Capítulo 76

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Minha mãe e Agnes estão extremamente ocupadas organizando os detalhes do aniversário de Agnes que, em breve chegará

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Minha mãe e Agnes estão extremamente ocupadas organizando os detalhes do aniversário de Agnes que, em breve chegará. Meu plano era chegar em casa, almoçar, me arrumar e ir para casa da Lupi, mas não foi bem assim. Passei a maior parte do meu tempo ajudando Agnes a escolher qual princesa ela quer ser. O tema da festa será "Princesas", a casa está cheia de coroas e vestidos, não, não é somente as crianças que vão vir fantasiadas, Agnes exigiu que colocassem no convide que é obrigatório usar vestido longo semelhantes aos das princesas e os homens também devem usar roupas semelhantes aos
dos príncipes.

Eu não escolhi exatamente uma princesa, apenas aderir usar o vestido que mais agrada meus olhos e favorece meu corpo, entre vários vestidos rosas, amarelos, meus olhos se apaixonaram justamente pelo vestido azul-marinho. A saia é rodada, igualzinho aos vestidos que vemos nós filmes, ele se torna justo na cintura para cima, o decote não é vulgar, mas deixa minha clavícula totalmente exposta. Depois de passar dez minutos convencendo Agnes de usar o vestido semelhante ao da Rapunzel, a garota finalmente me ouviu e decidiu ficar com o vestido rosa.

Assim que tive um tempo subi para meu quarto e me arrumei, minha mãe e Agnes por estarem na sala de jantar provando alguns doces que vão servir na festa, nem me viram sair de fininho. O que foi um alívio para mim.

Por sorte ou por ironia do universo, assim que passo pelo portão da casa de Lupi, me encontro com Leonel saindo. Claro, eu não consigo me conter, não consigo manter a minha língua parada na boca por isso com toda coragem vou até ele.

— Com qual direito você contou para a Charlotte que você me beijou? — Ele para e me encara com seus olhos cansados.

— O que eu faço ou deixo de fazer não é dá sua conta, Rebeca! — Sua voz sai amarga, como se dirigisse as palavras ao ser mais insignificante do mundo.

— Quando o que você faz me afeta é da minha conta, sim! — Ele revira os olhos e caminha exatamente dois passos.

— Vingança, Rebeca! Contei por vingança! — Suas palavras são frias e sem sentimento algum, até parece um psicopata relatando para sua vítima como vai mata-la. Ele não fala nada por alguns segundos, mas seus olhos penetram em minha face, tentando decifrar meu semblante. Um sorriso implicante se forma em sua boca. Ele aproxima seus lábios próximo ao meu ouvido. — Eu vou me vingar de você, Rebeca! Você vai me pagar pelo tapa, por ter contado a Lupita a verdade e principalmente eu vou me vingar por você nunca ter sido minha! — Sua voz soa num tom baixo, intensificando de um jeito macabro suas palavras.

Me viro para ele.

— Me diga qual é dá sua obsessão por mim? O que eu tenho que faz você ser tão amargurado ao ponto de planejar uma vingança contra mim? — Ele zomba da minha cara com uma risada alta.

— Isso não se trata de você! Você é apenas um atalho. Isso se trata de tirar tudo o que faz o Nathan feliz, você o faz feliz evocê sempre foi o meu alvo. Eu queria que você fosse minha, somente para eu ter o gosto de esfregar na cara dele que tenho uma coisa que ele nunca poderia ter, porém, tudo para ele sempre é mais fácil e você nunca me deu bola, nunca me perdoou e depois daquele dia na casa de Matias você me odiou mais ainda. E agora, vocês estão juntos! Ele joga na minha cara cada dia mais o quão infeliz sou. — A voz dele transborda raiva, ressentimento e dor. Seus olhos nublados me encaram com ódio. — Eu vou separar vocês dois! — Ele fala isso como se fizesse uma promessa, em seguida me dá as costas e segue para fora da residência.

Digito uma mensagem ao Nathan. Conto de forma resumida o que Leonel e disse a mim. Pelo fato da mensagem não ter sido visualizada não tenho nenhuma resposta ou opinião de Nathan.

Por sempre frequentar a casa de Lupi os funcionários me dão liberdade o suficiente para subir até o quarto de Lupita sem precisarem de me acompanhar. Não bato na porta, apenas entro. O quarto está escuro, as cortinas estão fechadas, mas consigo ver um alto-relevo na cama, apresentando ter alguém deitado ali. Acendo a luz e vejo Lupita esconder o rosto debaixo da coberta.

Pulo em cima dela e ouço ela gritar “Ai", além de ficar pulando na cama como uma criança, também chacoalho a garota que solta alguns resmungos.

— Sai dessa depre! — Arranco a coberta dela. Ao olhar seu rosto noto um sorriso, mas também percebo seus olhos inchados.

Lupi se senta e encostas as costas na cabeceira, sento-me na cama e pego uma das mãos de Lupi.

— Você sabe que eu te amo, não sabe? — Ela balança a cabeça positivamente. — Você está desse jeito pelo o que a Blenda disse?

— Sim. — desabafa, passando a mão pelo nariz.

— Vamos fazer um combinado? — Ela me olha intrigada. — Não vamos deixar que homem algum nos abale, não vamos deixar de viver, de sorrir, por nenhum deles, ok? Meu avô sempre fala que somos valiosas demais para nos prender a caras que não vale nada. Concordo com ele.

— Você também pensa que é verdade?

— Isso explicaria o comportamento dele. Mas não vamos perturbar nossas cabeças com apenas especulações! — Digo. Me levanto, abro as janelas deixando claridade entrar.

— Você tem razão! Não posso ficar mal por uma coisa que eu nem sei se é verdade. E se for verdade, eu também não vou lamentar, sou uma mulher preciosa demais para ficar com um homem que não me retribui confiança. — Lupita se levanta decidida. As palavras que ela fala não exalta apenas o amor-próprio, mas também serve de base sobre nossas suspeitas da suposta traição.

Lupita se ergue e segue para o banheiro, após a porta ser fechada consigo ouvir o barulho da água bater ao chão.

Sei que considero Lupita fraca às vezes, mas ela é forte do jeito dela. Lupita passou por várias coisas, mas mesmo assim ela consegue ter uma visão bonita do mundo, ela consegue acreditar no amor, em romances de tirar o fôlego e principalmente que todos possuem um lado bom dentro de si. Por isso a chamo de princesa encantada.

Lupita se arruma. A aparência abatida sumiu, ela é outra pessoa agora. Representa um semblante mais vívido, um sorriso que parece ser inabalável, mesmo sabendo que há dúvida no coração dela, não deixa transparecer.

— Bora andar de patins? Preciso tomar um pouco de ar.

— Claro.

Concordo de imediato. Faço tudo para distrair minha amiga. Lupita me emprestou um dos patins da coleção dela, pedimos que o motorista dela nos levasse até a praça onde onde Nathan ensina Agnes a andar de skate. O lugar está lotado de gente, a maior parte é do sexo masculino, no começo ficamos meio desconfortáveis, porém, depois de algum tempo conversando sobre algumas velhas lembranças até esquecemos dos olhares masculinos sobre nós.

Entre o Amor e a AmizadeWhere stories live. Discover now