A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)

CAPÍTULO SESSENTA E TRÊS

Luna.

Se eu dizer que não sinto nada, eu estou mentindo. Eu sinto e muito. Eu estou triste, magoada, quebrada, derrotada, fraca, cansada...

Estou no trabalho, soube que Nicole não pode vim por que estava na casa do Igor, nem sei o que pensar sobre isso. Já está na hora de sair, mas antes preciso passar no mercado pra comprar umas coisas, minha casa o que falta é comida, porque eu como tudo.

Entro em meu carro e começo a dirigir, hoje tá um dia muito nublado.

— Uma chuva seria uma boa. – digo para mim mesma.

Depois de uns minutos eu paro em frente ao mercado, desço do carro e entro. Pego uma cestinha e vou andando pelos corredores.

Talvez eu compre uns biscoitos e frutas. Esses dias eu tô comendo muita besteira, preciso parar porque tô começando a engordar. Tá, não vou comprar biscoito nenhum. Vou pra a parte onde tem frutas, legumes e pego algumas, talvez um biscoitinho também. Tô com tanta vontade de comer uns cookies.

Pego dois pacotes de cookies e vou para o corredor de produtos de limpeza pegar algumas coisas.

Meu celular começa a tocar, o pego e vejo que é meu pai, tomara que seja boas noticias.

— Oi. – falo ainda olhando para as prateleiras.

— Boa noite, filha, sua passagem já foi reservada.

— Que ótimo, para que dia?

— Amanhã, as 21h.

— Isso é muito bom, obrigada.

— De nada, logo quando você chegar, me diga pois irei lhe buscar.

— Sério? Você vai sair da Alemanha pra ir a Manhattan me ver? – perguntei pegando uns feijões.

— É claro, além do mais, estou com saudades da casa e de você.

— Estou com saudades também, pode pá.

— "Pode pá"? Que gírias é essa?

— Nada, desculpa.

Lembrei do Igor, tanta coisa que aprendi com esse cretino, argh!

— Então, depositei o dinheiro para sua passagem, você saca o dinheiro e paga lá.

— Vou sacar logo, já estou no mercado e tem um local aqui perto pra sacar.

— Cuidado, Serena, você sabe que tanto dinheiro chama ladrão.

— Eu sei, eu sei. – bufo. – Tenho que desligar, vou pagar as coisas e sacar o dinheiro.

— Cuidado, até mais.

— Até mais, pai. – desliguei em seguida.

Passei as coisas no caixa e paguei, sair do mercado e coloquei as coisas no carro e o tranquei de novo, no lado do mercado tinha um caixa eletrônico, abrir a portinha do local e inserir o cartão, digitei a senha e fiz todo o processo, retirei o dinheiro preciso e sair do lugar quase correndo, entrei no carro e tranquei de novo, liguei e comecei a dirigir até em casa, fiquei cantarolando umas músicas e todas elas me lembram o Igão, essa miséria não sai da minha cabeça, eu não entendo.

Eu o amo tanto, tanto.

Mas é melhor assim, que tipo de vida eu iria ter sendo namorada de traficante? Eu poderia morrer a qualquer momento, eu poderia ser até presa. Imagina eu em casa e recebo uma mensagem dizendo que ele morreu? Eu não ia ter chão, não ia ter mais nada. Ele vive em um lugar que eu não me encaixaria, claro que eu ficava lá porquê gosto da Nicole, do Leon, Pedro, Vitoria, Flavinho, bom e dele.