A Companheira do rei dos vampiros

Eu preciso de respostas

Malu narrando

Já deve ser mais ou menos duas horas da madrugada, não consegui dormir desde que aquele garoto foi embora, o número 002 também não saia da minha cabeça. Estou confusa.

-Hey! Garota nova, você está acordada?

Ouvi uma voz falando, creio que seja eu... Sai da minha cama e fui até perto das grades, percebi que uma garota na cela da frente que tinha me chamado.

Eu-Quem é você?

-Me chamo Diane, apesar deles me chamarem de 021. Estou aqui a bastante tempo, nunca vi ninguém nessa cela, você deve ser especial.

Eu-Talvez... Bom, me chamo Maria Luíza. Desde quando você está aqui?

Diane-Acho que desde que eu tinha uns 8 anos, mas, então... Por que você está aqui?

Eu-Na verdade, nem eu sei.

Diane-Entendo, vai ser legal ter alguém para conversar, os outros não são de falar muito.

Nem tinha percebido que tinha outras pessoas nesse corredor, as luzes já tinham se apagado, um dos guardas comentou comigo que eles sempre desligam as luzes as 11:00. Mas mesmo quando eu cheguei e as luzes estavam ligadas, não pude ver ninguém... Talvez por que eu não prestei atenção...

Diane-Você deve estar se perguntando por que não viu ninguém, bom... Eles geralmente se escondem da luz, então ficam escondidos bem longe dela.

Eu-Entendi.

Diane-Eu vi uma movimentação estranha aqui, vi eles levando uma garota para outro lugar, tinham várias homens a escoltando... Por acaso, você a conhecia?

Eu-Sim, eu vim aqui para levá-la de volta, no final eles queriam a mim, então eu vim para cá e ela foi para casa.

Diane-Ela devia ser importante.

Eu-Era. O que eles fazem com vocês e aquelas crianças? Você parecem bem diferentes de seres sobrenaturais normais.

A garota que estava na minha frente não era mais uma criança, parecia ter uns 18 anos. Não dava para ver muita coisa já que estava bastante escuro, mas seus olhos eram... Bastante chamativos, eles eram cor violeta, poderia dizer que são bem bonitos... Mas estranhos.

Diane-E somos... Pelo menos é o que eles falaram para nós... Não lembro muito bem o que aconteceu quando eu cheguei aqui, mas... Quando dei por mim já tinha esses olhos de cores estranhas, estava mais forte, rápida e habilidosa. Eles nos treinam quase todos os dias, dizem que querem... Um Exército.

Eu-Um exército de sobrenaturais? Isso não deve ser um sinal bom... Se tivesse como eu avisar alguém... Com certeza eles vão querer que vocês lutem na grande Guerra que terá.

Diane-Grande guerra?

Eu-Sim, uma guerra terrível...

Diane-E como você sabe dessa guerra?

Eu-Eu tive uma visão.

Diane-Legal, você é vidente?

Eu-Algo do tipo... Mas pode acreditar esse exército que essas pessoas estão criando, não são coisa boa.

Diane-Disso que já sabia, nada de bom pode vir disso aqui. Todos éramos humanos antes de tudo, eles começaram a injetar coisas em nós e então... Viramos estas aberrações.

Eu-Humanos? O que exatamente eles injetam em vocês?

Diane-Não sei, só sei que eles tem laboratórios espalhados por todo esse lugar, fazem várias experiências esquisitas lá dentro.

-Não acha que está falando demais, Diane? Você sabe que pode ser castigada por isso.

Uma voz falou, vinha da cela ao lado da de Diane.

Diane-Eu sei, mas não ligo pra isso, um dia eu vou fugir daqui e eles nunca mais vão me ver.

-Vá sonhando.

A voz debochou.

Diane- Pra começo de conversa nem falamos com você, então cala a boca!

Eles continuaram discutindo e eu resolvi me deitar de novo, não devo e nem quero me meter no problema de desconhecidos, apesar de que Diane ajudou bastante dando informações, eles estão criando um Exército, uh?

Se eu pudesse comunicar alguém de lá... Eles tem que começar a se preparar para o que pode acontecer, não sei o que querem comigo, mas não creio que queiram me matar, tiveram várias chances de fazer isso. Eu tenho que achar um jeito de comunicar alguém do Castelo.

Antes que perguntem "Por que você não usa sua magia? ". Bem, eu já tentei, mas não funciona dentro dessa cela, talvez se eu saísse dela, mas... Sei lá, vai que eles me pegam e inventam de colocar uma coleira em mim que nem nos outros. Eu não! Não sou um cachorro ou algo do tipo.

002...002...002

Quantas pessoas devem ter aqui? Será que os números representam o número de chegada das pessoas nesse lugar? Ou melhor... Será que eu já estive nesse lugar antes?

Eu perdi parte das minhas memórias de infância então não posso ter certeza, mas... Aquele garoto falou algo como "Deve ser por isso te deixaram fugir" O que me deixou com mais dúvida ainda, o que ele quis dizer com isso?

Eu... Tenho que descobrir a verdade... Será que meus pais seriam capazes de esconder isso de mim?

Eu preciso de respostas.