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Coringa🎭

Papo reto, eu tava completamente bolado com o Lucas.

Criei desde pequeno como filho dando tudo de melhor, conselho e até mesmo levando ele pra longe daquilo que talvez fosse influência ruim.

Fiquei me perguntando aonde eu tinha errado na criação, em qual momento eu dei um vacilo pra simplesmente acontecer o que tinha acontecido.

Mas de qualquer forma aquilo ia acabar acontecendo, parecia que era de família.

E olha que eu tentei pra caralho fazer com que a parada parasse em mim, mas também não ia deixar ele entrar para o mundo no qual eu conhecia e sabia que não era fácil.

Tava mó de boa conferindo a contabilidade dos bagulho, os lucros, a cobrança de dívidas e os carregamentos que tinha pra chegar quando escutei um barulho alto do lado de fora e saí com a arma na mão olhando um grupinho de pessoas.

Quando perguntei qual era o motivo daquela bagunça toda na minha área, fui surpreendido com uma resposta de roubo na minha favela.

Já sabia que o bagulho seria dor de cabeça.

Mandei todo mundo calar a boca e só um deles falar e o dono do mercado começou falando o nome do otário que tinha ido roubar. Era morador da favela mesmo, maior cara de pau, roubar aonde não pode é foda!

Na mesma hora mandei um grupinho ir bater na casa dele e quando voltaram com o homem não teve nem papo. Nem quis escutar a justificativa dele, mandei se desculpar pro pessoal que ele tinha roubado e o resto foi resolvido na porrada.

Comigo não tem essa, vacilou pagou as consequências. Tava roubando sabendo que não pode, vai levar o castigo sem dó.

Quando terminei de resolver aquele problema e metade dos outros tava de boa, voltei para casa e encontrei o Lucas que tava sentado no sofá.

Nem esperou eu entrar direito e já foi pedindo desculpa, como um homem experiente naquele tipo de coisa eu desculpei numa boa porque sabia que não era fácil.

As vezes cê nem quer experimentar a parada, mas tem alguma coisa dentro de você gritando lá no fundo falando que é melhor pra relaxar e altos papos.

Só conversei falando que não era pra tratar mais a Lua com aquela falta de respeito, até porque o bagulho tava feio.

Também falei que não ia ficar passando a mão na cabeça, cobrindo o mesmo erro mais de uma vez.

Ele concordou falando que ia se desculpar e logo em seguida saiu falando que ia jogar bola, minutos depois a Lua chegou toda gostosinha do salão.

Coringa: Vai pra onde toda maravilhosa assim? -ela olhou para mim.-Tá gostosona, ainda bem que é minha.

Lua: Pra lugar nenhum, só amanhã pra praia.-deu de ombros indo colocar as coisas no outro sofá e se aproximou toda de sorrisinho.-Chega pra lá, quero sentar.

Coringa: Meu pau vai subir pra tu sentar, quer? -cheguei um pouco para o lado e ela sentou sem responder.

Lua: Não gostei da quantidade de dinheiro que você colocou na minha bolsa antes de eu sair.-dei de ombros.-Cheguei até a me assustar quando abri e olhei.

Coringa: Era pra cê pagar seus bagulhos sem precisar gastar o teu, tu tem moral comigo. É minha mulher e não precisa tirar dinheiro do bolso pra pagar.

Lua: Eu sei mas a questão é que você não avisou.

Coringa: Tá achando ruim é só devolver a parada.

Lua: Grosso.-fechou a cara.-E além do mais eu já gastei, usei o seu ao invés do meu.

Coringa: Seu? O nosso, tudo que é teu é meu agora. Esqueceu que nós casou? -ela riu.-E tudo que é meu é teu.

Lua: O meu é meu e o seu é nosso.-piscou e eu neguei.

Coringa: Cê é muito pilantra.

Lua: Aprendi com o chefe.-sorriu aproximando o rosto.-Eu comprei um brinquedinho.

Coringa: Vai aguentar?

Lua: É uma algema.-eu ri.

Coringa: Aí é foda, má recordações.

Lua: Cê já foi preso? -fiz cara de óbvio.-Ah não sei né, vai que não..

Coringa: Mas não quero falar sobre, melhor trocar o papo.-ela concordou.

Lua: O Lucas apareceu?

Coringa: Sim, pediu desculpa e depois quer falar contigo. Nem era pra eu ter deixado sair, tá muito rebelde e nem deu satisfação sobre ontem.

Lua: Complicado, mas uma hora ele aprende que certas atitudes são totalmentes erradas.-levantou.

Coringa: Deita aqui comigo.-ela olhou para mim.-Tava com saudade de você.

Lua: Só fiquei algumas horinhas fora, cê tem que desapegar de mim hein. Já já eu volto a trabalhar e não vou estar mais cem por cento disponível.-se ajeitou querendo sentar em cima.

Coringa: Por esse motivo aí mermo que eu tenho que aproveitar a minha mulher.

Ela sentou em cima de mim e eu suspendi a blusa da mesma que sorriu começando a falar sobre a ansiedade de ter o neném.

Também disse que tava com medo da dor porém acrescentou que se entrou ia ter de sair de um jeito ou de outro.

Lua: Seu celular tá me incomodando, tira do bolso.-eu ri.-Ai cara, não acredito que você tá de pau duro.

Coringa: Tô.

Ela sorriu abaixando a blusa e logo em seguida deu uma mexidinha me atiçando, quando fui segurar na cintura dela, ela levantou e eu fiquei ali tentando disfarçar o volume.

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No MorroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora