Capítulo 98

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Ando, começo a andar seguindo uma rua onde nem sem a onde vai dar

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Ando, começo a andar seguindo uma rua onde nem sem a onde vai dar. Meu celular está descarregando, o céu já está escuro e continuo a seguir por ruas das quais nem sem o nome, não sei onde vão dar ou para aonde vão me levar, só continuo a seguir, porque não tenho a coragem de andar para trás novamente.

Minha primeira atitude de hoje será ligar para meus avós e suplicarem para me deixarem morar com eles, não posso sobreviver aqui, porque cada dia vivido ao lado do meu pai é um passo para ser como ele. Meu segundo passo será entregar a parte do banco de volta. A terceira coisa a se fazer é voltar a desenhar, a ler, a fazer tudo o que eu fazia antes, para ver se consigo me desconectar desse mostro que estou me tornando.

Ouço um carro parar atrás de mim. A porta se bate com força e em passos pesados Nathan invade minha frente.

─ Discursos de mulherzinha? É isso que pensa das minhas declarações? É isso que pensa de mim, Hernandes? Que sou um idiota apaixonado? ─ Ele berra. ─ Sabe por que sou assim? Por sua causa! ─ Declara com raiva. ─ Porque o jeito romântico, carinhoso foi o único jeito que consegui que, me deixasse aproximar de você, ou se esqueceu que depois da tentativa de estupro você negava qualquer contado masculino? Por sua causa virei esse mulherzinha, porque te amava tanto que deixei este idiota apaixonado aparente, para você ver que ele não te faria mal, que pudesse confiar nele, e deu certo, confiou em mim, mas por causa desse jeito idiota fui zoado por meus colegas, marcado como cachorro da Rebeca. ─ Uma pausa.

Nathan olha para todos os lados menos para mim, seus lábios estão estampados um sorriso doloroso que esmaga meu coração.

─ Quer uma prova que eu te amo? Olhe para nossa história desde o momento em que nos conhecemos, eu sempre estou provando o quanto eu a amo, e você parece ser cega demais para enxergar.

Não consigo dizer nada, a não ser fechar os olhos e tentar impedir as lágrimas de caírem.

─ Quer me julgar por eu te a traído, tudo bem, mas a partir de hoje eu desisto de você, porque você não soube ver o meu amor.

As lágrimas caem. Viro minha cabeça para a direita, impedindo que ele me veja chorar. Meu foco recai sobre um motel de luxo do outro lado da rua, para muitos não há nada de mais, mas há muita coisa envolvida desse hotel. ─ O que está olhando? ─ Nathan pergunta, encarando a mesma direção.

─ O fim que eu temia.

Atravesso a rua que não está muito movimentada. Entro cuidadosamente no local, ouço passos atrás de mim e sei que Nathan está ao meu lado, uma recepcionista nos vê. ─ Rebeca. ─ Nathan me chama.

─ Boa noite, como posso ajuda-los.

─ Há algum senhor Hernandes hospedado em algum dos seus quartos.

─ Não posso lhe dar está informação.

Encaro Nathan e ele está perplexo.

─ Sei que sou uma idiota por duvidar de você, que fui cega por ver tudo o que fez por mim, mas por favor me ajude com isso. ─ Suplico deixando meu rosto ser encharcado pelas lágrimas e pela dor que cultivei durante o dia todo.

Nathan pega a carteira e retira 500 reais, joga na mesa da recepcionista.

─ Agora pode nos dar a informação. ─ Mulher sorrir. E pega o dinheiro. Mexe em algumas coisas e vira a tela do computador para nós.

─ Não há reservas com este sobrenome.

Analiso a lista e meu sangue ferve.

─ Quero a chave do quarto 502. ─ A mulher não esboça um semblante bom. Nathan joga mais 500 reais em cima da mesa. A garota abre a gaveta e me dá um cartão mestre que abre todas as portas do motel.

Entramos no elevador, pego meu celular e com o resto de bateria que está nele ligo a câmera, peço que o Nathan faça o mesmo e quanto estamos a frente da porta ligamos as câmeras e começamos a gravar.

Passo o cartão, a porta abre e conseguimos ouvir gemidos. Entro devagar, tentando não emitir nenhum som, paro, com as mãos tremulas diante da imagem que vejo, continuo a gravar e quando Victória me vê, grita.

Meu pai se cobre dr imediata, esboça um semblante assuntado, surpreso.

Paro de gravar e mando a gravação para minha mãe, sei que vai destruí-la, mas talvez ela precise ser destruída para começar a enxergar o lixo de homem com quem dorme.

─ Você mentiu para mim. ─ Cuspo cada letra. ─ Era só uma vendedora de perfume, não é? ─ Relembro o dia que conheci a maldita, dizendo que só vendia perfume. Hipócrita.

─ O que faz aqui?

─ Quanto tempo trai minha mãe?

─ Rebeca.

─ Quanto tempo trai minha mãe? ─ Grito. ─ É isso que fazia quando dizia ir viajar? ─ Ele não tem a capacidade de responder. ─ Você não vale nada, na verdade, os dois não valem nada.

─ Vai deixar ela falar comigo assim, André?

─ Rebeca! ─ Meu pai tenta ergue a voz, mas no mesmo momento viro a tela do celular, mostrando o vídeo que fiz.

─ Chame meu nome novamente que eu juro mandar este vídeo para a internet e o senhor e essa putinha vão ter seus nomes gravados em todas as revistas de fofoca antes do amanhecer. ─ Ameaço.

Entrego meu celular ao Nathan, passo minha mão por um vaso, o pego e arremesso em Victória que grita.

─ Você destruiu nossa família por essa puta? ─ Berro raivosa. ─ Trocou minha mãe por uma galinha que é casada? É isso que o senhor queria me tornar, numa mulher que trai o marido e os filhos? ─ Grito, jogando tudo que encontro na minha frente na direção deles. ─ Tenho nojo de você! ─ Berro.

Pego um pote com varias camisinha e jogo na cabeça de Victória que, com raiva se levanta para revidar. Não penso duas vezes antes de pular no pescoço dela, ela me arranha com suas unhas grandes, puxo os cabelos dela até sentir alguns fios saírem na minha mão. Soco o nariz dela, quando se distrai com o sangue que sai do nariz e a dor que sente, puxo a coberto em que se enrola e passo pelo pescoço dela, tentando enforca-la. Matá-la. Meu pai me tira de cima dele e percebo que já está usando calças.

─ Me solta! ─ Grito, histérica. ─ Você não tem o direito de tocar em mim, de me chamar de filha, você não tem o direito! ─ Berro, fugindo de seus braços, como se fugisse do pior assassino do mundo.

Meu corpo treme, pescoço está arranhado e sinto minha cara queimar pelos tapas que Victória conseguia acertar. E a cada segundo que olho para meu pai, meu estômago embrulha ainda mais de nojo, de revolta, com fome, com fome de fazê-lo pagar por me enganar, enganar minha mãe, por destruir nossa família.

─ Desde quando virou tão selvagem assim? ─ Ele questiona, ajudando Victória a limpar o sangue que, continua a jorrar.

─ Como consegue dormir ao lado da minha mãe? ─ Questiono, atónica. ─ Como tem coragem de olhar para o senhor Albuquerque enquanto come a esposa dele? ─ Berro.

─ Abaixe a voz! ─ Ordena, me dando um tapa.

Nathan num movimento rápido puxa meu corpo para trás e toma minha dor, emburra meu pai, o jogando no chão.

Acaricio o meu rosto que queima e sinto a primeira lágrima invadir meus olhos.

─ Você vai me pagar. ─ Digo num tom baixo, mas sei que ouviu. ─ Eu vou acabar com você, André, tirando de você a coisa que mais ama, e acredite, vou destruí-lo, do mesmo jeito que destruiu a vida da minha mãe. ─ Ameaço. ─ E você, também não se preocupe, porque tenho uma bela ideia para arrancar de você tudo o que seu corpo conseguiu te dar, sua puta.

Saio. Nathan caminha ao meu lado e ao entramos no elevador ele me puxa para seus braços, confortando, tentando me acalmar.

─ Prometi para mim mesma que não seria como ele, mas somente por hoje, juro ser pior que ele. ─ Falo e Nathan, apenas continua calado.

Entre o Amor e a AmizadeWhere stories live. Discover now