CAPÍTULO OITENTA E SEIS

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Luna.

Ver os olhos do Igor brilhar ao saber que é pai da Alice, me fez ficar mais feliz ainda. Fui pra cozinha esquentar o almoço e quando eu ia voltar, ouvir ele conversando com ela, sorrir a cada palavras, até as de ciúmes, voltei novamente para cozinha e fiquei mais um tempo. Estávamos sentados na sala, eu dando mama a Alice e ele começou a falar comigo.

— Beleza, eu descobrir que sou pai e fiquei longe dela por um tempão, tá ligada, né? – Igor falou.

— Tô ligada. – reviro os olhos falando. – E o que você quer falar com isso?

— Eu quero falar que não quero ficar mais longe, quero ver ela todo dia, pô, quero conhecer mais ela, saber mais coisa e até te ajudar nas coisas, mas tu sabe que não posso ficar longe do meu morro, então eu quero que tu se mude pra minha casa.

— O que? – me assusto com o que ele diz.

— É isso, pô, quero que tu vá pro morro, vai ficar aqui sozinha com ela?

— E-eu não vejo o problema de eu ficar aqui com ela.

— Eu vejo, não quero minhas mu... não quero minha filha sozinha aqui contigo, é perigoso tu ficar com ela aqui só você e ela.

— Não é perigoso. – levanto Alice e abaixo a blusa a ajeitando. – Estamos bem nessa casa e além do mais, você disse pra mim nunca mais pisar no seu morro.

— Passado. E eu ia falar contigo sobre isso também. – ele passa a mão no rosto como se estivesse pensando no que falar. – Foi mal por aquele dia, eu tava com raiva de tu, sério mermo. Foi mal por ter que tratado daquele jeito.

— Você me fez passar vergonha e além do mais, me ameaçou de morte.

— Foi mal, eu não gosto de te tratar dessa forma não, mas faço por raiva. Tu também tinha ido embora, cara, voltou e nem se quer falou comigo depois, não me procurou nem pra falar da Alice.

— Eu ia procurar, mas quando a gente se viu, não foi muito bem. – olho para ele. – Leon também lhe contou, aquele fofoqueiro.

— Fofoqueiro, mas me contou logo, não enrolou nem nada. E por isso mermo te quero perto.

— O que?

— Quer dizer, quero minha filha perto de mim, quero ficar com ela, vamo pro meu morro. Pra minha casa.

— Eu não posso fazer isso, Igor, por que eu iria morar com você? Não faz sentido isso e também o povo vai falar demais, não me sentiria bem fazendo isso.

— E desde quando tu se importa com o que falam? – ele pergunta e eu dou de ombros. – Então, eu quero que tu vá e tu vai, o quarto dela pode ser levado.

— Não sei não. Você não acha melhor eu levar ela as vezes para você a ver? Se você tiver de acordo para me entrar em seu morro é claro.

— Já pedi desculpas, Luna, tu pode ir lá. E eu quero que tu more lá, nada de levar ela as vezes.

— E isso vai durar quanto tempo?

— Não sei, até quando nós tiver afim.

— Eu preciso pensar, isso é um passo muito grande.

— Pensa então. Mas e aí, vamo agora no morro?

— Ir no morro agora?

— É, pô, vamo lá.

— Ah, tudo bem, mas preciso arrumar as coisas dela.

— Vamo que te ajudo. – ele pega Alice. – Vamo, Alice, vai conhecer aonde teu pai mora.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Where stories live. Discover now