Guardo esse sentimento há tanto tempo, o reprimo há anos, mas agora ele se libertou, tudo por causa de um bendito beijo.
Eu e Nathan sempre tivemos um amizade legal, porém agora está tudo diferente. Eu sinto algo a mais por meu amigo, sei que isso é...
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Chego em casa às oito horas da noite, a minha barriga está a roncar e eu não vejo a hora de tirar essa roupa apertada. Ao adentrar pela porta da frente sigo na direção da cozinha, a primeira coisa que vi na minha frente é um pote de biscoito, e são esses mesmo que eu como.
— Tudo bem, querida? — Cecília, a governanta, pergunta.
— Tudo. — Respondo, tentando engolir os biscoitos que enfiei na boca há alguns segundos.
— Lupita ligou muitas vezes procurando por você. — Cecília comenta como quem não quer nada. Ela pega o pote de biscoito da minha mão — Se você não estava com ela na festa dos Duarte, onde estava? E com quem estava?
— O avô do Nathan teve uma recaída, a pressão dele abaixou fazendo ele desmaiar, como uma boa amiga fui para o hospital para dar apoio a ele. Satisfeita? Agora devolve os meus biscoitos. — Pego o pote de biscoito novamente.
— O João está bem?
— Sim. — Digo, enquanto coloco dois biscoitos na boca. — O jantar está pronto?
— O seu pai e a sua mãe foram jantar fora e, eu comprei pizza para Agnes.
— Ainda tem pizza?
Cecília caminha até a bancada e levanta um pano-de-prato que cobre um prato com duas fatias de pizza.
Ah! Como eu amo essa senhora!
Cecília me entrega o prato e eu logo dou uma mordida na pizza.
— Está na minha hora de ir embora. — Ela avisa. — Tenha uma boa noite, querida. — Cecília deposita um beijo no alto da minha cabeça e eu a abraço.
— Obrigada por existir. — Falo, e Cecília me abraça com mais força.
Depois que os meus avós foram embora Cecília se transformou numa pessoa muito importante para mim. É para ela que corro quando acontece algo comigo, é com ela que falo sobre os meus sentimentos, por minha mãe não ligar para mim, aprendi a valorizar as pessoas que tiram alguns segundos do seu tempo para saber se eu estou bem, e Cecília é uma dessas pessoas.
Após comer e lavar as coisas que haviam sujado lembro-me de ligar para Lupi. Digito o número do celular de Lupi e apenas espero ela atender.
— Rebeca Hernandes! — Lupita exclama, atendendo a ligação.
— Oi, melhor amiga.
— Onde você estava? Você me deixou sozinha naquela festa chata, espero que você e o Nathan tenham resolvido as suas diferenças.
Como ela sabe que eu estava com o Nathan?
— Como sabe…
— Que você estava com o Nathan? — Lupi me interrompe a completar o que eu iria falar. — Ele não apareceu na festa e você misteriosamente some, lógico que eu pensei que vocês estariam juntos. E aí, resolveram tudo?
