No Morro

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Lua🌙

Lua: Dona Sol, cadê o Coringa? -falei toda apressada.-Ele morreu? É verdade que ele morreu? -ela olhou pro Lucas ainda calada e ele olhou para mim respirando fundo.

Lucas: Tá lá dentro com três tiro nas costas.-deu de ombros.-Não tem muito o que fazer, então já tá praticamente morto.-meus olhos encheram de lágrimas.-Não pode ir pro hospital porque se não se fode lá mesmo, aqui ninguém sabe desse tipo de coisa..

A partir do momento em que ele falou que o Coringa já estava quase morto lá dentro eu não fiz questão de escutar mais nada, só entrei pra dentro da casa e no primeiro quarto que eu entrei que era o dele, ele tava lá deitado de lado com a camisa toda suja de sangue e com os olhos fechados.

Me aproximei toda apressada dele para ver se ele tava respirando, e sim, ele tava respirando ainda, mas bem fraquinho, quase nada. E foi ali que eu me desesperei e comecei a chorar sem saber o que fazer para ajudar, no mesmo momento a Sol e o Lucas entraram no quarto com alguns panos ma mão e começaram a passar nas costas dele tentando limpar o sangue, fazendo assim ele esboçar um pouco de reação.

Lua: Amor.-me abaixei na frente dele.-Fica comigo, eu preciso de você.-segurei a mão dele.

Lucas: Era bom alguma pessoa do morro que soubesse mexer com esse tipo de coisa, tá perdendo muito sangue, e se demorar mais um pouco..-negou com a cabeça olhando para mim.-Não vai ter jeito.

Solange: Pior que a gente nem pode mexer, eu tô quase desmaiando aqui vendo esse tanto de sangue todo e o meu filho nessa situação.-falou com os olhos cheio de lágrimas.-O tanto que avisei não tá escrito, mas só acredita quando ver acontecendo.

Lua: Tem a Jade..-eles dois olharam para mim.-O pessoal do Coringa deve saber quem é o Cobra, o dono da favela daqui do lado, ele tem uma mulher que mexe com esse tipo de coisa..e a gente pode falar com ela pra ela vim aqui.-soltei a mão do Coringa devagar e me levantei.

Lucas: Tem certeza que conhece? -concordei com a cabeça.-Tem que falar com os cara lá fora.

Lua: Eu falo.

Solange: Só tem que ser rápido, três tiros nas costas não é brincadeira.-concordei saindo do quarto e antes de pisar o pé fora da casa eu limpei as lágrimas que estavam começando a cair.

Respirei fundo indo aonde estava o grupinho do Coringa conversando sobre alguma coisa e fui diretamente no Neguinho, chamando ele para um canto afastado.

Neguinho: Qual foi? Como ele tá lá? -se encostou no muro.-Melhorou ou piorou?

Lua: Tá piorando.-ele respirou fundo.-Precisa de uma pessoa que saiba mexer com esse tipo de negócio, tirar bala e fazer curativo.

Neguinho: Nós já é acostumado com isso, tem curativo e outras paradas, falei com a mãe dele que nós resolvia e ela não quis, disse que nós é bandido e não médico.-deu de ombros.

Lua: Isso é verdade, poderia dar errado ou algo do tipo, mas também tem a Jade, ela é a mulher do Cobra e é enfermeira, sabe desse tipo de coisa e mora no morro do lado.-ele concordou com a cabeça.-Por favor, ele conhece o cobra.

Neguinho: Cê quer que nós fale com essa tal de Jade? -concordei com a cabeça.-Avisa a ele aí pra nós não levar bala.

Lua: Tudo bem, eu vou falar com ela.

Peguei o celular ainda com as mãos tremendo e procurei o contato da Jade, assim que achei disquei o número de telefone e para a minha sorte ela atendeu de primeira. Antes de eu começar a falar ela deu os sentimentos pelo Coringa e eu toda nervosa tive que interromper falando que ele não tinha morrido mas que eu precisava da ajuda dela com ele, foi aí que as minhas expectativas foram quebradas quando ela disse que não mexia com remoção de bala, só com a limpeza e curativo, mas me tranquilizei novamente quando ela disse que tinha uma amiga que mexia com aquilo e que com toda certeza do mundo ia falar com ela.

Ela pediu cinco minutos e encerrou a ligação, depois ligou novamente confirmando que a amiga dela poderia ir, sendo assim eu falei que o pessoal do Coringa ia buscar ela e a amiga, ela confirmou mais uma vez e eu fechei com o Neguinho.

Voltei para a casa do Coringa toda apressada para dar a notícia e quando entrei a dona sol tava sentada no sofá tomando calmante enquanto o Lucas estava tentando amenizar o sangramento do Coringa, me juntei para ajudar e ele saiu para pegar mais panos, foi aí que eu escutei uma palavra saindo da boca do Coringa, foi uma coisa que eu não imaginei, mas pelo menos ele ainda tava conseguindo falar.

Coringa: Devagar nesse caralho.-falou baixinho e eu suspirei aliviada.

Lua: Eu tô indo devagar, amor.-ele respirou fundo, por fim soltando um gemido de dor.

Limpei o mais devagar que eu pude, o sangue tava parando um pouco de escorrer, não tanto, mas o meu esforço seguido com o da Sol e do Lucas tava dando certo.

Depois o Lucas entrou no quarto com um copo de água e foi colocando na boca do Coringa devagar, foi aí que ele também percebeu que ele estava suando muito e com bastante febre. Sendo assim dei a ideia de molhar a toalha com água gelada e ele concordou indo fazer, era aquilo que a minha mãe fazia comigo quando eu estava com febre, e resolvia muito.

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25/20

Foi só um sustinho, mas também não garanto nada.

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