Capítulo 26

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Gente! Eu estou sem palavras, sério...Ah, estou muito feliz, o livro atingiu 2k, isso tudo graças a vocês, meus leitores queridos! Quero agradecer a cada um de vocês que acompanham minha obra, quero agradecer a todos que estão votando e interagindo, esses dois 2k não seria possível sem vocês. ♥️♥️

Jamile_Br_laufeyson umas das leitoras mais fofas, que sempre está interagindo com a obra, realmente eu te agradeço muito pelos comentários e elogios, isso me ajuda muito.  Obrigada mesmo. ♥️🌻

Para comemorar os 2k, preparei dois capítulos que postarei hoje mesmo, espero que vocês gostem! Mais uma vez MUITO obrigada. ♥️

O motorista mal para o carro em frente de casa e, eu disparo em passos longos para entrar em casa

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O motorista mal para o carro em frente de casa e, eu disparo em passos longos para entrar em casa. Passo por Cecília que está me esperando na entrada, deixo minha mochila no meio da escada, assim diminuindo o peso e aumentando minha velocidade.

Entro no meu quarto e tranco a porta, me jogo na cama e abraço meu travesseiro com toda força que há em meu ser, as lágrimas descem queimando, meu coração dói, por um momento minha respiração falha, tento me concentrar para poder respirar melhor, mas não consigo.

— Rebeca! Está tudo bem? — Cecília pergunta, tentando abrir a porta.

Não respondo, mesmo querendo dizer algo eu não consigo, minha voz parece ter desaparecido. Passo as mãos por meu corpo sentindo nojo de mim mesma, as lágrimas parecem não acabar, igualmente a dor e as lembranças.

— Chega! Eu não aguento mais! — Pressiono minhas mãos na lateral da minha cabeça, na tentativa de me livrar das lembranças de Leonel.

Não adianta, ao fechar os olhos tudo vem á tona. Consigo ver cada passo, cada movimento meu pela biblioteca. Eu apenas fui à biblioteca para entregar um livro para a bibliotecária, subi para o segundo andar a procura dela, mas não a achei, estava desistindo quando encontrei Leonel.
O sentimento de raiva por ele invade meu coração, porém, o sentimento de medo e desespero são maiores, ainda mais quando eu me lembro que ele me agarrou pela cintura e me pressionou contra uma das estantes. Ele passou as mãos pela minha cintura e acariciou meus cabelos, enquanto dizia o quanto me amava, eu tentei fugir, eu até mesmo gritei, ninguém me ouviu. O mesmo medo daquele momento me ronda nesse instante. Ele teve a audácia de beijar meu pescoço, enquanto dizia coisas românticas  ao meu ouvido, cada palavra que saía da boca dele se tornava insultos, mesmo ele dizendo coisas lindas, tudo parecia sem sentindo.

Eu não entendo essa obsessão de Leonel por mim, nós éramos amigos, até ele me empurra para um amigo dele que dizia me amar, mas, no fundo, ele nunca sentiu nada por mim, o tal garoto só queria dormir comigo, eu não me entreguei a ele, no entanto, o garoto não aceitou "não" como resposta.

Ouço Cecília dar batidas e mais batidas na porta, ela realmente está preocupada comigo, eu sinto muito por deixa-la assim, mas eu não vou abrir a porta, não quero que ela me veja desse jeito.

Se não fosse Nathan eu nem sei o que eu faria. Quando ele nos encontrou eu jurava que Nathan iria bater no Leonel, mas felizmente ele me escutou e não fez nada. Eu não fico com pena de Leonel, nenhum pouco, eu queria muito que ele pagasse tudo o que me fez, mas eu sei que se Nathan começar a bater no Leonel, ele não vai parar até Leonel estar morto, e eu não posso condenar Nathan a isso.

As lágrimas ainda continuam a escorrer por meu rosto, olho para meu corpo e, não sei, não parece o meu corpo, parece algo sujo, imundo.

Eu me quero de volta! 

Me levanto e sigo até o meu closet, passo a frente de um espelho e não consigo me reconhecer, estou vermelha, meus olhos estão inchados, meu rosto, minha aparência não exala nenhuma vida.

Tiro minha roupa, a jogo no canto do cômodo, me observo no espelho e realmente minha vontade de chorar aumenta.

O corpo é meu, a aparência é minha, a vida é minha, o que significa que ninguém tem o direito de tocar ou se envolver, parece que as pessoas que se encontram nesse mundo não entendem isso! Ninguém tem o direito de tocar em ninguém, não importa minhas atitudes, as roupas que eu vista, é meu corpo, eu, não somente eu como todos merecemos RESPEITO!

Entro no banheiro e tomo banho, eu sei que não tivemos nenhuma relação, mas só o fato de Leonel ter encostado as mãos em mim, me dá uma sensação de estar suja. Depois do banho me visto com uma roupa  solta, não quero nada colado. Volto a me deitar, repouso minha cabeça em um travesseiro e é possível sentir as lágrimas escorrem novamente.
Por que esse sentimento não me larga?

Ouço a porta ser destrancar, em seguida Cecília e minha mãe entram.

— Querida, o que aconteceu com você? — Cecília se senta ao meu lado, ela acaricia meus cabelos, e quando eu fito seus olhos percebo sua preocupação por mim. Eu a abraço, abraço com todas as forças, eu definitivamente estou a procura de um abrigo para me esconder desse mundo, mas infelizmente os braços de Cecília não me transmitem isso, apenas me transmite apenas um conforto temporário. 

— Filha, o que aconteceu? — Minha mãe pergunta, ela passa sua mão secando minhas lágrimas, realmente é a primeira vez que a vejo preocupada comigo.
Não respondo. Eu apenas me aconchego nos braços de Cecília. As duas ficam ao meu lado durante muito tempo, minha mãe em todo momento faz cafuné em minha cabeça, assim como ela fazia quando eu era criança.

As lágrimas secaram, e eu acho que não tenho mais lagrimas para chorar, por estar mais calma saio dos braços de Cecília e volto a deitar minha cabeça no travesseiro. Minha mãe pede que Cecília pegue algo para eu comer e assim a senhora faz. Assim que Cecília sai minha mãe se aproxima de mim, ela me olha e sorrir. Até agora ela não disse nada, eu nem sei se irá dizer, eu apenas não crio muitas expectativas, aliás, quando eu era pequena ela nunca se importou, então por que ela se importaria agora?

Ela encosta as costas na cabeceira.

— Me desculpe! — O quê? Eu realmente escutei isso? Encaro minha mãe um pouco cética. — Você tem razão, eu sou uma péssima mãe, eu dou mais valor a minha aparência do que á você e Agnes,  e eu sinto muito por isso. Desculpe por inventar desculpas para não ver suas apresentações, desculpa por viajar e não te levar comigo. — Vejo algumas lágrimas escorrem pelos olhos da minha mãe, eu nunca a vi chorar. Ela respira fundo e continua. — Desculpa por ter afastado seus avós de você, eu os afastei, pois, eu os achava falsos, eles nunca me deram atenção quando eu tinha sua idade, então quando eles te enchiam você de presentes, mimos, carinhos eu simplesmente não acreditava que aquilo era real. Mas vejo que cometi um erro, eu não somente os afastei, como eu também fiz a mesma coisa que eles, eu esqueci a minha filha, assim como eles fizeram comigo. Me desculpa, minha filha! — Minha mãe me abraça, retribuo o abraço com todo amor que há em mim. Eu achei mesmo que não teria lágrimas para chorar, estava enganada. Às lágrimas voltam a invadir meus olhos, no entanto, essa são lágrimas de felicidade. — Eu prometo mudar, nós vamos recuperar todo esse tempo. Eu pretendo ser a melhor mãe desse mundo. Eu te amo!

— Também te amo! — Com lágrimas nos olhos respondo.

Minha mãe me abraça com mais força, ela me abraça com tanta força que parece que tem medo que eu fuja de seus braços.

Sabe quando eu disse que estava a procura de um abrigo para me esconder desse mundo? Eu finalmente o encontrei, estando nos braços da minha mãe, eu consigo sentir que nada pode me machucar, que nada pode me atingir. O melhor lugar do mundo sem dúvida é nos braços das nossas mães.

Cecília me trouxe uma bandeja com as minhas comidas preferidas, trouxe morangos, maçãs, sanduíches, bolo de chocolate, e tanta coisa que eu vou passar horas falando. Minha mãe passou a tarde comigo, ela relatou vários lembranças da minha infância,  passamos a maior parte do tempo conversando sobre algumas atitudes que fizemos ao longo desses anos.

Entre o Amor e a AmizadeWhere stories live. Discover now