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Lua🌙

Depois do almoço a gente foi assistir um desenho, pra ser mais específica, Marsha e o urso porque a Mariana disse que gostava muito depois de Peppa Pig. No meio do filme o Lucas e o Diogo já tava dormindo, eles dois disseram que era chato e que não tava afim, por tanto eles foram dormir e eu fiquei junto com a Mariana que tava bem concentrada no desenho mas as vezes me fazia uma pergunta.

Depois ela deitou no sofá ficando quieta de vez e quando fui olhar ela tinha dormido, sendo assim levantei desligando a televisão e ajeitei ela no sofá colocando a mesma em uma posição confortável. Quando deixei ela quietinha no lugar e me ajeitei olhando para a frente, vi o Coringa em pé com a maior cara de sono encostado na parede.

Lua: Não vai ficar bom nunca.-revirei os olhos.

Coringa: Não posso fazer mais nada agora.-revirou os olhos.-Foi três tiros nas costas, não fiquei sem andar não.-respirei fundo.-Tá na hora do remédio?

Lua: Vou pegar, cavalo do caralho.-ele ficou calado olhando para mim enquanto eu pegava os remédios e veio se aproximando para perto do sofá.

Fui até a cozinha para pegar um copo de água e voltei para a sala aonde ele já estava sentado no sofá ligando a televisão no baixinho por causa da Mariana que estava dormindo no sofá do lado. Entreguei os dois comprimidos para ele e ele jogou na boca logo em seguinda tomando a metade da água, fiquei até chocada, eu demoro um ano pra engolir um comprimido, tem que ser uns 10 copos de água.

Coringa: Sonhei que o nosso filho era menino.-sentei no sofá um pouco afastada dele.-E que era a minha cara.

Lua: O filho a sua cara, só no seu sonho mesmo, vai ser a minha.-olhei para ele.

Coringa: Nem fodendo.-negou com a cabeça.

Lua: Tá bom, Coringa. Quando nascer vamos ver quem estar certo.-desviei o olhar olhando para a televisão.

Coringa: Por que me chamou de cavalo?

Lua: Porque quando você quer você começa a dar patadas.-olhei para ele.-E eu não tô nem afim de aturar gente chata, insuportável e acima de tudo ignorante.

Coringa: E eu falei alguma parada demais? Quem não tá afim de aguentar suas bipolaridades sou eu.-revirei os olhos.

Lua: O único bipolar que eu conheço aqui é você.-ele riu negando com a cabeça.-Hipócrita, tem moral alguma pra falar disso.

Coringa: Vai tomar no seu cu, namoral.

Lua: Vai você, otário.-cruzei os braços.

Coringa: O otário que cê se amarra.-revirei os olhos.

Lua: O seu problema é ser convencido demais.-olhei para ele.-E achar que eu sou apaixonada por você.

Coringa: E tu não é não? -neguei com a cabeça e ele se aproximou devagar.-Olha nos meus olhos e fala que não é apaixonada por mim.-desviei o olhar.

Lua: Eu acho que deixo isso bem claro.-olhei para ele.

Coringa: Então eu tô cego, porque eu vejo tudo totalmente ao contrário.-olhou para a minha boca e aproximou o rosto.-Eu te amo.

Lua: Também, Diogo.-ele revirou os olhos.

Coringa: Não fala assim, fica parecendo que não me ama.-dei um selinho nele.-Não me ama mais? Não gosta mais de mim? -tentei ficar séria mais acabei rindo fazendo ele fechar a cara.-Tá tirando com a minha cara? Abre o olho otária.-deu um tapinha na minha coxa.

Lua: Você é engraçado as vezes.-ele se afastou ainda com a cara fechada.-Você sabe que eu te amo.-ele olhou para a Mariana que mudou de posição.

Coringa: Hum, de boa.

Lua: Eu acho que a gente nunca vai morar junto.-neguei com a cabeça e ele olhou para mim.

Coringa: Não quero morar contigo.

Lua: Nem eu com você, só falei que a gente nunca vai morar junto.-dei de ombros me encostando no sofá.-Você é muito bipolar quando quer, e eu sou muito sem paciência. Por isso mesmo que a gente é muito diferente para dividir o mesmo lar.

Coringa: Mas tá ligada que quando meu pivete nascer não vai ter essa, né? Não vou sair da tua casa, do mermo jeito que não vou querer que tu saia daqui.

Lua: Você nem sabe se é menino.

Coringa: Eu sonhei.-revirei os olhos.-Tô te falando pô, já tô até com o nome na mente.

Lua: Qual? Cê tá apressadinho demais.

Coringa: Apressado nada, já já passa o tempo e tu tá com a cria aí no colo. Se for menino o nome vai ser Davi.

Lua: Falso, só pra combinar com o teu.-cruzei os braços.

Coringa: Esse papo aí mermo.-sorriu e eu revirei os olhos.

Lua: Eu nem imaginei ter um filho agora, muito menos com você.-encostei a cabeça no sofá.-Achei que você nunca ia ceder ter algo a mais comigo.

Coringa: Também não imaginei tu grávida de uma cria minha, mas se nós tava fazendo a parada sem o bagulho lá não tinha como esperar outra coisa.-eu ri.-Mas foi até bom, nem é que eu penso em largar do teu pé, mas é bom que se nós separar sempre vai rolar aquela racaidazinha quando eu for buscar minha cria na tua casa.

Lua: Hum, então quer dizer que já rolou isso com você e a Ingrid, né? -ele riu.-Seu filho da mãe, quero isso com você mais não.-fechei a cara.-Se a gente separar não vai rolar recaída quando você for buscar o nosso filho.

Coringa: Vai mermo não, nós não vai separar.-olhei para ele.-Nós dois vai ser pra sempre pô.-sorri.-Eu, você, nossa cria, Mariana e o Lucas.

Lua: Vocês é muito especial para mim, mesmo em pouco tempo é como se eu já conhecesse de anos.

Lucas: Gostei dessa.-apareceu na sala e eu olhei para ele.-Tava escutando não, só escutei essa parte aí e super gostei.-sorriu.-Cê também é especial pra mim e pá.

Lua: Obrigada, me sinto honrada em escutar isso do aluno que me odiava na sala de aula.-ele riu.

Coringa: Os opostos se atraem né.

Sabe aquela sensação boa de conhecer a pessoa em pouco tempo mas que parece que a sintonia é de antes? Não era assim só com o Coringa, era com o Lucas, a Mariana e todas as pessoas que eu conheci indo no morro.

Era pra eu ter ido só a trabalho, mas confesso que foi muito mais além, e foi uma coisa maravilhosa porque eu não imaginei que em pouco tempo a minha vida mudaria de uma forma que não estava nos meus planos. Acho que a vida sempre surpreende com pessoas novas, planos e várias outras coisas boa, e foi isso que aconteceu comigo.

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25/20

No MorroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora