A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)

CAPÍTULO CINQUENTA E UM

Luna.

Abrir os olhos e bocejei me esticando na cama, olhei para o lado e Igão estava dormindo ainda como um bebezinho. Me levanto devagar e vou pegar meu celular no chão, tem duas mensagens de Nicole.

"Igão fez algo?" Nicki.

"Amiga, cola aqui em casa, por favor, preciso de tua ajuda." Nicki.

Respondo ela.

"Fez, transou gostoso comigo. Depois vou aí."

Vou até o banheiro e tomo um banho, vejo que Igão ainda dorme, ele não tem que ir para a boca? Já são 10h32 e ele ainda dormindo.

- Ei, já é quase onze horas, não vai para a boca? - falo no ouvido de Igão e alisando sua cabeça.

- V-vou dormir mais um pouco. - disse cobrindo a cabeça.

Dou um sorriso e saiu do quarto.

Fiquei muito, muito feliz com o álbum da minha mãe, emocionada é pouco para o que sentir, eu preciso agradecer ao Carlos por isso, talvez ele tenha lembrado também que meu aniversário está chegando, 20 anos, argh! Ficando mais velha, queria ter 10 anos novamente, ser criança é tão bom. Entro na cozinha e vou preparo um café, faço um suco e paro pensando, eu preciso comprar um pão pra comer, mas acho que devia era fazer algo para almoçar já que é quase 11h. Sinto o cheiro forte do perfume do Igão invadir minhas narinas e logo em seguida suas mãos geladas em minha cintura.

- Oi. - diz ele no meu ouvido e em seguida beija meu pescoço passando sua língua.

Dou um sorriso e digo:

- Oi. - aperto os lábios. - Desculpa pela noite, pelo choro e tudo mais. - revirei os olhos.

Estava muito envergonha por tudo, por ter chorado como criança, por contar histórias que para ele com certeza estava chata. Ter feito tudo aquilo me deixou muito mais triste. Não gosto de chorar na frente de ninguém, mas sempre acabo chorando e me sinto pior ainda. Af.

- Relaxa, eu te entendo. - diz pegando um copo e colocando suco.

Sentamos na mesa e ele continuou bebendo seu suco e comendo um biscoito recheado, fico observando seu semblante calmo nesta manhã, como ele acorda sempre assim? Tão calmo, bonito, fofo, mas sempre com essa cara de ogro.

- Sabe... - diz ele de boca cheia. - Perdi minha coroa também, eu tinha 16 anos.

- Sinto muito. - torço a boca.

Nunca tenho o que falar nesses momento, fico esperando sempre a pessoa contar as coisas e eu ouvir pra no final falar "complicado".

- Alice... o nome dela, era linda também, sinto uma falta da porra dela.- ele sorrir. - Tinha um cabelão loiro, minha mãe era gata pra porra, só que morreu em uma troca de tiro aqui no morro.

- Nossa, que horror. - abaixo os olhos.- Ela tinha um nome lindo.- sorriu fraco.

Lembro da noite, Igão me abraçando, lendo a carta para mim, me beijando e dizendo "vai ficar tudo bem". Ele foi uma pessoa maravilhosa comigo, fico feliz em saber que naquele momento, ele estava comigo mesmo eu sendo chata naquele momento nostálgico.

- É mermo, o nome da tua mãe também é bonito. - ele se levanta. - Tenho que escova os dentes pra ir na boca.

Balanço a cabeça e me levanto da mesa, vou até a pia e lavo os copos enquanto me lembro das músicas que minha mãe cantava para mim, subo as escadas e quando estou perto de entrar no quarto, ouso Igão no celular.