Capítulo 85

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Não tive uma noite muito boa

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Não tive uma noite muito boa. Desde que cheguei em casa fiquei ao lado do meu avô o tempo inteiro, não sei o que ele tem, mas está mais fraco e tosse muito. Minha mãe insistiu para levá-lo ao médico, porém, a teimosia do meu velho foi mais alto que o nosso desejo. Passei à noite inteira sentado na poltrona ao lado da cama dele, devido à luz do abajur ao lado da cama dele conseguir contemplar face à adormecida daquele que tenho orgulho de chamar de avô.

— Você sabe que eu não morri, não é? — Meu avô virá o rosto para mim. — Não tem necessidade de você ficar aí me velando, vai dormir. — Me ergo e abro as cortinas.

Quando a claridade bate em meus olhos sinto uma leve dor, mesmo assim tento mantê-los abertos.

— Eu dormir. — Como se isso fosse verdade! A maior parte da noite foi eu e lutando contra os pensamentos negativos. Ver meu avô dormindo daquele jeito e às vezes gemendo de dor me batia uma angústia forte me fazendo pensar em coisas que eu não quero que aconteçam. — Como o senhor está? — Me sento na beirada da cama.

— Melhor. — Ele sorrir. Como sempre sorrindo isso é o que mais me admira nele. — Vai aguentar ir para aula hoje? — Balanço a cabeça confirmando. — Não precisava ter dormido aqui.

— Eu quis! — A porta do quarto se abre, minha mãe entra com uma bandeja de café da manhã. Aproveito a companhia dela para sair e começar a me arrumar.

Como no primeiro horário é educação física passei o tempo todo dormindo sobre a coxas de Rebeca. Nos outros horários custei para me manter acordado, passei a maior parte das aulas bebendo café que havia trago numa garrafa. Rebeca por ver meu estado de cansaço decidiu que iríamos ao shopping à tarde, o que foi uma maravilha, pois, assim ao chegar em casa desmontei ao sentir meu corpo repousar no meu colchão.

Trimmmmmm, Trimmmmmm

Tateio pela cama a procura da praga do celular que não para de tocar, atendo a ligação e aproximo o aparelho do meu ouvido.

— Alô! — Digo, bocejando.

— Nathan Duarte?

— Eu.

— Olá, Duarte, sou Cristina, vendedora da joalheria folhas de ouro. Estou te telefonando para avisar que seu par de alianças estão prontos, você pode busca-los hoje?

— Sim, vou busca-los hoje. Agradeço pela atenção de me ligar, um pouco mais à tarde estarei buscando meu produto.

A vendedora desliga a ligação. Largo celular de lado e tento acordar, ainda luto contra o sono.

— Um banho vai me ajudar! — Falo para mim mesmo, criando coragem para me levantar.

Tomo um banho gelado para despertar de pressa. Me troco e pego celular. Há duas mensagens da Rebeca.

Amor: Meu lindo, estou indo para sua casa, tá bom? Nathan , você está acordado?

Esqueci completamente que marcamos dela vir para cá e depois irmos ao shopping. Saio do quarto e disco o número de telefone da Rebeca. Me surpreendo ao ouvir o barulho do celular dela vir do quarto do meu avô.
Abro a porta e vejo Rebeca e meu avô, deitados na cama, comendo pipoca e vendo uma novela antiga.

Entre o Amor e a AmizadeWhere stories live. Discover now