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Lua🌙

Lua: Ai amor calma, eu tô cansada.-parei soltando a mão dele.

Coringa: Tá vendo? Falei que nós ia subir de moto e cê respondeu falando que era perto e que não precisava. Agora não posso fazer mais nada.-deu de ombros.-Só não quer que eu te carregue no colo, né?

Lua: Você é muito grosso.-fechei a cara.

Coringa: Tô ciente disso, ainda tem o complemento. Grosso e grande, parada boa que eu sei.-revirei os olhos.

Lua: É, mas ninguém precisa saber.-ele riu.-Nem começa com suas gracinhas.

Coringa: Vem logo pô.-estendeu a mão e eu segurei.-Próxima vez larga de colocar dificuldade aonde não tem.

Lua: Não coloquei dificuldade, só achei que não deveria.

Coringa: Tá bom, cê tá certa.

Sorri convencida e ele ficou quieto entrelaçando nossas mãos. A outra metade do caminho eu continuei reclamando um pouquinho, e o Diogo com toda paciência parando pra me esperar.

Era pra ter chegado no churrasco antes das 12, mas acabamos chegando alguns minutinhos depois.

A Tainá já tava lá, levantou toda de sorrisinho vindo me cumprimentar e eu soltei a mão do Diogo que foi na outra direção aonde tinha alguns homens.

Lua: Tava com saudade.-abraçei ela.-Aproveitou muito o natal?

Tainá: Até demais, passei a noite inteira aproveitando o piru.-separou olhando para mim e pelo sorrisinho eu entendi que ela não tava falando de comida.

Lua: Quem foi o sortudo?

Ela sorriu me puxando na direção de algumas cadeiras e eu sentei seguida por ela que sentou do meu lado. Olhei curiosa para a mesma que se inclinou um pouco e fez uma pequena pausa antes de começar a falar.

Tainá: Foi com o filho do dono do bar.

Lua: Aquele que você tava conversando semana passada? -ela concordou.-Bonitinho então, vocês combinam.

Tainá: Não enche minha cabeça de expectativas, já basta que a nossa sintonia foi completamente foda.-fez biquinho.

Lua: Vai com calma que vocês se acertam, se for pra acontecer vai chegar o momento. Enquanto isso aproveita o que vocês estão começando a ter.-ela concordou.

Tainá: Longe de mim criar expectativas e depois começar a gostar sozinha.

Lua: Isso é ruim, garanto com toda certeza.

Tainá: Mas enfim, quando você vem morar definitivamente aqui? -respirei fundo.

Lua: Ainda não sei, se dependesse do Coringa eu já moraria, porém amo o meu cantinho. Só que ao mesmo tempo eu quero vim porque eu gosto, sei lá..eu tenho medo da convivência não ser tão boa o quanto a gente espera.-desviei o olhar olhando na direção dele.

Tainá: Acho que isso é relativo, se você pensar demais ao invés de tentar vai acabar nunca tirando a prova. Você ama ele e ele ama você, para de sempre pensar que algo vai acabar dando errado.-olhei de volta para ela.- vocês estão bem, por que algo daria errado?

Lua: É que eu sei como a convivência é totalmente diferente de morar em lugares diferentes, mas realmente tenho que parar de pensar demais. Se eu não tentar nunca vou saber, e tipo, cada relacionamento é um relacionamento, não significa que a gente vai dar errado porque eu já dei errado com outras pessoas.

Tainá: Exatamente, para de pensar demais nos pontos negativos e só vai! Nada é perfeito e obviamente que vai ter momentos que vocês vão se desentender porque compartilhar a casa com alguém na maioria das vezes é totalmente cansativo. Mas tem os pontos positivos também, e você não tá pensando por esse lado. -concordei sabendo que ela tinha razão.

A gente ficou conversando e mesmo ali tentando me distrair eu tava com o pensamento na comida, ou melhor, no cheirinho gostoso do churrasco.

Quando chegou a parte de comer o Diogo veio fazendo graça com o prato na mão, sentou do meu lado abrindo uma latinha e me entregou a carne.

Lua: Queria mal passada.-olhei para ele e peguei um pedaço de carne.

Coringa: Crua? Vou ali procurar um boi pra tu comer.

Lua: Você comeu um palhaço antes de vim pra cá? -ele riu virando a latinha na boca.-Tá parecendo.

Coringa: Palhaço não, mas você sim..-se inclinou e eu encarei ele com a cara feia.-Tô brincando pô, mas cê sabe.

Lua: Tá falando muita besteira hoje.-ele sorriu.

Coringa: Tô bebendo cerveja pra esquecer seu chá de buceta.-sussurou.

Lua: Escroto.

Ele abriu a boca pedindo carne e eu brinquei fazendo aviãozinho pra ele que revirou os olhos falando que não queria. Porém eu acabei insistindo e ele aceitou.

Coringa: Tá fazendo eu perder a postura na frente de todo mundo pô, esse bagulho tá erradão.

Ele se aproximou segurando o meu rosto e antes de me beijar olhou nos meus olhos e sorriu falando que me amava.

Por fora eu só sorri repetindo a mesma coisa que ele, mas por dentro eu fiquei como se aquela tivesse sido a primeira vez.

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No MorroWhere stories live. Discover now