Como a minha mãe estava praticamente bem perto de mim eu marquei de almoçar com ela depois que eu resolvesse sobre o apartamento com o Matheus. Ela aceitou o convite, mas me fez milhares de perguntas se eu tinha saído com o Caio na noite passada porque eu tinha postado uma foto com a localização do restaurante. Ela ainda tinha esperança de uma volta nossa, porém nada me fazia voltar para ele, nada mesmo!
Catarina: Você ontem postou uma foto no restaurante e deu pra ver que tava acompanhado por alguém, quem era? -coloquei o celular em cima da mesa e respirei fundo.
Lua: Uma pessoa com quem eu estou saindo.-ela sorriu.
Catarina: Ele trabalha com o que? É médico, empresário, advogado ou herdeiro? -neguei com a cabeça.
Lua: É bandido, e roubou meu coração.-ela fez cara feia.
Catarina: Não fale nem brincando uma coisa dessas, eu não criei a minha filha com tanto amor e carinho dando tudo que ela sempre quis para se envolver com homem que não presta.-negou com a cabeça e eu passei a mão no rosto já imaginando o show se ela me visse em algum lugar com o Coringa.
Lua: Mas eu falei a verdade.-ela riu.
Catarina: Sem brincadeira de mal gosto.-dei de ombros.-Eu quero um futuro para você, ou que pelo menos você consiga alcançar o futuro. Por que ser bandido significa não chegar no futuro, imagina aí quem tá do lado deles? Fora que eles começam a manipular quando não conseguem o que querem, você ver na televisão como é que funciona.
Eu decidir mudar de assunto.
No fundo eu sabia que ela estava falando a maior verdade que eu poderia ouvir na minha vida, mas era tarde demais para aquilo entrar no meu coração. Talvez se esse assunto fosse conversado antes com ela eu não teria me apegado tanto a uma pessoa que aparentemente corria risco de vida em todo o lugar.
Mas também se eu conseguisse evitar toda a aproximação nossa eu não estaria me sentindo tão livre e dona do meu próprio nariz naquele momento. Eu sabia do tamanho da dor que eu iria sentir se eu perdesse aquele homem em um assalto, mas eu confiava o suficiente nele ao ponto de despejar todas as minhas expectativas dele sair vivo daquele lugar.
Catarina: Tchau, mamãe te ama muito e obrigada pelo passeio de hoje.-deu um beijo na minha testa.
Lua: De nada, eu também te amo.-sorrir e ela tirou o cinto descendo do carro.-Na próxima semana a senhora pode passar no meu apartamento.-ela concordou com a cabeça dando tchau e eu fiz o meu caminho.
No restaurante eu tinha recebido uma mensagem da Carol chamando para ir na praia, eu até ia recusar, mas quando parei para reparar no sol quente que estava fazendo eu aceitei. Quando cheguei na casa dela ela já estava arrumada para ir e passou meia hora me esperando, naquele momento eu tive a maior certeza que a Carol era a melhor amiga da vida só pela paciência de me esperar.
Lua: Já tô pronta, Carol.-abri a porta da frente e dei de cara com o Coringa na moto com uma mulher na garupa.
Carol: A gente vai de carro com o Thiago, a Tainá também tá junto.-se desencostou do muro e eu continuei com os olhos focado no Coringa que nem fez questão de olhar para mim.-Lua?
Lua: Oi, pode ir com eles, eu vou com o meu carro.-Carol me olhou com uma cara de desentendida.-Porque eu tô afim.-forçei um sorriso.
Coringa: Enquanto vocês decidem com quem vai eu já tô metendo o pé.-abaixou o capacete e finalmente olhou para mim.-Segura aí, amor.
Eu fiquei imóvel, parecia que meu pé tinha sido grudado no chão com concreto. A minha cabeça e o meu coração tentou acreditar que ele tinha chamado aquela mulher de outra forma, mas foi tudo em vão, principalmente depois que ela passou os braços pela cintura dele confirmando mais ainda que era com ela que ele tinha falado.
Eu sentir uma pontada tão grande no coração que chega deu desânimo de sair de casa, só não cancelei o rolê para ele não perceber que tinha me afetado. Eu simplesmente fiquei sem entender, na noite passada tava comigo me chamando de amor e no dia seguinte aparece com outra na garupa da moto?
Carol: Thiago, vai indo na frente com o Coringa que eu e a Tainá vamos junto com a Lua de carro.
Th: Jaé, te vejo lá minha morena.-Carol sorriu toda boba e a Tainá desceu do carro cheia de sacola.
Tainá: Tudo isso aqui é por culpa do Thiago ser canguinha.-eu rir.-Preferiu comprar no mercado do que comprar na barraca da praia.
Lua: É muito caro, ele tem um pouquinho de razão.-dei de ombros e a Carol se virou para mim quando o Th desceu a ladeira logo depois do Coringa.
Carol: Quem era aquela puta que o Coringa tava levando na moto?
Tainá: Não sei da história de vocês nem nada do tipo, mas não precisa ficar com ciúme da Taíse, ela é prima do Coringa.-Carol revirou os olhos.
Carol: Que ódio daquele filho da puta, usou minha amiga para satisfazer os desejos.-cruzou os braços.-Ele merece um tiro no meio da cara, ainda bem que eu não tenho uma arma.-eu e a Tainá começamos a rir.
Lua: Deixa pra lá, ele que sabe da vida dele.-dei de ombros.-Eu fui totalmente sincera com o que eu sinto, por tanto eu fiz a minha parte.
Tainá: Meninas, prima no sentido de prima mesmo. Não é nada de que ele pega ela e fala que é prima, não.-eu respirei alíviada.
Carol: Mas ele deveria levar a Lua, fora que nem deu satisfação a ela.-neguei com a cabeça.
Lua: Ele não pode me dá satisfação, a gente nem tem nada sério.-fui até o meu carro.
Tainá: Pode sim, ele te deve satisfação de qualquer forma.-me entregou as sacolas e eu fui colocando dentro do carro.
Carol: PODE SIM, daquele dia que você chegou de carro com o Matheus ele fez o maior vexame, mostrando arma e tudo!
Lua: Ai meninas, deixa isso pra lá.-suspirei.-Quero que ele se foda.
Isso é um bom começo, elas falaram na mesma hora e começamos a rir entrando no carro. Eu fiquei completamente abalada na hora, mas quando escutei que ela era prima dele o alívio veio, porém ainda fiquei sem entender o por quê ele chamou ela de amor.
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