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Lua🌙

Quando eu entrei no assunto do roubo, o Coringa mudou de assunto na mesma intensidade que ele disse que a nossa história começou. Eu só fiz uma pergunta que foi uma coisa que eu acho que eu deveria saber e ele simplesmente mudou de pessoa, não agiu com grosseria e nem nada do tipo, mas ficou estranho e calado.

Fiquei me perguntando se ele tava escondendo sobre isso com medo de eu falar alguma coisa e logo a decepção bateu. Fiquei achando que ele não confiava em mim e que o nosso relacionamento ia ser baseado em segredos porque o meu parceiro achava que eu era uma X9.

Lua: Pode por favor me responder, ou tá achando que eu vou contar pra alguém sobre isso? ou se não simplesmente te entregar pra polícia acabar com o seu esquema? -ele finalmente olhou para mim.-Não confia em mim? É sério que depois de tudo que rolou entre nós você não confia em mim? Mesmo eu demonstrando em todos os momentos que eu tô do seu lado? -ele ficou calado.

Coringa: Cê sabe que eu confio.-neguei com a cabeça.

Lua: Não parece.-ele respirou fundo.-Não pode existir segredos entre eu e você, você tem que confiar em mim na mesma intensidade que eu confio em você! Do mesmo jeito que eu confiei em você em todas as vezes que você fez merda e disse que ia mudar.

Coringa: Eu sei.

Lua: Você é o pai do filho que eu tô esperando, e mesmo se não fosse, eu amo você..então como eu faria uma sacanagem dessas?

Coringa: É sexta.-soltei a mão dele.-Só não começa a falar que é pra eu não ir e altas paradas, eu vou e já tô decidido.

Lua: Tá me proibindo de ficar preocupada? -cruzei os braços fingindo estar chateada e ele revirou os olhos todo sem paciência.

Coringa: Aí ô, fica falando que quer que nós der certo e ficar bolada por qualquer coisa.-deu de ombros.-Até pelo tapa na hora do sexo.

Lua: Ali foi foda né? Um tapão do caralho daquele sendo que você nem perguntou antes.-ele riu.

Coringa: Mas tu descontou, eu me liguei pô.-sorri abrindo a bolsa para pegar a chave do carro.-Tá de boa?

Lua: Tô.-peguei a chave.-Mas toma muito cuidado, eu não quero perder você.-ele se aproximou, me abraçando.-Eu preciso muito de você, eu e a nossa criança.

Coringa: Fica tranquila com essa parada, eu vou voltar pra mostrar que eu tô certo em achar que o bebê é menino.-olhei para ele.-E a minha cópia ainda por cima.

Lua: Não gosto dessa parte.-ele revirou os olhos.-Mentira, se vim a sua cara eu não me importo.-fiz biquinho.-Mas seria justo já que eu que sinto tudo.

Coringa: Nada disso pô.-negou com a cabeça.

Lua: Mas se vim menina você vai gostar mesmo assim né? -ele concordou.-Não quero que fique decepcionado se for menina sendo que você colocou as expectativas no menino.

Coringa: Falo só pra brincar contigo, eu vou amar da merma forma.-sorri.-Fico falando que é menino porque eu sonhei, e na maioria das vezes o que eu sonho acontece.

Lua: Então sonha que você vai me dar uma aliança.

Coringa: Quando cê me der a porta de trás eu dou quantas você quiser.-revirei os olhos.-Quando eu tiver tempo eu compro.-concordei com a cabeça me afastando dele.-Mas a minha consideração e respeito por tu, vale mais.

Lua: Óbvio que sim.

Coringa: De boa, vai lá pra não ficar muito tarde pra tu.-me puxou de volta.-Quando chegar em casa me avisa.-passou a mão na minha barriga e eu fiquei olhando para ele.-Toma conta do que nós tem de mais precioso.

Lua: E você se cuida com esse seu lance de roubo, eu vou cuidar bem do nosso filho.

Coringa: Pode deixar, amor.-piscou o olho me soltando e eu fui me afastando.

Tentei até ir sem olhar para trás, mas acabei não resistindo e olhei, vendo o Coringa parado com o celular na mão e uma cara nada boa. Pensei até em voltar para perguntar o que era, mas acabei desistindo quando ele deu as costas e saiu.

Respirei fundo abrindo a porta do carro e entrei abrindo a janela, soltei o cabelo passando a mão porque tava meio molhado e dei um sorrisinho porque eu tava me achando uma gata. Na real eu tava muito mais gata com os cílios, mas o Coringa com a ousadia dele foi tirar e 10% da minha autoestima foi embora.

Coloquei uma música baixinha pra tocar e dei a partida no carro, quando começou a tocar a música logo a vontade de beber um vinho bem gelado bateu, mas infelizmente eu não ia poder beber tão cedo! Primeiramente por causa da gravidez e depois por conta da amamentação, se eu não estava mal informada, não se pode beber quando tem uma mini pessoinha que depende do seu peito.

Mas pelo menos eu ia me restringir do álcool por uma coisa que era muito mais importante, um filho! Acho que nem tem comparação, um filho é totalmente uma coisa especial, principalmente para mim que sempre quis ter um.

Fui o caminho inteiro pensando no bebê, e confesso que aquele tava sendo o maior dos meus pensamentos nos últimos dias, era uma sensação inexplicável o que eu sentia só de imaginar carregando um bebê que eu mesma fiz! Sério, eu queria mas nunca tinha imaginado, e quando aconteceu foi algo inesperado mas que me deixou totalmente feliz.

Peguei minhas coisas do carro quando estacionei no estacionamento do apartamento e desci indo em direção a portaria, fui entrando devagar por aquela porta e assim que entrei me deparei com a minha mãe sentada em uma das cadeiras que tinha ali. No mesmo momento ela se levantou toda apressada e eu parei esperando ela vim até mim.

Catarina: Quando eu falo que esse seu trabalho não presta, eu tô certíssima.-franzi a testa sem entender.-Olha a hora que você chega do trabalho, e o cabelo cheio de suor de tanto esforço.-desviei o olhar pra não responder que certo tipo de esforço que eu tinha feito.

Lua: Boa noite mãe, eu não tava na escola.-ela segurou em meu braço me puxando em direção ao elevador.-Eu já tinha saído bem antes, só passei em outro lugar.

Catarina: Que lugar, Lua? Minha filha, pare de se preocupar só com o trabalho.-me olhou de cima a baixo.-Olha como você tá até meio gordinha, isso é falta de cuidado com si própria.-parou na frente do elevador e me soltou indo apertar o botão.

Lua: Não é falta de cuidado, é gravidez.-ela olhou para mim com o maior olhão.-É sério, eu tô grávida de dois meses.

Catarina: Tá, tudo bem eu vou ser vó..mas, e o pai? Você nem me apresentou o cara e já chega me jogando uma dessa?

Lua: As coisas nem sempre é como a gente quer, e sobre te apresentar a pessoa na qual eu estou me relacionando, como eu já te disse, ele é ocupado, mas eu vou tentar falar com ele.-ela semicerrou os olhos.

Catarina: Você tá me escondendo alguma coisa, por acaso ele é casado? -neguei com a cabeça.-É foragido ou faz alguma coisa errada?

Lua: Basicamente isso.-sorri fraco e ela ficou olhando para mim.-Não quero falar sobre isso agora. Vai dormir aqui comigo?

Catarina: Vou, e quero falar com esse seu namorado amanhã mesmo.

Respirei fundo olhando para a porta do elevador que se abriu no mesmo momento e entrei logo em seguida depois dela que se encostou e ficou olhando para mim com a maior cara de quem tava desconfiando de algo. Eu até tentei ficar séria, mas acabei rindo, e no final ainda fui chamada de palhaça irresponsável pela minha própria mãe.

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+20

Tô escrevendo um livro novo! E daqui a uns dias ou só quando eu finalizar esse, eu solto. Então se vocês estão gostando de acompanhar essa história, recomendo que fiquem ligadinhas no meu perfil para não perder a nova.

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