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Lua🌙

Maratona 5/5

Uma semana depois...

Tava quase tudo pronto para a viagem, confesso que tava sendo mais difícil do que eu tinha imaginado! Juro que eu achei que só seria colocar as coisas na mala e pronto, mas não é bem assim, e confesso que meu coração tava apertando a cada peça de roupa que eu colocava ali dentro.

Eu tava quase chorando, sempre vivi ali no Rio de Janeiro, não que eu tivesse indo para morar mas acabou que eu fiquei extremamente apegada! Confesso que as amizades, os amores e decepções estavam fazendo parte do meu chameguinho de ficar ali.

Mas de qualquer forma eu precisava daquilo e também tava com saudade de viajar.

Fui colocando as coisas devagar ali dentro e quando terminei dei uma respirada funda olhando a bagunça que tava por ali e no mesmo momento me levantei, eu já tava cansada de tanto arrumar a mala e desarrumar. Confesso que eu tava com muita dúvida do que eu ia levar e do que tinha que ficar, mas no final eu ia resolver tudo, eu tinha que resolver naquele fim de tarde ainda, até porque a viagem era no outro dia de manhã cedo.

Prendi o cabelo me olhando no espelho que tinha ali e ajeitei a roupa, minha cara de cansada não negava que eu estava exausta.

Peguei o celular que tava em cima da cama e aproveitei para deitar ali, nos últimos dois dias eu tava sem mensagem do Coringa, mas o resto da semana ele não parou como tinha falado que ia parar. Em algumas vezes eu até respondia, em outras eu só olhava e dava o meu silêncio como resposta! Teve uma vez que ele escreveu quase um textão falando que tinha falado besteira e que não tava cansado de correr atrás de mim porque era aquilo que ele merecia depois de tudo, e foi nesse dia mesmo que eu respondi falando que não precisava mesmo ele ficar atrás de mim até porque era claro que não ia rolar reconciliação.

Sendo assim a gente confirmou mais uma vez a relação de amizade pelo nosso filho e ele parou de me encher de mensagens, eu tava feliz e ao mesmo tempo estranhando muito! Mas tudo bem né, acho que não tinha mais o que falar, eu queria atitudes e isso ele mostrava poucas vezes.

Fiquei ali mexendo no celular até o telefone tocar e eu ir levantar para atender, quando atendi obviamente que era o porteiro, porém eu achei super estranho quando ele disse que tinha uma entrega subindo sendo que eu não tinha pedido absolutamente nada para comer e muito menos comprado alguma coisa pela internet.

Mas mesmo assim esperei a pessoa bater na porta, quando finalmente bateu eu abri e me deparei com o Coringa, ele tava com algumas coisas na mão, nem reparei direito porque fiquei meio sem reação.

Coringa: Não me coloca pra fora e nem fecha a porta, eu só vim trazer o bagulho que cê tinha falado que queria comer e outros negócios.-semicerrei os olhos.-Lembra do teu áudio chorando não?

Neguei com a cabeça lembrando de três dias atrás quando eu tinha enviado um áudio chorando para ele, na real quase brigando falando que queria comer bolo de chocolate e que ele tinha que levar para mim. Os meus hormônios estavam ficando a flor da pele, o terceiro mês tava chegando com tudo.

Lua: Obrigada.-dei espaço e ele entrou.

Coringa: Eu comprei várias paradas e tenho um negócio aqui que cê vai gostar, pelo menos eu espero né.-fechei a porta.-Quer ver?

Lua: Quero.-ele colocou algumas sacolas no chão e ficou com uma na mão que era bem diferente das outras, abriu devagar tirando uma caixa média branca com um laço vermelho de dentro.-O que é isso, Coringa?

Coringa: Calma pô não é pedido de casamento não.-se aproximou me entregando a caixa.-Não foi eu que comprei, mas eu mandei comprar assim.

Lua: Engraçadinho, eu sei que não é pedido de casamento e se fosse eu não ia aceitar.-desfiz o lacinho da caixa e dei uma olhada para ele que já tava me olhando, abri a tampa devagar e um sorriso automático apareceu quando eu vi dois ursinhos ali dentro, um com um lacinho rosa na cabeça e o outro com uma gravata azul.-Que lindo..dá pra perceber mesmo que não foi você que escolheu.

Coringa: Foi eu sim.-peguei um dos ursinhos e sorri olhando cada detalhe.-Eu ia comprar mais coisas, mas é complicado quando não sabe o sexo.

Lua: Você me surpreendeu, gostei demais dos dois e é super fofo, vou guardar com bastante cuidado e acredito que quando o bebê nascer ele não vai querer largar.-olhei para ele.-Valeu por respeitar o meu espaço e começar a agir como eu pedi a você.

Coringa: Minha obrigação.

Lua: Uhum, agora eu quero ver o que você trouxe pra gente comer.-ele franziu a testa.-Sim, você tá convidado pra ficar mais um pouco.

Coringa: Por que?

Lua: Porque eu quero que você fique, mas não significa que vai rolar alguma coisa entre a gente.-ele concordou com a cabeça.-Que bom que entendeu.

Coloquei o ursinho de volta dentro da caixa e fechei, pedi para o Coringa ir colocar as coisas na cozinha e eu fui para o quarto guardar a caixinha e aproveitar para colocar a mala em baixo da cama, eu não ia mesmo falar da viagem, ele só ia saber depois porque não tinha mais jeito.

Quando fui para a cozinha ele tava tirando as coisas da sacola, fui ajudando lavando algumas frutas que ele tinha levado e fiquei com mais fome ainda quando vi o bolo de chocolate todo confeitado que ele tinha levado para mim.

Era uma ideia ruim o Coringa ficar, mas já que eu ia viajar por um tempo eu queria ficar um pouquinho próxima, nem que fosse para eu me estressar se ele começasse a falar sobre o assunto da gente voltar.

Para mim aquilo tava sendo uma despedida, uma despedida sem ele saber que a gente tava se despedindo.

Lua: O primeiro pedaço vai pra você.-coloquei um pedaço do bolo no prato e coloquei na frente dele que tava sentado na mesa.-Não fique se achando por isso.-ele sorriu.

Coringa: Eu ia trazer um buquê pra tu, mas cê ia jogar fora e o meu dinheiro ia para o lixo.-deu de ombros.

Lua: Talvez.-coloquei meu bolo no prato.-Mas saiba que você mimando o bebê que eu tô esperando você ganha mais do que tentando me agradar.

Coringa: De boa, eu e tu agora é só na amizade mermo, mas se tu quiser outra parada eu ainda tô disponível.-revirei os olhos.-Tô brincando pô, tô superando já.

Lua: O bolo tá muito cheiroso.-mudei de assunto.-E parece que tá ótimo também.-peguei o bolo com a mão e mordi um pedaço.-Tá bom mesmo.-falei com a boca cheia.

Coringa: Eu que fiz.-mordeu o pedaço do bolo dele.

Fiquei tentando comer calada e ele toda hora falava alguma coisa, algumas vezes tinha duplo sentido e eu revirava os olhos, já outras vezes eram coisas normais e eu dava a minha opnião sobre ou complementava junto.

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No MorroWhere stories live. Discover now