CAPÍTULO SEIS

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Igão.

Depois de ficar no pé do morro, subi na moto e fui para a boca de novo. Tava tendo uns problemas com uns pivetes brigando por causa de droga.

Cheguei na frente da boca e estacionei a moto. Caminhei até os moleques que tava do lado do P. e dos outros vapores.

— Que porra é essa aqui? – perguntei caminhando até eles.

— Essa vagabunda que queria roubar meu pó. – falou um deles.

— Era meu! – respondeu o outro.

— Vem cá moleque. – chamei a atenção do primeiro. – Qual tua idade?

Ele abaixou a cabeça e coçou a mesma.

— 14, chefe. – respondeu.

— 14, fi? 14 anos e já tá nesse mundo? Cadê tua mãe, em?

— E-em casa.

— Ela sabe disso?

— Sabe não, tio.

Cocei a cabeça e olhei para os lados. Uma criança e já usando essas merdas.

— Chega aqui. – ele se aproximou de mim. – Tu estuda?

— Sai da escola.

— Vou te levar na tua casa e dá o papo pra tua coroa.

— Não, chefe. Faz isso não. Minha mãe vai pirar comigo, cê é louco?

Ignorei o que o menor falava. Fui pra perto do outro e perguntei:

— Qual tua idade, pivete?

— Tenho 26, chefe.

— Hm. E cadê a merda desse pô?

Pedro bateu no meu ombro e me entregou.

— Essa merda aqui vai ficar comigo. E a próxima vez que eu ver isso aqui, os dois vai ser apagado. Entendeu?

— Sim. – respondeu ambos.

— Mas chefe, vou ficar sem meu pó? – perguntou o de 26.

— Tu vai ficar é seu tua vida se tu perguntar de novo.

— Qual foi, chefe? Me dá aí, só um pouquinho. – disse ele tentando pegar da minha mão.

Puxei pra cima e o encarei.

— Qual foi? Tá brincado é? – falei rumando o saco com o pô pra Pedro e puxando minha arma apontando pra sua cabeça. – Tu não tem medo de perder a vida não, né?

— Desculpa, tio.  Me mata não. Eu só queria o meu pó.

— Já falei que o pó não é mais de vocês. – falei apertando a arma na sua testa. – Mete o pé fio.

— Por favor, chefe só um pouco.

Respirei fundo e o puxei pela gola da camisa.

— Vaza.

Ele me empurrou e saiu andando.

— Chefe de merda. – sussurrou enquanto saia.

Foi baixo, mas deu perfeitamente para mim ouvir.

Levantei a arma novamente e dei um tiro na sua perna, ele caiu no chão e gemeu de dor. Caminhei até ele e falei:

— Repete! – ordenei.

— E-eu, eu não disse nada, c-chefe...

— Gagueja não, filha da puta! – falei alto.

Dei outro tiro no seu braço e ele gritou.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Where stories live. Discover now