esperava, depois de algum sacrifício consigo fechar a calça jeans e visto o moletom do Henry que escondia minha barriga pequena mas visível agora.

O dia tinha chegado, eu precisava tomar a decisão hoje.

Esconder minha barriga tinha sido difícil nas últimas duas semanas, e eu não conseguia acreditar ainda em como pude engordar tão rápido. Saio do banheiro entregando a camisola a Carol e pego o celular vendo o arquivo sentindo meu coração esquentar com aquilo, coloco a mão sobre meu ventre fazendo carinho.

Era como um sonho. Um maldito sonho.

—Você está cada dia mais bonitinha. —minha amiga fala animada e a observo com seu barrigão.

—E você não devia estar trabalhando na última semana antes do parto. É loucura, e seu marido vai me matar. —rio guardando minhas coisas indo até ela tocando a barriga dela. —A tia Ollie tá louca pra te conhecer garotão, mas sua mãe é teimosa demais.

—Cala a boca e vai embora logo, eu vou enviar sua ficha para a outra médica e a partir do mês que vem você irá se consultar com ela. —sorrio concordando e beijo a bochecha dela.

—Eu sei, devo continuar me alimentando direitinho, fazer exercícios e nada de café ou refrigerante, e também regular meu sono. Você sabe que minha sogra não me deixa comer balas mais? É triste —faço um bico manhosa e logo rio a abraçando. —Tchau Carol

—Tchau querida, boa sorte e estou com você nisso. —um beijo é deixado no meu rosto antes que eu saia.

Pego as chaves na bolsa e vou para o estacionamento tirando o alarme da caminhonete que depois de todo aquele tempo era praticamente minha mesmo. Entro passando a mão no rosto e olho o envelope de papel pardo no banco do carona como uma cobra pronta pra dar o bote.

Era o último dia. Meu último dia com meu Superman.

Ligo o carro e dirijo para nossa casa ligando o rádio em uma música qualquer enquanto penso nos últimos dois meses.

Eu tinha começado minhas aulas a distância na faculdade, James queria que eu ficasse na casa dele, mas eu neguei, eu ficaria na minha casa, na nossa casa. Marianne estava me tratando como uma pessoa incapacitada, os cuidados iam de comidas saudáveis a me impedir de sair na chuva a três dias. Eu gostava dessa atenção, apesar de me sentir uma criança as vezes. Peter ficava no hospital sempre que podia, parecia fugindo de casa depois que Elena foi embora.

Elena...minha melhor amiga me abandonou no pior momento da minha vida, e eu tento com todas minhas forças não me sentir irritada com aquilo.

E por fim Henry. Henry ainda dormia naquela cama de hospital enquanto eu preciso assinar papéis que o tirarão de mim. Isso não é justo.

Eu devia estar aproveitando minha gravidez, e não me preparando pra matar o amor da minha vida.

Desligo o carro em frente a casa e a olho pela janela suspirando ao lembrar da primeira vez que estive ali.

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—Certo, Henry, onde você está me levando? — abraço minha mochila. Talvez para o pântano onde ele vai me esquartejar e jogar os pedaços para os jacarés!

— para minha casa!— fala simples como se fosse normal e arregalo os olhos segurando o cinto. — não precisa ter medo Olivia, eu não vou te machucar.

O olho desconfiada e mordo meu lábio pensando em todas as pessoas que me traíram, em Noah. Porque eu devia confiar nesse homem de olhos azuis? Espero a resposta, mas não obtive, apenas aquela sensação de que podia confiar e pronto.

— vou ficar só essa noite, amanhã irei atrás de um lugar. — falo firme, mais para mim mesma do que pra ele.

— Certo. — faz uma pausa olhando meu joelho na pouca luz produzida pelo painel.— como se machucou?

— uhn...isso. — olho meu joelho mordendo meu lábio e rio envergonhada— quando estava falando com você um homem assobiou para mim...

— eu escutei, e o que você respondeu também. — me olha sério. — você devia tomar cuidado. A cidade é perigosa.

— Eu sei, bom ele ficou irritado e eu tive que correr dele — brinco com meus dedos mais envergonhada. — entrei em um bar, me escondi no banheiro, mas ele me achou. Então pulei a janela para o beco ao lado, só que eu não sou muito boa em quedas, e machuquei meu joelho. Não é nada.

— está sangrando. — falou para me desmentir e mordo meu lábio sem responder ao ver a enorme casa em que ele estaciona.

Era uma construção de dois andares feita em madeira a mostra, bem estilo campo, havia muitas janelas pelo o que eu podia ver. Olho Henry, antes de descer do carro encantada com a vista do espaço gigante que tinha ali e da casa que mesmo parecendo simples eu sabia que não era

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Balanço a cabeça descendo do carro e ando para dentro da casa iluminada pela luz do dia, os dias fechada não tiravam a graça da arquitetura.

O lugar tinha cheiro do Henry, e era totalmente aconchegante para mim. Como ele sempre foi, eu sempre tive ele comigo. E agora eu tinha um pedaço dele dentro de mim, um não dois.

Dois.

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Quem acertou o bolão vai ganhar uma bala.

Dois?

Bjs da Tia Lina.

Saviour. FINALIZADAWhere stories live. Discover now