Confiança

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Malu narrando

Nós entramos em vários corredores e por fim descemos uma escada, no meio do caminho parei de tentar decorar os corredores e o caminho de volta para o quarto, sentia que essa casa era ainda maior do que o castelo.

Eu-Quem era aquele garotinho?

Arthur-Meu irmão mais novo.

Eu-Você parece não gostar dele, o tratou de uma forma grosseira, pensei até que ia bater nele.

Arthur-E ia mesmo.

Falou friamente, o que  aquele garotinho fez para deixar o irmão tão amargurado?    Deve ter sido algo grave.

Eu-Por que? Ele fez alguma coisa que te deixou com raiva?

Arthur-Não, apenas matou nossa mãe no parto.

Abri a boca pra falar, mas logo a fechei, era um assunto de família e eu não tinha que me meter até por que não iria ficar muito tempo por ali e não ia fingir que estou realmente interessada e preocupada com ele. Porém eu acho que o irmão dele não tem culpa, quando Arthur chegou no quarto pude ver pavor nos olhos do garoto, fiquei com medo que Arthur espacansse o menino na minha frente.

Minha mãe - A que eu achava que era minha mãe - Morreu no parto de Emma e eu não tinha nenhum rancor de Emma por isso, foi natural, uma hora a mente chega para todos, não quer dizer que não fiquei triste mais eu superei, acho que ele pode superar também.

Eu-Você deveria parar de ser tão amargurado, já pensou que seu irmão não tem culpa do que aconteceu?

Falei sem perceber, quando dei por mim o mesmo já me encarava com uma carranca, de qualquer jeito já tinha feito e não havia como voltar atrás, só falei a mais pura verdade.

Mas não acho que eu devia me meter em seus assuntos, não faço parte da família e mesmo ele querendo que eu fique com ele, nunca vou aceitá-lo por que... Eu sou companheira de Matthew e não dele.

Arthur-Chegamos.

Olhei para frente e vi que estávamos numa sala de jantar, os outros cômodos da casa - Tirando meu quarto - pareciam ser mal cuidados, estavam cheio de poeira e minha alergia logo atacaria, ainda mais aqui, a mesa estava toda cheia de poeira e as cadeiras também.

Eu-Não diria que um encontro romântico deveria ser em um lugar como esse.

Reclamei mais para mim do que para ele, ele podia ser atencioso e carinhoso, mas mesmo assim ainda preferia Matthew, sem falar que Matthew cuidava muito bem de todos os cômodos da casa e não os deixava... Mofar.

Arthur-Mais isso não é um encontro.

Ele colocou um prato com comida na minha frente, olhei por algum instantes para o prato, pra ver se não tinha nenhum tipo de veneno e para ver se o prato não estava empoeirado, mas pelo menos isso estava em perfeito estado.

Eu-Ainda bem né, por que sinceramente seu mal gosto me deixa aflita.

Ele se sentou ao meu lado e eu apenas olhei para a comida, com dificuldade peguei o talher e comecei a comer, quer dizer não sem antes examinar a colher, o garfo e a faca.

Arthur-Não é como se tivesse veneno na comida.

Falou e eu o olhei.

Eu-Também não é como se não pudesse ter.

Pisquei e o mesmo revirou os olhos, eu que deveria estar fazendo isso, estou sendo presa num lugar imundo e nem se quer sei onde estou, mas sabe? Tenho pena daquele garotinho vivendo esse inferno todos os dias, nem sei se ele come, certamente me preocupo muito com crianças.

Arthur-O que foi? Parece preocupada.

Eu-Nada.

Falei friamente, mal trisquei na comida, estava enjoada e de alguma forma morrendo de sono, mesmo tendo acabado de acordar, peguei o copo de água e o bebi, será que essa água era pelo menos filtrada? Ew.

Só sei que quero sair daqui o mais rápido possível, quanto antes melhor... Só preciso conseguir a confiança dele ou melhor... A confiança de seu irmão, ele parecia ser ingênuo como qualquer outra criança, poderia facilmente fazer ele dizer onde era a saída.

Sei que isso é jogo sujo, mas eu tenho que jogar com as cartas que tenho na manga. Não vou deixar ele no prejuízo, tentarei recompensá-lo, mas até lá só tenho que conseguir sua confiança.

A Companheira do rei dos vampirosWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu