Guardo esse sentimento há tanto tempo, o reprimo há anos, mas agora ele se libertou, tudo por causa de um bendito beijo.
Eu e Nathan sempre tivemos um amizade legal, porém agora está tudo diferente. Eu sinto algo a mais por meu amigo, sei que isso é...
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- Olha quem estão aqui! - Finge estar surpresa. Ranço de loira! - Rebeca, eu vi o artigo que escreveram sobre você é o Nathan, mas suponho que eles esqueceram de acrescentar que você é uma puta e que traiu o Nathan. Que vergonha! Ficando um mero bibliotecário. - O Leonel contou a ela! Mas, que cachorro!
Não o que argumentar. Sabe quando te pegam de surpresa? Eu não pensei que Leonel contaria sobre nosso beijo, mas pelo visto me enganei. Agora eu sei o porquê deles estarem sempre se encontrando na cafeteria do outro lado da rua.
- Nossa sua vida deve estar uma bosta! - Mikaela toma minhas dores ao perceber que não sei o que falar.
- Como? - Charlotte faz um semblante de desentendida.
- Isso que você ouviu, Dragão de Komodo! Você não tem nenhum velho rico de esperando não? Vai, conta como é ser um objeto sexual nas mãos dos caras com que você dorme? - O semblante de Charlotte muda completamente, o que antes transbordava deboche e superioridade, agora só resta uma vergonha que ela não consegue esconder. Mikaela conseguiu tocar diretamente na ferida dela.
Blenda e Helena ao verem que a amiga não tem psicológico para retrucar, elas tomam uma atitude, quer dizer, Blenda toma uma iniciativa para criar uma discussão.
- E você, Mikaela? Nem namorado você tem, ninguém se interessa por você! Fala essas mentiras apenas para diminuir a dor de não ter um namorado. Quer dizer, realmente é melhor não ter namorado do que ser uma chifruda, não é mesmo, Lupita?
- O que você quer dizer com isso? - Lupita fala meio aflita. Blenda não diz nada, ela e o grupinho saem apenas nós deixando com a dúvida. - O que ela quis dizer com isso, o Pedro me traiu? - Lupita começa a ter um ataque de ansiedade, sua respiração descontrola o choro domina seu rosto. Somos forçadas a colocar Lupita sentada na pia do banheiro e pedir que ele expire e inspire calmamente, tentando fazê-la voltar ao normal.
A respiração consegue voltar ao normal, mas uma onda de aflição aterroriza os olhos dela.
- Ele me traiu! - Ela fala, como concluindo que as palavras de Blenda sejam verdadeiras.
- Não. Claro que não. - Tento tirar esses pensamentos da cabeça dela. - Amiga, como você pode confiar no que aquela garota diz? Ela não gosta de você e com certeza ela iria falar qualquer coisa para te atingir, fazer você ficar mal. É isso o que ela quer, ver você sofrer por uma mentira.
Ela passa as mãos pelo rosto e respira fundo.
- Você está certa. Mas eu não estou me sentindo bem, vou pedir para minha mãe me buscar, minha cabeça está doendo muito e acho que preciso de um tempo para processar tudo.
Concordamos com a decisão dela. A levamos até a secretaria, não pudemos ficar com ela, a secretária nos mandou aproveitar o intervalo, no entanto, não temos cabeça para isso. Mesmo que tenhamos dito que Blenda é uma mentirosa, algo coisa me faz pensar que ela possa estar certa, mas se ela estiver falando a verdade vai significar que o Nathan me enganou... eu não quero acreditar que ele possa ter feito isso.
- Você acha... - Eu não sei. - Respondo. Imaginando o que Mika iria perguntar.
- Ele seria capaz disso? Blenda tem que estar mentindo! - Mika esbraveja, inconformada em pensar que Pedro possa ter sido tão vagabundo a esse ponto.
- E se ela não estiver mentindo?
- Teremos que ser forte, sabemos que Lupita vai ser muito afetada.
- Ela é tão sensível... Não quero que isso seja verdade. Para o bem dela, tudo isso tem que ser uma grande farsa.
Não voltamos para o refeitório, subimos para nossa sala e preferimos ficar ali. Sabemos que encontrar o Pedro vai ser uma tentação não perguntar se é verdade ou não, por isso preferimos ficar reclusas.
Me despeço de Nathan com um abraço. Ao me separar encaro ele no fundo dos olhos e pergunto:
- Você tem certeza que eu posso confiar em você? Você tem certeza absoluta que o problema do Pedro não vai machucar a Lupi? - Interrogo.
- Tenho certeza. - Sua voz é falha, o que faz com que eu sinta um aperto no coração. É como se o meu próprio corpo disse que ele está mentindo.
- Eu te amo! - Beijo ele e em seguida entro no carro.
Nathan vai passar a tarde treinando e depois vai andar de skate com alguns amigos, aproveitando a ausência dele no meu dia, irei fazer uma visita a Lupita.
