No Morro

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Lua🌙

Diogo nem quis esperar até meia noite, ficou comendo escondido na maior cara de pau e acabou que todo mundo foi comer antes do tempo.

Quando deu o horário certo a gente tava comendo, mas já era pela segunda vez.

Coringa: Dioguinho mexeu? -concordei sentindo ele colocar a mão na minha barriga.

Lua: Só um pouquinho, nem dá tempo de reparar direito. Acho que ele vai ser tímido.

Coringa: A mim que não puxou.-me abraçou e eu me apoiei melhor na laje.-Mariana dormiu, Lucas saiu e agora só tem eu e você.

Lua: Acha que ela gostou da boneca? E se a mãe dela não gostar..-olhei para ele.-Ela ainda continua com aquele pensamento sobre mim.

Coringa: Quem tem que gostar é a Mariana pô, e isso cê percebeu que rolou. O mal da mãe dela é não saber separar as coisas, deve tá insuperada ainda por causa da separação.

Lua: Até eu ficaria, olha como você tá lindo.-ele sorriu.-Quero que a nossa sintonia nunca acabe.

Coringa: Não vai.-deu um beijo na minha testa.

Lua: Acha que a gente é pra sempre?

Coringa: Até eu morrer, isso eu garanto. Enquanto eu estiver vivo eu não vou largar do teu pé.-sorri.-Cê me aceitou pelo que sou, e não pelo que queria que eu fosse.

Lua: Algumas vezes eu até tentei, sei lá..colocar coisas na sua cabeça que no fundo eu sabia que seria impossível. Mas eu acabei aceitando porque percebi que amar e isso, aceitar os defeitos e as imperfeições da outra pessoa.

Ele ficou olhando para mim e eu continuei olhando na mesma intensidade até escutar a Mariana chamar ele com uma voz fraquinha vindo do lado de baixo.

Sendo assim ele saiu pra olhar o que ela queria e me chamou minutos depois, quando desci era pra ajudar ele com a nebulização da Mariana que tinha problema respiratório.

Eu não sabia muito bem mexer naquele tipo de coisa, mas o Diogo com aquele jeito dele desajeitado deu uma explicada e eu fui tentando preparar o medicamento.

Era bem fácil, só era colocar o soro dentro so nebulizador, ligar e colocar no rosto.

A Mariana tava bem manhosa, sentou no sofá pedindo a boneca e eu aproveitei para cobrir ela que tinha falado que tava com frio.

Coringa: Pelo menos alguma coisa a mãe dela soube fazer.-cruzou os braços olhando para a filha.-Só deveria ter avisado que era pra ficar de olho.

Lua: Mas ela vai ficar legal agora.

Ele ficou quieto só olhando para a filha e depois sentou do meu lado repirando fundo. Segurei a mão dele falando que ela tava bem e realmente ela estava bem e ele sorriu fraco.

Mariana estava divida entre segurar a boneca e o aparelho no rosto, perguntei se ela queria ajuda e ela concordou chegando para mais perto de mim que soltei a mão do Diogo passando o braço devagar pelo ombro dela.

Ela soltou o aparelho devagar e eu segurei olhando ela mexer na boneca. Aquilo durou só mais uns três minutinhos, foi coisa rápida porque ela avisou que tava com um pouco de dificuldade de respirar logo quando percebeu.

Poderia ficar mais forte ou algo do tipo, não era legal nem de imaginar..

Mariana: É bom ter alguém pra ficar junto enquanto toma esse negócio ruim..-falou depois que o Diogo saiu olhando o celular.-A minha mãe nunca ficou comigo direito..depois do meu irmãozinho então.

Lua: É só um pouco de falta de tempo por conta do bebê, mas sabia que ela fica muito preocupada quando isso acontece? -ela negou.-Muito, ao ponto de querer passar o que você tá sentindo pra ela.

Mariana: Como você sabe isso?

Lua: Minha mãe falava muito isso quando eu ficava doente. Isso é coisa de mãe, pelo menos eu acho que sim.-ela sorriu.

Mariana: Seu bebê já tá aparecendo, né? -concordei.-Acho que eu tô ansiosa pra segurar ele, quer dizer..se você deixar.

Lua: Claro que vou deixar.-sorri.-Quantas vezes você quiser.

Mariana: Que bom, eu quase nem pego meu irmão. Minha mãe fala que eu vou derrubar, e o namorado dela também.

Lua: Você vai pegar ele quantas vezes quiser, tá bom? -ela concordou.

Mariana gostava muito de conversar, e eu amava aquilo. Pensei que depois da medicação ela iria ficar cansada, mas foi muito ao contrário e eu acabei gostando.

Quando ela começou a falar sobre a profissão que queria seguir quando ficasse adulta, o Diogo apareceu na sala com a maior cara de assustado.

Perguntei o que era e ele fez sinal falando que depois contava, fiquei curiosa mas depois acabei entendendo que era pela Mariana. Sendo assim a gente ficou mais um pouco ali, eu tentando levar a conversa para ele que tava todo tenso e ele deixando claro que não tava afim.

Depois a Mariana deitou falando que tava com sono e o Diogo enviou uma mensagem para o Lucas mandando ele voltar pra casa, quando ele chegou foi direto para o quarto e eu ajudei a colocar a Mariana na cama.

Lua: Tem como falar, agora? -fechei a porta.

Coringa: Recebi duas fotos sua de uma pessoa que supostamente seria o meu irmão.-franzi a testa.-É, eu também tô assim sem acreditar que é possível.

Lua: Mas você disse que seu irmão foi morto quando ele tava com a mulher dos outros, e que você viu ele morto.-ele respirou fundo.

Coringa: É que a história não foi assim.

Lua: Lucas sabe disso? -ele negou.-E como foi?

Coringa: Eu não gosto de lembrar.-sentou na cama e eu me aproximei.-Talvez eu tenha culpa nessa mentira toda.

Lua: Você sabe que pode confiar em mim.-ele concordou segurando minha mão.-Não vou te forçar a falar sobre uma coisa que você não gosta. Quando você se sentir confortável e quiser falar, saiba que eu tô aqui.

Coringa: Eu só não quero que aconteça nada de ruim com pessoas que não tem culpa nenhuma desse assunto.

Lua: Não vai.

Me abaixei ficando mais perto dele e ele soltou a minha mão se aproximando para me beijar, porém eu sorri e virei o rosto.

Lua: Quero saber uma coisa primeiro.-olhei para ele.-E a ligação? Foi algo relacionado a isso?

Coringa: Foi, faz mais de dez anos desde que a parada toda aconteceu mas eu lembro exatamente de como era a voz dele, e por azar ou sorte, era igual.

Lua: E o que ele falou?

Coringa: Que tava voltando pra se vingar e tomar o que eu tinha tirado dele.

Lua: O que você tirou dele?

Coringa: O Lucas e a liberdade.

Quando ele falou aquilo, automáticamente eu lembrei da mensagem que tinha recebido.

Então era mesmo o irmão dele que suspostamente estava morto, que queria vingança por algo que eu ainda não conseguia entender.

Tava tudo tão confuso e só ia piorando com o Diogo falando pela metade, não tinha como entender e muito menos ajudar.

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Esqueceram da segunda parte?? Falei que tava na reta final e vocês entraram em desespero kkkkkkkkkk.

Na segunda parte vocês vão entender essa história da maneira como realmente aconteceu.