CAPÍTULO CINQUENTA E CINCO

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Luna.

Eu estou me arrumando para o meu trabalho, eu sou uma pessoa tão em forma, mas tô tão cansada esses dias, em forma é meu sobrenome, bom, mais ou menos, eu penso em malhar, ás vezes.

Me vestir.

Fui na cozinha e peguei um cacho de uva, peguei minha bolsa e sair trancando a porta, desci no elevador, passei pela recepção falando com seu João e entrei no carro,  dei partida para o trabalho.

Tenho que focar mais em meu trabalho, é o que me sustenta e me dar comida, me dar dinheiro, se eu ser desleixada, não tenho mais nada. Meu celular está conectado ao som do carro, então começa a tocar. Carlos.

Atendo.

— Oi. – falei ainda olhando para a rua.

Olá, Serena. Sinto muito por esses dias, muito trabalho. – diz ele.

— Tudo bem, entendo. – suspirei. – Muito obrigada.

Obrigado por quê?

— Pelas fotos da minha mãe. – sorrir lembrando.

Não precisa agradecer, você sabe que eu fiz porquê seu aniversário está chegando e você merece ter algo de sua mãe para recordar.

— De qualquer forma, muito obrigada... pai.

Congelei um pouco por chamar ele de pai. Faz muito tempo que não chamo ele assim, parece que faz séculos.

Ouvi uma baixa risada do outro lado da linha.

De nada, minha filha, então, o que acha de passar uns dias aqui?

— Na Alemanha? – pergunto.

É claro, é aonde eu estou.

— Ah... eu não sei não.

Bom, quando souber, diga-me que irei enviar sua passagem, se quiser traga esse seu tal namoradinho.

Sentir um tom de deboche ou ciúmes na sua voz. Dei risada.

— Ah, claro, ele iria adorar.

Não, não ia, nem sair ele pode.

Preciso conhecer esse tal Igão. – Carlos falou firme.

— Quem sabe o senhor conheça um dia. – dei uma risada. – Novamente, obrigada, foi o melhor presente de todos, fiquei feliz com tudo, até a sua carta!

Quem fica feliz sou eu em ouvir isso, bom, tenho que ir, trabalhos e trabalhos.

— Claro, até mais, pai.

Até mais, filha.

Desliguei.

Depois de uns longos minutos, eu já estava no trabalho, troquei a minha blusa, prendi meu cabelo em um coque apertado e fui atender o pessoal.

Igão.

Tô no bar de seu Jorge, com, Pedro, Leon, Flavinho, Formiga e mais uns vapores, estávamos bebendo e batendo um papo legal, uns vapores está com umas putas, tudo gostosa, com uns cuzão da porra. Umas ficavam até me olhando, só que tô suave. Não quero nada com nenhuma, tô preso em apenas uma mina, não sei se é bom ou ruim, mas tô.

— Mas caraí, essa arma é fraca demais. – diz Flavinho.

— Tá com fogo, porra? Essa faz estrago. – diz Formiga dando um gole em sua cerveja.

Flavinho e Formiga tava discutindo sobre armas, Formiga dizendo que uma 38 faz um estrago e Flavinho falava que não prestava, que preferia os fuzis mesmo.

— Tu vai entrar em um lugar com o fuzil na mão? – perguntou Pedro.

— Entrar eu entro. – Flavinho falou. – Mato quem eu quiser e ainda saiu em câmera lenta.

Comecei a rir, esse cara é doido.

— Tá maluco? E se te pegarem? – Leon perguntou.

— Pega nada, sou mais rápido que vocês. – respondeu.

— Por isso as putas não te querem. – Pedro disse rindo.

Todos da mesa riram, até as vagabundas.

— Elas não querer? Eu que não como qualquer uma, não achei minha rola no lixo não. – respondeu bebendo em seguida.

— Se fodeu, Pedro. – falei dando dois tapas em seu ombro.

Pedro bufou e voltou a beber.

Chegou mais uma puta que foi logo se sentando no meu colo, passou os braços pelo meu pescoço e falou no meu ouvido:

— O chefinho quer se divertir?

Minha mão estava na lateral da minha perna, fui levantando a mão e passando pelo seu corpo, até chegar em seu cabelo, o segurei com força e puxei pra trás. Priscila.

— Se sai, Priscila. – sussurrei. – A próxima vez que tu chegar dessa forma, eu mato tu.

Ela se levantou rápido e falou:

— Meu nome é Luiza!

— Foda-se! – falei alto

Ela saiu andando e Flavinho falou:

— Aí, morena!

Ela se virou e ele continuou:

— Vem aqui. – ele me olhou. – Tá de boa?

— Faz o que quiser, é só mais uma puta. – respondi.

Ela se aproximou e Flavinho falou algo no ouvido dela. Se levantou e estavam quase saindo, então Pedro perguntou:

— Tu não falou que não achou teu pau no lixo?

— Sou homem, né. – disse ainda andando com ela.

Balancei a cabeça e rir.

Uma puta que estava com um vapor, estava me olhando e então deu um sorriso de lado. Branquinha, peitões, bunda grande da porra, um cabelo preto liso.

Caralho, essas tentações do cão.

Me levantei e falei:

— É melhor eu ir. – coloquei uma nota de cinquenta na mesa. – Não fica zoado aí e vai pra boca depois bêbado não. – falei apontando pra eles.

Sair do bar e montei na moto, tava já indo pra casa, até que o rádio toca. Peguei ele e falei:

— Qual foi?

Ai, chefe, tem um presentinho pra tu aqui no pé do morro.

Franzi as sobrancelhas e ouvir uma voz conhecida no outro lado do rádio.

Sou eu, Igão! Por favor, vem aqui!

CARALHO!

Guardei o rádio e acelerei até o pé do morro. 

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang