Guardo esse sentimento há tanto tempo, o reprimo há anos, mas agora ele se libertou, tudo por causa de um bendito beijo.
Eu e Nathan sempre tivemos um amizade legal, porém agora está tudo diferente. Eu sinto algo a mais por meu amigo, sei que isso é...
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Encaro meu reflexo no espelho, estou bonita, no entanto, um semblante de preocupação é visível em meus olhos.
— Está bem, Rebeca? — Cecília pergunta se aproximando da penteadeira, esboço um sorriso confirmando estar bem. Ela não parece acreditar, porém, não faz mais nenhuma pergunta, o que de certa forma me deixa aliviada.
Hoje é o dia que eu saberei que meu traí ou não minha mãe com essa tal de Vitória. Meu celular vibra em cima da penteadeira, o pego e leio a mensagem de Lupita.
Lupita
‘On-line’ Estou do lado de fora da sua casa!
Eu Estou descendo.
Apanho meu celular, me direciono até o meu closet e pego minha mochila, a coloco sobre os ombros e sigo em direção às escadarias. Estando no andar de baixo, posiciono minha mão sobre a maçaneta da porta principal, ao abrir a porta ouço barulhos do sapato-de-salto da minha mãe sendo chocados contra o chão.
— Onde você vai? — Ela pergunta, vendo que meu corpo está do lado fora.
— Eu e Lupita vamos tomar café na padaria que fica na rua da escola. Tchau mãe. Te amo! — Fecho a porta e corro em direção ao portão que dá acesso à rua, enxergo o carro a minha espera, acelero ainda mais meus passos. Abro a porta de trás e me junto a Lupita que me olha contente.
— Bom dia! — Ela me abraça.
— Bom dia.
— Preparada para a tal descoberta? — Lupita produz aspas com os dedos.
— Descoberta!? Tenho certeza de que você não é desse mundo!
Ela sorrir.
— Você tem razão, eu não sou desse mundo. No mundo de onde eu vim não há pessoas sem caráter, em todo lugar do meu mundo há flores e muitos doces, e todos de lá são felizes!
— Como eu faço para chegar nesse lugar? Preciso urgente de me mudar para o seu mundo de contos de fadas. — Zombo. Lupita revira os olhos e não me contradiz. Ela tira o celular do bolso e ao observar a tela ela sorrir. Um sorriso gigantesco. — Mensagem?
— Sim! — Responde animada, mais precisamente com cara de apaixonada.
— De quem? — Ela sorrir de um jeito levado e em seguida vira a tela do celular em minha direção.
Como eu suspeitava, o sorriso enorme, expressão de boba apaixonada são consequências de mensagem mandadas por Pedro.
Admiro a paisagem do lado de fora do carro, as árvores parecem correr, vento frio toca meu rosto fazendo minhas bochechas ficarem gélidas. Fecho a janela, encosto minha cabeça no vidro, no começo eu conseguia ver algumas árvores, mas a medida que o carro entra no centro da cidade, as árvores desaparecem e em todos os lugares que olho é possível ver prédios e mais prédios, não há cor, nem natureza, apenas poluição e um tempo cinza triste.