Capítulo 55

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Desvio meu olhar para o ruivo, ele está vestido com uma bermuda branca e uma camisa cinza, seu cabelo está bagunçado e sua pele está rosada, indicando que estava correndo, brincando com Luiza

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Desvio meu olhar para o ruivo, ele está vestido com uma bermuda branca e uma camisa cinza, seu cabelo está bagunçado e sua pele está rosada, indicando que estava correndo, brincando com Luiza. Ele fita concentradamente meus olhos, uma de suas sobrancelhas se ergue e sua boca se torna rígida.

- Você está bem? - Questiona, mantendo o mesmo semblante. Assinto. - Tem certeza? - Insiste.

- Tenho, por que a pergunta? - Indago, curiosa por sua insistência em meu bem-estar.

- Seus olhos não estão com o mesmo brilho alegre, eles transportam um certo tipo de melancolia. Aconteceu algo?

- Por que eu deveria te contar? Não nós conhecemos direito, sei muito pouco sobre você, e o que eu estou sentindo, confio contar somente para àqueles que confio e conheço suas histórias. - Seu semblante se torna mais leve, sua boca volta ao normal e em seu olhar há um certo conformismo.

- Tem razão! Passamos apenas 2 dias juntos e eu não te contei certos aspectos da minha vida, então eu contarei minha história para você, e espero que da mesma forma que eu confio em você, quero que você também confie em mim. - Ele direciona seu olhar para Luiza, num suspiro meio doloroso volta a me encarar. - Quando eu era mais novo, era imaturo, irresponsável e não queria saber de nada, não me importava com o legado do meu pai, nem nada disso. - Ele solta um suspiro e fecha os olhos, parece tomar forças para continuar. - Mas tudo mundo quando Luiza chegou. Quando ela nasceu foi um dia muito feliz e, ao mesmo tempo muito doloroso, minha mãe não resistiu ao parto e faleceu. Depois disso, nada foi como antes, meu pai culpava a Luiza pela morte da mãe, ele não cuidava dela e muito menos gostava da criança, eu tive que abandonar minhas saídas, minhas noitadas para cuidar dela. Quando Luiza completou 1 ano, meu pai ameaçou a levá-la para um orfanato, eu protestei, mas isso só resultou num braço quebrado.

- Seu pai quebrou seu braço! - Demostro minha surpresa pelo ato de crueldade.

- Sim, meu pai quebrou meu braço e jogou eu e Luiza para fora de casa, ele nós tratou como se fossemos lixo. - Em seu tom revela raiva, tristeza, apesar de tudo um ódio eminente é o mais perceptível. - Me lembro que eu fui para a casa da minha namorada, ela ao saber de tudo, não pensou duas vezes antes de terminar comigo, ela não queria se comprometer ao papel de mãe. Não tinha mãe, nem namorada e muito menos amigos, minha única saída foi viajar para a Itália em busca de ajuda da minha tia por parte de mãe. Ela me ajudou. - Ele fecha a mão e a leva até a boca, ele dá uma leve mordida no dedo e fecha os olhos. Seus olhos se franze, suponho que as lembranças voltam assombra-lo, e eu sinto muito por ter feito ele lembrar de coisas tão dolorosas.

Passo minha mão pela lado direito de seu pescoço, com delicadeza faço com que ele me abrace, sua cabeça repousa em meu ombro. Ele passa seu braço por minhas costas, e eu acaricio o pescoço do ruivo, tento passar a ele uma certa tranquilidade e conforto, mas sei que não serão abraços que vão fazer com que ele sente desapareça, mas vale a pena tentar.

- Você é um ótimo irmão, sua mãe deve se sentir orgulhosa pelo filho que tem! - Sussurro no ouvido dele. Ele levanta a cabeça e me fita, percebo que os olhos dele estão um pouco vermelhos, eu sei que ele quer chorar, porém, resiste. - Me sinto até mal, agora, pensei que você era o pai de Luiza. - Comento na tentativa de descontrair o momento. Ele arregala os olhos e solta uma pequena risada.

- Por que achou isso? - Pergunta, voltando com seu semblante divertido.

- O jeito que você falava que ela mudou toda sua vida, aliás eu nunca a vi falar do pai, e por você ser tão carinhoso e cuidado ajudou nessa minha especulação.

- Você é doida! - Ele balança a cabeça negativamente ainda não acreditando em minha ideia absurda. - Agora você conhece um pouco de mim, será que você pode me dar o privilégio de me dizer qual é o motivo por seus olhos não trasbordarem aquela alegria contagiante? - Ele apalpa as maçãs do meu rosto. Seus lábios estão de modo afastado dos meus, mas os olhos castanhos vislumbram tanto minha boca, que parece que ele vai me beijar. - Confia em mim! - Roga.

Levo minhas mãos até as suas que, estão sobre meu rosto, as seguro, e me aproximo mais do ruivo, encosto minha cabeça em seu ombro.

- Eu confio em você! - Confirmo. Por estamos completamente de mãos dadas, percebo que ele acaricia minha mão, enquanto espera que eu continue a falar. - Eu gosto de um menino. - Declaro. No mesmo instante o ruivo se transforma numa estátua, ele se enrijece. Não entendo o motivo de tal comportamento, apenas noto que ele fica desde modo por alguns minutos.

- Continua. - Pede com a voz séria.

- Eu e ele somos amigos, melhores amigos. Não acho certo que esse sentimento aconteça entre nós. Eu confessei a ele que eu também gosto dele, e estava tudo bem... até hoje ele abraçar uma garota que eu odeio.

- Está claro que você está sentindo ciúmes dele, mas também é bem óbvio que você está procurando motivos para esse relacionamento não dar certo.

- Como? - Pergunto, querendo que ele me explique melhor.

- Você começou dizendo que entre relacionamento de vocês dois não podem dar certo, o que indica que você não quer quê dê certo! Aliás, um abraço não é motivo para uma briga. Acho que o problema não com relacionamento, mas sim com você! - Ulysses está certo. Coloco tanto obstáculos no relacionamento com Nathan, talvez deva acabar tudo com ele.

- Você deveria ser terapeuta, dá ótimos conselhos, ruivinho!

- Me conta, qual é o motivo de você arrumar tantas desculpas para esse cara?

- Medo. Tenho medo de perde-lo.

- Por que não fala isso para ele. Conte a ele como se sente, e se ele não entender, afaste dele e viva sua vida, procure alguém que realmente goste de você e entenda você!

Não tocamos mais no assunto, apenas observamos as meninas a brincarem à nossa frente. Depois de um tempo, o céu se fecha, nuvens cinzas invadem o céu que antes estava azul, o vento sopra forte, meu corpo se arrepia com o contado do vento gelado, Ulysses por seu cavalheiro tira da mochila uma blusa e me dá para vestir.

Me sinto estar sendo vigiada, me viro para trás e meus olhos se encontram com os de Nathan. Um calor sobe por meu corpo e sem pensar muito, me levanto.

- Ulysses, eu preciso conversar com um amigo, daqui a pouco eu volto. - Aviso

Entre o Amor e a AmizadeOnde histórias criam vida. Descubra agora