Deito, me viro para lá e para cá, não, eu não consigo dormir. Meio que estou ansiosa para ver Nathan. Me levanto e caminho para o primeiro andar, no meio da escada noto que alguém está sentado na poltrona da escada, contudo, a medida que desço percebo os ombros masculinos e o cabelo ruivo.
— Oi, ruivo! — Me jogo no sofá. Ulysses me encara, não consigo ver bem seu semblante o abajur ao lado dele não ilumina o rosto do homem, ilumina apenas o livro que está aberto nas mãos dele.
— Oi. O que faz acordado essas horas? — Ele tira o celular do bolso apenas para conferir as horas.
Me levanto e sigo até ele, pego o livro das mãos dele e me sento no braço da poltrona onde Ulysses está.
— Não consigo dormir. — Esclareço. Aproximo o livro do abajur e finalmente posso ler o nome que está escrito na capa. — Moby Dick. — Leio. — Se interessa por clássicos? — O encaro.
— Sim. Já leu?
— Não, mas tenho vontade. — Comento, abro o livro e passo o olho no primeiro capítulo.
— Se quiser, pode ficar para você.
— Você já acabou de ler? — Indago meio confusa.
— Estou no último capítulo, além do mais, eu tenho o livro no meu notebook também.
— Se você tem ele no seu computador por que também tem o livro físico?
— Às vezes não dá para levar o livro para todos os lugares, então deixo os livros físicos em casa e carrego os livros no notebook. — Explica. — Por que está sem sono? — Indaga.
Me ergo da poltrona, caminho até o sofá oposto e me jogo.
— Eu não sei. — Respondo.
“ Você não sabe ou não quer falar para ele que está pensando no seu Nathanael? E aí, confessa safada, que tu tá louca para dar uns beijos na boca do seu melhor amigo!?” Meu subconsciente me atiça.
“ Eu estou com saudade dele, mas não vou dizer que eu estou sedenta por um beijo do Nathan.”
“ Claro que não está. Vou fingir que acredito, tá bom?”
Um silêncio um pouco chato nós rodeia, Ulysses mexe em algo no seu celular e eu apenas encaro a janela, o único local que emana uma luz forte. Me levanto do sofá, deixo o livro em cima da mesa de centro e caminho até a janela. Ergo meus olhos para o céu, consigo ver apenas uma parte da lua, a outra parte está coberta por intrusa nuvem, desvio meu olhar para o horizonte, não vejo muita coisa, tudo não passa de mera escuridão, sinto um ar quente se chocar em meu pescoço, olho por cima do ombro e o ruiva aproxima seus lábios vagarosamente do meu ouvido.
— O que está vendo? — Sussurra. Me viro para trás e num sussurro o respondo.
— Nada.
Ele sorrir, ao menos os dentes brancos dele são a únicas coisas que vejo antes da nuvem esconder a lua e consigo todo sua luz.
— O que tira seu sono? — Pergunto.
— Nada, apenas não estou com sono agora. — Dou de ombros.
— Toca para mim? — Peço. Eu quero dormir, mas sempre que fecho os olhos me vem a mente Nathan, acho que se Ulysses tocar, meu corpo pode relaxar mais rápido, ao menos foi o que aconteceu da última vez que eu dormir ouvindo ele tocar.
Ulysses se cala, não fala nada, a única coisa que consigo ouvir e sua respiração. Sua demora está me incomodando um pouco, pela falta de luz e difícil conseguir decifrar sua face.
— Vai tocar? — Pergunto impaciente.
Sinto a mão dele tocar meu braço, depois de segundos sua mão deslizar até minha mão, ele leva minha mão até sua boca, com uma voz sedutora e galante ele responde:
— Me leve até o piano, senhorita! — Ele deposita um leve beijo nas costas da minha mão. Não sei o porquê, mas por tal atitude me recordo de Nathan, ele sempre beija minha mão dessa forma.
“ Misericórdia! Tá apaixonada mesmo, em filha?”
“ Agora sou eu que não te entendo, quando eu ficava na enrolação você me mandava tomar uma atitude, eu tomei uma atitude, agora você é obrigado a aturar a garota apaixonada aqui!”
Enquanto eu discutia mentalmente com meu subconsciente, eu e Ulysses seguimos para a sala de jogos, onde esta o piano. Acendemos a luz, eu segui até o sofá próximo ao piano e Ulysses caminhou até o instrumento musical.
Me deito no sofá. Encaro o ruivo, ele alonga os dedos, e respira fundo, ele se vira para trás e indaga:
— Mozart?
— Bach! — Respondo. Ele sorrir, ele mexe em algo no celular e lê. Após alguns segundos as primeiras teclas podem ser ouvidas, a música é calma, e pelo incrível que pareça eu não consigo reconhecer tal composição, analiso o ruivo, ele se mantém sério ao tocar, em teu semblante há uma paz e posso dizer até uma certa felicidade. Em alguns momentos noto que ele sorrir, mas o sorriso é desmanchando e seu semblante volta a seriedade.
Pouco a pouco sinto minhas pálpebras ficarem pesadas, abro meus olhos com uma certa dificuldade, contudo, o sono se apodera de mim e eu me rendo, me imerso totalmente em um estado de inconsciência.Assim finalizamos mais um dia da Rebeca. Bem curtinho o cap, um pouco chatinho, eu sei, mas... durante essa semana vou postar um capítulo mais legal.
Mais uma vez, obrigada pelos comentários 💋
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Entre o Amor e a Amizade
Teen FictionGuardo esse sentimento há tanto tempo, o reprimo há anos, mas agora ele se libertou, tudo por causa de um bendito beijo. Eu e Nathan sempre tivemos um amizade legal, porém agora está tudo diferente. Eu sinto algo a mais por meu amigo, sei que isso é...