Capítulo 44

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Após o café,  me direciono ao meu quarto, ao abrir a porta do quarto percebo minha mala em cima da cama, a abro e pego um short e uma camiseta, pego também meus produtos pessoais para colocar no banheiro, faço minha higiene. Me sento à frente da imensa caixa, pego vários papéis, um caderno, a tampa da caixa e a maior parte dos lápis de consigo, me levanto do chão tentando não derrubar nenhum lápis, me direciono até a porta e vejo o ruivo saindo do quarto ao lado do meu, ele se aproxima e sem eu pedir ele pega os lápis e os papéis da minha mão.

— Ótimo que você está aqui! — Digo feliz por vê-lo. — Me ajuda descer com isso lá para baixo.

— Claro. — Ele diz de modo educado.

— Ótimo. Eu vou pegar uma borracha e algumas canetas coloridas, daqui a pouco eu volto. — Aviso, entrando no quarto de novo,pego  mais um monte de coisa da caixa.

Ao voltar o ruivo me encara e ri, ignoro seu gesto e descemos para o primeiro andar. Andamos até o campo das macieiras, nessa época do ano todos os pés estão lotados, o que faz com que a paisagem fique linda. Me sento no chão, deixo tudo o que eu peguei ao lado. Respiro fundo e escolho um ângulo da paisagem para começar a desenhar, o ruivo se junta a mim. Pego a tampa da caixa e a repouso sobre minhas coxas, pego um papel e o deposito sobre a tampa da caixa, pego também lápis de desenho. Olho por alguns instantes, e quando me sinto realmente preparada passo o que os meus olhos vêm para o papel. Passo algum tempo tentando passar profundidade para o meu desenho, além de capitar cada detalhe das folhas das macieiras. Depois de três horas eu finalmente acabo o desenho, está bem-parecido com o da vida real, o que me faz sentir feliz por ter conseguido capitar a essência da natureza. Olho para o lado e vejo o ruivo desenhar algo no caderno de desenho, tento espiar o que ele desenha, mas ele não deixa.

— Não sabia que desenhava! — Comento. Ele sorrir e passa a mão pelo couro cabeludo e com um sorriso de lado me encara nós olhos.

— Tem muita coisa que não sabe sobre mim! — Retruca.

Tem razão, aliás eu nem mesmo sei o nome dele, o que é estranho já que eu e ele estamos conversando algum tempo.

— Sempre gostou de desenhar? — Ele tenta puxar assunto.

— Sim. — Falo, enquanto procuro pelos lápis de cor azul, finalmente vou dar cor a minha obra de arte. — Minha avó é pintora, já que minha mãe nunca tinha tempo para mim, minha avó resolveu a me ensinar a pintar. A pintura me ajudou muito a expressar o que eu sentia. Depois que ela foi embora decidir investir em um curso de desenho e de aprimoramento de técnicas. — Pego o lápis e tento misturar as cores para se igualar a verdadeira cor do céu.

— Comecei a desenhar para passar mais tempo com minha mãe, sempre desenhei muito bem e acredito que é por isso que escolhi a arquitetura como profissão.

— Você é arquiteto? — Questiono surpresa.

— Sim, por que a surpresa? — Ele pergunta parando de desenhar.

— Quantos tem?

— 25. — Por essa eu não esperava. O cara tem cara de uns 19 anos, qual produto que ele usa para ter essa cara de jovem?

— Achei que você tinha 19, você não tem cara de um homem que fica o dia todo trancado num escritório. — Declaro e ele ri por minha inocência a respeito dele.

— Se eu não tenho cara de homem que fica o dia todo no escritório, do que eu tenho cara então?

— De um cara divertido, pegador, que é fissurado no próprio corpo,  tem cara de praticar algum esporte radical. — O ruivo faz biquinho e olha para a grama ao nosso redor, ele se mantém sério numa parte do tempo, mas depois abre um sorriso e balança a cabeça, como se não acreditasse no que está ouvindo. 

Entre o Amor e a AmizadeWhere stories live. Discover now