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Lua🌙

Ao invés de ir para casa eu inventei de ir pro bar com as meninas, decidimos ficar pelo morro mesmo, eu estava na terceira latinha e já estava vendo tudo rodar, foi aí que parei de beber com paranoia de alguém ter colocado ou simplesmente ir e colocar alguma droga na minha bebida como da última vez. Sendo assim fiquei só comendo as coisas enquanto as meninas tomavam cerveja paquerando os traficantes que estavam encostados no muro com um fuzil nas costas e armas na cintura.

Eu até cheguei a paquerar um, mas quando vi o fuzil nas costas eu acabei parando, era uma coisa normal de se ver, mas tinha hora que a consciência pesava pelo fato de pensar e repensar aonde eu estava me metendo.

Carol: Por que tá com essa cara? -olhei para ela.

Lua: Eu tô normal.-sorrir fraco.-Eu só tô meio cansada, mas tá ótimo ficar aqui na companhia de vocês.

Tainá: Que fofa.-sorriu.

Carol: Não vem dizer que esperou ver o Coringa aqui? -neguei com a cabeça.

Lua: Ele foi na escola pegar a Mariana hoje, perguntou porque eu bloqueei ele e me beijou tentando de convencer de algo.

Tainá: Você beijou ele?

Lua: Não, a escola tava cheia de alunos e professores.-dei de ombros.

Carol: E se tivesse vazia você beijaria então? -revirou os olhos e eu neguei com a cabeça.-Para de mentir, beijaria sim! Mas você tem que se controlar, ele sabe que você gosta dele, por tanto vai achar que tem o direito de fazer tudo com você porque no final você vai aceitar ficar com ele.

Tainá: Melhor se arrepender do que passar vontade.-deu de ombros.

Lua: Isso é coisa de adolescente, eu já entendo que passar vontade vai me livrar de muita coisa depois.-Carol bateu palmas.

Carol: Essa é minha garota, continue com esse pensamento e faça ele sentir o gostinho de ter te perdido, depois você pode ficar, mas tem que fazer ele esperar.-concordei com a cabeça.

Tainá: Concordo.

Papo vai e papo vem, quando fui parar para reparar já estava escurecendo, foi aí que eu e as meninas decidimos ir embora, principalmente depois que saiu o áudio do Coringa decretando toque de recolher porque tinha recebido ameaça de um rival falando que ia invadir o Alemão para tomar a boca. Desci o morro morrendo de medo, a Carol até insistiu para eu dormir na casa dela, mas eu fiquei na teimosia querendo ir para casa e acabei indo na minha ideia.

Quando cheguei na entrada do morro tava cheio de homens armados, inclusive o Coringa foi um dos primeiros que eu vi, e um dos primeiros que me encarou com a cara feia e com os olhos vermelhos parecendo que tinha fumado ou usado alguma coisa. Fui me aproximando devagar para passar numa boa e um deles segurou no meu braço me impedindo de sair, tentei puxar o braço e o Coringa veio para perto mandando o homem soltar o meu braço, pensei que ele tinha mandado me soltar para eu poder sair, mas ele segurou na minha mão e puxou de volta para trás, para ser mais específica, para um beco.

Lua: Eu tô indo pra casa numa boa, eu fiquei sabendo do áudio.-comecei a explicar e ele me encarou com a cara feia.

Coringa: Cê é surda então? -cruzei os braços.-Eu falei que ninguém entra e ninguém sai, e tu tava querendo sair.

Lua: Eu tô indo pra casa, Diogo, eu não tenho nada a ver com isso! Qual é dificuldade de me deixar sair? -ele olhou para a entrada do beco e depois de volta para mim.

Coringa: Porque eu não quero que aconteça nenhuma parada ruim contigo, tá todo mundo com o cu cheio de droga, inclusive os cara que mandou a ameça, já pensou se eles encontram cê sozinha no caminho? -respirei fundo.

Lua: Não vem querer dar uma de protetor agora, você perdeu tudo comigo.

Coringa: Maltrata não, loirinha.-sorriu e eu continuei com a cara fechada.-Dorme na casa da Carol, e se tu quiser depois eu te levo.

Lua: Não, obrigada.-sorrir falsa e dei as costas saindo daquele lugar.

Quando pisei o pé fora daquele beco eu escutei os rajadão de tiro, no mesmo momento eu sentir o Coringa se aproximar me puxando de volta para dentro do beco, segurei na camisa dele quando ele ia dando as costas e ele voltou me dando um selinho e pedindo para eu não sair dali. Concordei com a cabeça indo mais para o fundo do beco e me encostei em uma das paredes tentando manter a calma enquanto saía um tiro atrás do outro, o que me deixou mais desesperada foi os tiros batendo no muro, cheguei a pensar que ia pegar em mim.

Eu estava tremendo pra caralho, nem tava conseguindo ficar em pé direito, mas a curiosidade acabou me matando quando os tiros pararam e eu não resistir a ir olhar. O chão estava praticamente tomado de sangue, vários homens caídos no chão furados de bala, e o mais impressionante era que as balas foram só no rosto e na cabeça, ali eu tive certeza que o Coringa era realmente barra pesada!

Coringa: Traz esse filho da puta pra cá.-apareceu de volta na entrada do morro com uma arma na cintura e o fuzil na mão.

Logo depois que o Coringa apareceu, os vapores dele também vieram atrás carregando um homem todo tatuado que já estava com o rosto ferido. Eu até pensei em sair para não ver o que ia acontecer em seguida, mas eu estava praticamente imóvel, era como se eu estivesse duvidando que o Coringa era daquela forma e queria tirar a minha própria conclusão.

Coringa: Ajoelha.-o cara tatuado ajoelhou na frente dele e o Coringa riu.-Cadê o machão que disse que ia fuzilar minha cara de bala? -cruzou os braços.-Tô aqui na tua frente e tu ajoelhado aí, quem ganhou essa? Eu, o cara que cê disse que ia acabar com a vida quando tivesse a oportunidade! Você teve, mas eu ganhei, eu te peguei primeiro porque você só é esperto de boca, na hora da ação é totalmente diferente e frouxo.

- Filho da puta.-falou quando o Coringa deu um tapa na cara dele e o Coringa deu outro pegando o fuzil das costas.-Vai me matar agora? -deu um sorrisinho.

Coringa: Vou, cê vai pro inferno primeiro que eu.-apontou a arma para a cabeça dele e sorriu.

- Se fazer isso, o teu caixão tá comprado, e se bobear a tua filha vai primeiro.-encarou o Coringa e mesmo de longe eu percebi a cara de ódio dele.

Coringa: Te encontro no inferno muito tempo depois, filho da puta.-o cara sorriu e o Coringa apertou o gatilho me fazendo fechar os olhos.

Não tive coragem de terminar de olhar aquela cena, simplesmente escutei mais tiros, um atrás do outro e os homens que estavam com o Coringa mandando ele parar. Quando fui olhar novamente os homens estavam tomando a arma da mão do Coringa equanto ele respirava fundo e forte olhando para o corpo do cara que ele tinha acabado de matar.

Saí daquele beco olhando para o chão horrorizada com tudo aquilo que tinha ali e ele me olhou com uma cara assustada quando percebeu de volta a minha presença, encarei ele com os olhos cheio de lágrimas e como eu tinha caído na real de quem ele realmente era eu não consegui segurar e acabei chorando.

Coringa se aproximou de mim me abraçando e eu fiquei parada, não abracei de volta e também não empurrei ele, a minha cabeça estava simplesmente em outro lugar.

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Lembrando que não sei escrever muito bem esse tipo de cena, mas é isso aí.

20/15❤

No MorroWhere stories live. Discover now