Capítulo 94

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Consigo me lembrar da primeira ver que vi João, nunca pensei que isso chegaria até os dias de hoje

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Consigo me lembrar da primeira ver que vi João, nunca pensei que isso chegaria até os dias de hoje. Não esperava aquele beijo, não esperava sobreviver a tantas brigas, términos e reconciliações, não imaginei que este dia chegaria, que olharia João nos olhos e tomasse o seu sobrenome para mim, e muito menos que ele me tomasse por mulher e posso dizer que valeu a pena cada briga boba, cada término, através de cada reconciliação mudava-nos, mudávamos nossas atitudes, o que cometíamos de errado, porque, no fundo, mesmo estando bravo um com o outro, queríamos dar certo.

E damos certos.

Hoje, não consigo enxergar outro homem me chamando de minha, assim como não me arrependo por dizer “sim” a sete anos atrás para o pedido de namoro do meu melhor amigo, que hoje está se tornando meu marido.

─ O que está lendo? ─ Os lábios de Ulysses deslizam pelos meus ombros nus. Seu corpo quente colado ao meu e seu perfume encobrindo todo o ambiente.

Ainda não revelei a ele do que de se trata o livro que recebi de herança do avô de Nathan, e sei que melhor do que ninguém o quanto Ulysses está curioso, no entanto, quero que o diário da avó de Nathan seja lido somente por mim.

Repouso o diário na cabeceira da cama e viro meu corpo para Ulysses que me envolve em seus braços como se eu fosse uma criança.

─ Caso brigássemos muitas vezes e terminássemos constantemente, acha que valeria a pena continuar? ─ Ulysses se enriquece. Ele sobe o corpo, apoiando as costas na cabeceira da cama e seus olhos tentam intervir ao encontro do meu, mas a escuridão não colabora para ele analisar meu semblante.

─ Por que diz isso?

─ Por nada, estava apenas meditando. ─ Respondo, encostando minha cabeça em sua barriga. Suas mãos deslizam por minhas costas e a cada movimentar de sua mão, deixa um rastro de seu calor por minha pele.

A grande mão localiza meu queixo, somente com o polegar ele ergue minha cabeça e encostando nossas bocas, um suave beijo é entregue em meus lábios.

─ Quase não brigamos e até hoje não encontramos motivos para um término, então não há motivos para estabelecer este tipo de conversa, amor. ─ Suas costas voltam a deitar-se ao colchão, aconchego minha cabeça em seu peito e concentro em seu peito subindo e descendo a medida que respirar.

Não há motivos para pensar nisso. Realmente, não há. Com Ulysses é mais fácil de lidar, estamos constantemente conversando, ele é um homem direto, que diz o que quer e o que não quer, me apoia e não me arrependo de ter me entregado a ele. Ele sempre é gentil quando estamos tendo relações e mesmo não sendo tudo aquilo que sentia com Nathan, continua sendo muito, muito bom. No começo doeu, mas agora não doí mais, e amo esse momento em que ele envolve seus musculosos braços em meu corpo, e caímos no sono juntos. Poderia dizer que adormeci ao seu lado como boa parte das noites que passamos juntos, mas não consegui.

Tive que ficar acordada, lendo e lendo mais e mais páginas do casamento de João, é impressionante como a perfeição consegue se assimilar nessa relação. Espero que algum dia eu venha ter um romance assim, apenas não sei se esse romance será com Ulysses.

Domingo.

Meus domingos eram reservados a quase nada, mas agora, namorando Ulysses temos itinerários a cumprir. Às nove, acordo com ele me beijando, esfregando sua barba por fazer em meu pescoço e algumas vezes fazemos sexo, como hoje, por exemplo. Às nove e cinquenta e cinco acordamos  Luiza e tomarmos café da manhã juntos, depois do café procuramos um lugar divertido para irmos, hoje escolhemos zoológico. Vimos os animais, brincamos de pega-pega, comemos, nos divertimos feito uma família. E para todos aqueles que analisam eu, Ulysses e Luiza conseguem dizer o mesmo.

Sempre saímos um casal diz isso e durante esses dias consigo sentir isso, Luiza sendo minha filha e Ulysses meu marido, é exatamente como meu pai disse, tenho estabilidade para confiar assim que acordar as coisas continuaram iguais.

Mamãe acha um absurdo meu namoro, acredita que eu devia namorar alguém da minha idade e não embarcar de cabeça num relacionamento com um homem mais velho e tendo a responsabilidade de cuidar da irmã, sozinho, e nesse aspecto, ela se engana.

Com Ulysses eu tenho algo que nunca tive, família.

Sempre foi eu e Cecilia, sempre fui eu e a família do Nathan, mesmo tendo tais pessoas queridas, nunca tive uma mãe, um pai e com a chegada de Agnes não podia chorar no meu quarto escondida por causa disso, tive que me levantar e ser a família que Agnes precisava, assim como Ulysses é para Luiza.

Eu e Ulysses somos iguais, isso torna tudo mais fácil.

─ Tchau, querido. ─ Beijo Ulysses.
Saio do carro e abro a porta de trás para beijar as bochechas de Luiza.

─ Tchau, minha princesa. ─ Faço uma voz fininha, beijando e beijando as bochechas da pequena que gargalha.

─ Tchau, Beca. ─ Luiza diz, amorosa.
Fecho a porta e entro em casa. Deixo minha bolsa com as roupas que usei durante o final de semana no canto para algum funcionário colocar para lavar e em menos de dois passos, noto uma mala no vão da sala. Em segundos o dono aparece.

─ Filha.

─ Pai. ─ Devolvo o cumprimento.

André segue até mim e beija minha cabeça. Há um sorriso em seu rosto, um sorriso verdadeiro, seus braços passam por meus ombros e ele me faz acompanha-lo até o lado de fora de casa, enquanto recita que vai viajar durante esta semana para cumprir obrigações do banco, diz também para eu supervisionar o banco do centro e  fazer um cheque para pagar o advogado que trabalhou num caso sigiloso do banco.

─ Durante minha ausência você terá uma reunião com o filho do Reis. 

─ Thomas?

─ Ele mesmo. Ele sabe quais são meus investimentos e pedi ajuda para o pai dele para fazer uma pequena consulta em minhas ações para ver se tenho lucros ou preciso procurar ações melhores para investir. Se encarregue disso. ─ Ele coloca a mala no carro. ─ Já ia me esquecendo, parabéns pelo namoro, esse sim, é um candidato do qual eu me orgulho de chamar de genro.

─ Estou orgulhoso por seguir meus exemplos, vai longe, minha querida. ─ Meu pai mexe em sua mala e retira um envelope, entrega em minhas mãos e com o sorriso enorme, a ansiedade toma seu rosto na esperança que abra o envelope logo.

Abro, não posso acreditar no que está em minhas mãos. Papai passou uma de suas partes para meu nome, não sou somente a herdeira, como também sou a proprietária de uma parte do banco. Para ser sincera achei que só ganharia as partes que meu pai tem quando ele morresse, ou caso um dos sócios quisesse vender a parte deles para mim, mas tenho uma parte. Rebeca Hernandes proprietária. 

─ Feliz aniversário.

─ Meu aniversário é no mês que vem.

Ele sorrir.

─ Considere como seu primeiro presente.

Encaro os papeis em minha mão e nem consigo acreditar. Não me importei com o banco, sendo sincera estar nele não, é algo que eu realmente queira, mas saber que meu pai tem confiança em mim ao ponto de colocar uma parte do seu tesouro em minhas mãos é uma sensação muito boa

Entre o Amor e a AmizadeWhere stories live. Discover now