Guardo esse sentimento há tanto tempo, o reprimo há anos, mas agora ele se libertou, tudo por causa de um bendito beijo.
Eu e Nathan sempre tivemos um amizade legal, porém agora está tudo diferente. Eu sinto algo a mais por meu amigo, sei que isso é...
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Adentro no salão, focada em encontrar Bruna. Por todo o lado vejo as pessoas me encarando, provavelmente sabem que Nathan me traiu, todos estão rindo, achando graça do meu desespero emocional.
Chega!
Estou louca! Ninguém sabe e mesmo se souberem não vou deixar que me vejam como uma idiota sofredora. Eu o amo, mas não ao ponto de chorar na frente de todos e mostrar para o mundo a dor que ele me causou. Antes de amar ele, eu me amo e é exatamente por isso que preciso me recompor. Essa desesperada, maluca, não sou eu.
Sigo para o banheiro. Pego um papel e limpo minha maquiagem, a cada segundo minha respiração volta a se tranquilizar, minha aparência retoma seu brilho e a cada fechar de olhos as palavras de Nathan martela em minha cabeça.
Ele pensa que sou uma qualquer, mas não sou uma qualquer, Sou Rebeca Hernandes e acredito que já passou da hora de me comportar de acordo com meu nome. Está na hora de deixar meu sobrenome agir, sendo manipuladora, ardilosa e movendo tudo ao meu redor para me favorecer. Agindo como o famoso André Hernandes, usando tudo o que meu pai me ensinou.
Saio do banheiro. Encontro meu pai sozinho bebendo e encarando a tela do celular, seus olhos ao pararem sobre mim, apresenta o sentimento que eu odeio, pena.
— Soube que o N... — Levanto a mão pedindo que ele nem continue.
— Guarde sua falsidade para usar com seus sócios. Não preciso da sua pena, pai, mas preciso que você se junte ao seu grupinho de milionários e quero que você traga o Senhor Campos para esse grupinho, ok?
— Isso é uma ordem?
— Entenda como quiser, se não fazer esse pequeno favor, eu mesma o farei e você não estará perto para desfrutar do gosto de ver o idiota do Campos assim como sua filha serem ridicularizados e expostos pela sociedade. — Um sorriso torto surge no rosto dele.
— O término desse namoro lhe fez bem. — Comenta, contente. — Orgulhosos por sua atitude, filha.
— Não preciso do seu orgulho, isso não se trata de você, mas sim de mim, você é apenas um brinquedo nesse meu jogo. Agora, se me der licença, preciso falar com uma pessoa.
Caminhando em passos cuidadosos encaro todo o salão do alto da escada que leva para o terraço, no meio do fotógrafos, encontro a jornalista que vai me proporcionar grande gozo.
Entro meio do grupo e muitos me olham e menos de segundos muitos me fazem perguntas sobre traição, beijo, e como estou me sentindo com tudo isso, com a expressão surpresa e com o sorriso mais falso desenhado em meus lábios, respondo.
— Primeiramente, quero dizer que eu e o Nathan terminarmos alguns dias atrás por motivos pessoais, em relação ao beijo entre ele e a Charlotte, suponho que ela seja mais uma das ficantes dele. O que diz a respeito de mim, estou ótima e minha amizade com Nathan continua a mesma. Não houve traição da parte de ninguém, apenas vimos que somos diferentes e que somos melhores como amigos do que como namorados. — Cuspo cada palavra torcendo que todos acreditem. — Bruna, preciso conversar com você.
