Capítulo 51

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— Você vai voltar conosco! — Ele se pronuncia sério, parece estar com raiva

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— Você vai voltar conosco! — Ele se pronuncia sério, parece estar com raiva. Acredito que vai ser um longo caminho ouvindo ele falar dos meus maus modos.

— Acho que não vamos ver série novamente. — Ulysses comenta com um tom de voz fraco.

— Acredito que não. Foi bom passar esses dois dias com você, obrigada pelo livro e por compartilhar comigo alguns dos meus sentimentos caóticos.

— Não tem o que agradecer, foi bom passar um tempo com você. Me manda mensagem ou me liga se quiser conversar, acredito que da última vez que me ligou meu número deve ter ficado gravado no seu celular.

— Ficou sim, vou salvar e de mando mensagem. — Ulysses abre os braços, sim, ele vai me abraçar e eu não vejo mal algum nisso, aliás passamos a maior parte do tempo juntos e em nenhum momento se quer ele se comportou mal comigo. Me encaixo em seus braços, e sinto o queixo dele apoiar em cima da minha cabeça.

— Tchau! — Me separo dele.

— Tchau! — Acena para mim.

Dou meia volta e caminho até o vovô, abraço o melhor senhor e sussurro desculpa, ele apenas balança a cabeça e diz, que eu não devo pedir desculpas. Vovô faz sinal, e em seguida um homem traz algodão-doce junto a si.

Me separo de vovô e caminho até o animal que fica feliz em me ver, abraço ela, e solto algumas lágrimas por saber que não a verei tão breve. Queria levá-la comigo, mas não posso.

— Eu te amo, menina! Minha linda algodão-doce. — Tento controlar a vontade chorar, não dá, sou emotiva demais com despedidas. Meu pai buzina, e eu sei que é hora de ir, me afasto de algodão-doce, mas antes digo que irei voltar para vê-la. Abraço vovô mais uma vez e logo adiante apenas aceno e me despeço de maneira formal da minha avó. Entro no carro e os olhos do meu pai me queimam pelo retrovisor.

Abro o livro que Ulysses me deu, me concentro nas primeiras frases que aparece, meu pai resmunga algo, algo que eu não dou a mínima importância.

— Você está me ouvindo, Rebeca? — Não. Eu não estou te ouvindo, tenho preguiça de escutar sua voz, penso em diz, porém não sou louca.

— Sim, eu estou ouvindo você. — Respondo, virando a página.

— Que vergonha! Como poder tratar sua avó daquela maneira! Sabe que ela fica te comparando com sua prima? Ela diz que você não tem educação! — Como se ligasse para o que ela está dizendo ou deixando de dizer. Estou num momento que eu estou pouco ligando para essa gente tóxica.

Sou doce, sou sensível, sou uma mistura de tudo o que há nesse mundo, posso ser a pessoa mais educada, a mais gentil, contudo, eu imploro que não me canse ou me menospreze, pois, não queira me ver como uma garota rebelde.

— Você não vai falar nada? Não vai me pedir desculpa pela vergonha que me fez passar? — ergo meus olhos para olhar para o homem que tenta insistente me fazer sentir culpada. Coitado. Não  está conseguindo.

Abaixo minha cabeça novamente para continuar a leitura. Como é possível o meu relacionamento com meus pais terem mudado tanto do dia para noite, estava tudo tranquilo, mas ao chegarmos aqui, tudo foi por água abaixo.

— Não vai me responder, Rebeca Hernandes?

— O que você quer que eu responda? — Fecho o livro e o olho pelo retrovisor, estou cheia dessa merda de assunto, mas ele quer brigar, então vamos brigar! — Quer que eu peça desculpa? Eu não vou! Eu não estou errado e você sabe disso, sua mãe é uma desocupada que nunca me tratou como neta, ela duvida de mim, ela acha que eu não sou boa o suficiente. Aliás, colocando o nome da minha linda prima no meio, claro que ela é perfeita, segui-o os passos da avó, quer que eu faça como ela? Quer que eu fique com algum riquinho para bancar os meus luxos? Vamos ser sinceros, a Karina nem gosta do meu avô, ela é uma interesseira que queria sair da casa dos pais. — Exclamo! Meu pai dá uma freada brusca, ao ponto do meu corpo se chocar em relação ao cinto de segurança.

— Nunca mais fale assim da minha mãe! — Ele berra, me encarando com os olhos irados de raiva.

Ele  vira para frente e seguimos pela estrada deserta.

" primeiro round ,Rebeca Hernandes, a vencedora que, jogou a verdade na cara do pai! Parabéns!", meu subconsciente comemora.

Me calo. Sei que continuar essa briga não é uma boa opção. Volto a ler o livro. O caminho todo é um completo silêncio, ninguém se submete a puxar algum assunto. Pois é, acho que eu sou a culpada por ter acabado com harmonia da família. Parabéns para mim!

Não consegui dormir, mesmo eu querendo muito não consigo, somente eu e meu pai estamos acordados, ele me olha às vezes pelo retrovisor, mas não diz nada, talvez esteja pensando o quão rebelde é a filha, ou nas palavras dele, não passo de uma ingrata. Está à noite, agora as estradas pelas quais passamos não são tão desertas, o que indica que estamos próximo da cidade.

Pego meu celular e procuro por alguma série, mas nenhuma me chama atenção. Confiro minha lista de ligações e depois de muito procurar, encontro o número de Ulysses, salvo em meus contatos e mando mensagem para o ruivo.

Eu
Oi e a Rebeca, salva meu contato.
Está acordado?

Ruivo
Oi! Estou sim.
Está tudo bem aí, percebi que seu pai deu uma freada bem perigosa, você está bem?

Eu
Estou bem. Somente não
consigo dormir, e em relação
ao meu pai, ele é um idiota!

Ruivo

Brigaram, né? Infelizmente eu não tenho um piano aqui, se não tocaria para você dormir.

Eu
Bem que eu gostaria.
Me conte algo sobre você, sua
família, seu pai, seus amigos, algum assunto tipo esse para
a gente passar o tempo.


Se eu estou dando uma de intrometida? Claro que estou, quero saber se Ulysses é o pai de Luiza.

Ruivo
Não tenho muito contato com meus familiares, suponho que a única que eu converso é com minha tia.
Meu celular está acabando a bateria, não vai dar para responder o restante das perguntas.

Que merda! Acho que não é dessa vez que eu descubro se ele é ou não o pai. Arf! Encosto minha cabeça na janela,  encaro a paisagem, é possível ver alguns prédios e muitas casas, acho que finalmente estamos chegamos.

Em plena madrugada, o carro finalmente para, saio do automóvel e sou a primeira adentrar em casa, a primeira coisa que eu faço e tomar banho, depois disso sinto meu corpo mais leve, meus olhos também parecem estarem cansados. Me deito na cama e completamente morro.

Entre o Amor e a AmizadeWhere stories live. Discover now