No Morro

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Lua🌙

Acordei cinco horas manhã, juro que na hora até me arrependi de ter me oferecido pra ir junto com ela.

Mas também não ia desmarcar, se eu tinha falado simplesmente tinha que comparecer.

Passei sete horas no hotel aonde ela estava hospedada e seguimos até o aeroporto, ela foi toda calada, com maior olhar de triste. Também fiquei calada respeitando o momento dela.

Quando chegamos, descemos tirando as malas do fundo do carro e ela deu um sorriso, desfazendo a cara de triste que tava.

Lua: Finalmente um sorriso, já tava ficando triste junto com a senhora.-brinquei e ela negou com a cabeça.

Catarina: Queria te levar junto comigo, sinto que não aproveitei o suficiente do que eu deveria com você.

Lua: Mas isso realmente aconteceu.-ela concordou.

Catarina: O primeiro natal separadas.-sorriu fraco.-Mas pelo menos é por causa do trabalho, não pelo motivo da gente continuar brigadas.

Lua: É, mas tudo acontece por algum motivo.-dei de ombros.-O mais importante é que a gente está se resolvendo aos poucos, você conseguiu enxergar o seu erro e pretende trabalhar pra melhorar isso. Esse é o primeiro passo para a nossa relação evoluir cada vez mais.

Catarina: Você está certa.-fechei a mala do carro.-Eu não gosto de despedidas, então seria melhor se a gente..-eu concordei.

Lua: Se eu ficasse por aqui.-olhei para ela.-Então tá tudo certo. Eu agradeço por ter se arrependindo e tô muito feliz por isso, tenha uma boa viagem e me avisa quando chegar.

Catarina: Muito obrigada, eu que fico feliz pela nova chance de poder participar desse momento.-sorriu.

Depois da fala dela surgiu um longo silêncio extremamente constrangedor entre a gente, acho que nós duas ficamos sem saber ou até mesmo esperando para ver quem tomava a iniciativa primeiro.

Acabou que eu abri os braços e ela se aproximou dando uma respirada funda.

Aquele abraço durou mais de três minutos, eu sinceramente torci muito pra não chegar o momento de eu me afastar, mas quando chegou eu senti meu olho encher de lágrimas.

E por íncrivel que parece o dela estava no mesmo estado.

Lua: Eu te amo.-falei com toda sinceridade, rompendo o resto de orgulho que tinha dentro de mim.

Ela me abraçou forte mais uma vez e logo em seguida separou falando que me amava. Desviei o olhar tentando disfarçar as lágrimas e ela se despediu dando as costas.

Me encostei no carro na esperança dela olhar para trás mas não aconteceu, ela seguiu sem olhar para trás e eu fiquei ali parada vendo ela desaparecer no meio de outras pessoas.

Ali tava indo o meu maior amor e ao mesmo tempo a minha maior dor.

Eu ainda não conseguia tirar as palavras dela da cabeça, e era claro que eu nunca ia esquecer porque era totalmente impossível, mas eu sentia um alívio enorme por me permitir perdoar.

Aquela era uma das minhas qualidades que eu amava e odiava ao mesmo tempo. Amava porque tinha pessoas que realmente merecia, e odiava porque as vezes acabava desculpando quem nem merecia minha atenção.

Porém eu gostava da sensação de dever cumprido, eu amava deitar a cabeça no travesseiro e dormir leve porque eu tinha resolvido um problema e mágoa que mexia muito comigo.

Não tinha nada melhor que estar em paz com tudo aquilo que te incomodava.

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Martelo batido e continuação confirmada!