Capítulo 101

384 25 17
                                    

Pulo da cama

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Pulo da cama. Vejo Nathan correr para o banheiro e o espero, ele volta vestido e bem mais acordado, segura minha mão e descemos juntos. Do lado de fora, percebo os seguranças fazendo barreira para meu pai não entrar dentro de casa.

─ O que faz aqui? ─ Minha mãe pergunta, passando por nós como um furacão. ─ Se veio pedir
desculpas, está perdendo seu tempo, porque nunca o perdoarei. ─ Meu pai revira os olhos.

─ Não me importo se você vai me perdoar ou não, apenas quero pegar meus documentos e algumas roupas. ─ Diz, tratando minha mãe como se ela não fosse nada.

Dou o primeiro passo e Nathan agarra minha cintura, ele sabe quais serão minhas próximas atitudes e quer evita-las.

─ Pegue os tacos de golfe do meu pai, estão no escritório. Depois, trago o carro dele aqui. Faça isso não por mim, mas por ele preferir o Matias invés de você, dele querer usar seu pai para utilizá-lo para consertar as coisas sujas que ele faz, faça isso porque ele não merece que tenhamos pena dele.

Nathan tira as mãos da minha cintura e entra dentro de casa.

Caminho e os seguranças dão espaço para eu passar.

─ Vá embora, não tem nada a fazer aqui.

─ Não vou sair daqui sem meus documentos! ─ Diz, entredentes.

─ Está vendo aquelas cinzas ─ aponto para o chão preto ─ aqueles são seus documentos. Os queimei, todos, desde o seu caderno com senhas até os contratos dos sócios, não há mais nenhum papel naquela sala. ─ Meu pai balança a cabeça de modo negativo, se ajoelha no chão e passa os dedos pelas cinzas.

─ Está mentindo! ─ Grita.

Estou, mas gosto de tortura-lo.

─ Não grite comigo, não sou um de seus funcionários que precisa aguenta-lo. ─ berro mais alto. ─ Agora, o senhor vai sair ou precisarei chamar a polícia?

─ Esta é minha casa?

─ Não, meus avós deram esta casa de presente de casamento, mas não colocaram ela em seu nome, ela é da minha mãe. Precisarei dizer novamente ou saíra por conta própria?

─ Você está se achando muito importante, não é? Mas você não é nada! Acha que porque vai fazer 18 anos já é adulta? Não, você é uma criança que está mexendo com a pessoa errada! ─ Berra, exaltando sua voz e revelando seu desespero.

Gargalho da cara dele e isso o faz puxar meu braço com brutalidade.

─ Posso ser uma criança, mas advinha quem vai destruir este banco de bosta? ─ Aponto para mim. ─ Esta criança! ─ Recebo um tapa na cara e quando ergo a cabeça para encarar a imagem masculina, tenho que travar a boca para não contar a ele que roubei todo o dinheiro dele.

─ Qual é a sensação de perder? ─ Pergunto com ódio transbordando pela boca. ─ O pior inimigo que você tem é aquele criador por você. Foi o senhor quem me transformou nisso, numa mulher que gosta de manipular, que não abaixa a cabeça para a traição e que, se entrega totalmente a uma vingança. Espero que esteja feliz por criar a cópia que consegue superar a sua maldade.

Retiro alguns passos e vejo meus avós, minha mãe e todos os funcionários me olhando. Cecilia se aproxima com algumas roupas do meu pai e o taco de golfe que pedi ao Nathan, também vejo Nathan parando o carro alguns passos de mim. Pego as roupas das mãos de Cecilia e as jogo na direção do homem do qual se pudesse me matar, me mataria sem pensar duas vezes.

─ As únicas coisas que tem aqui são suas roupas, seus tacos de golfe e seu carro, mas adivinha? ─ Pego um dos tacos e o encaro ─ Não vou deixa-lo carregar aquela vagabunda nesse carão. ─ Pego impulso e quebro o retrovisor e antes que possa quebrar a janela uma pedra a quebra antes de mim, olho para trás e vejo minha mãe, ela pega um taco e corre em direção ao carro, chutando e quebrando tudo a sua frente.

─ Então eu sou sonsa? ─ Grita, abrindo a porta do carro e a chutando até ela cair do chão.

Largo o taco e deixo que ela quebre e destrua o carro sozinha, ela merece isso mais do que a mim.

─ Isso não vai ficar assim! ─ Ele grita, em forma de ameaça.

─ É uma ameaça? É isto o que está fazendo, André? ─ Me aproximo dele e caso ele me bata novamente, não pensarei duas vezes antes de acerta-lo com este taco. ─ Tente ameaçar a mim ou alguém que amo e eu juro que aquele vídeo vai vazar em todos os sites e você sabe que vai prejudicar mais o senhor do que qualquer um aqui, todos os seus sócios não vão confiar mais em você, e agora que não tem os contratos deles, eles vão te deixar e você terá que pagar o que deve, mas você não tem dinheiro.

─ Lógico que eu tenho dinheiro, vocês que não vão ter. Era eu quem cuidava de vocês, sou eu quem contribuía para seus luxos, quero ver o que vão fazer sem mim.

─ Acredite, vamos sobreviver sem você. Agora, vá embora, estou cansada de ver sua cara.

Ele ergue o dedo.

─ Para toda ação tem uma reação. Tome cuidado com as suas porque irei proporciona-lo reações que vão fode-lo ainda mais.

Ele dá as costas e se retira. Nathan é o primeiro a vir até mim, ao contrário dele, todos os outros olham para mim e não conseguem enxergar a Rebeca, me olham como se eu fosse outro ser, e não posso julga-los, porque nem eu me reconheço. O único ser que parece saber quem eu sou é o garoto de olhos verdes que me envolve em seus braços e diz que tudo acabou, gostaria de acreditar, mas tenho assuntos a resolver e até eles estarem esclarecidos, nada acabou.

─ Senhorita, o senhor Albuquerque deseja lhe fala.

Afasto-me do Nathan e entro em casa. Pego o telefone.

─ Sim?

─ Convoquei todos os meus amigos que possui associação com seu pai, eles estarão em minha casa daqui a uma hora e está em suas mãos para fazê-los desafazer o contrato. ─ Albuquerque diz, com tom duvidoso, mostrando não levar fé em mim. Este senhor com certeza não sabe como eu vou ao limite para conseguir o que quero, e agora, após receber este tapa que faz meu rosto queimar, vou ir para essa reunião com fogo nos olhos, pronta para retaliar, mentir e manipular.

─ Em uma hora estarei aí. ─ Desligo a ligação.

Devolvo o telefone para Cecilia e subo para meu quarto. Tomo meu banho e quando saio, vejo Nathan sentado em minha cama.

─ Tem certeza que vai fazer isso? É o seu banco também, não acha que nunca vai se arrepender? ─ Me segue até o closet.

─ Nathan, meu pai acabou com meu psicológico. Desde da minha infância eu tinha duas opções, fazer o que meu pai mandava ou aguentar ameaças. Passei minha vida inteira aguentando ameaças, vendo-o manipular minha mãe, o mundo ao meu redor, entende? Estou cansada de ser filha dele, estou cansada... o que me conecta a ele é este banco, se eu o destruir, ele vai me esquecer, porque ele sabe que a destruição do banco é a coisa mais leve que causo a ele, comparado a tudo que o vi fazer.

Entre o Amor e a AmizadeOnde histórias criam vida. Descubra agora