CAPÍTULO NOVENTA E CINCO

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Igão.

Mó pegação frenética com a Luna, cê louco, cara. A mina disse que queria bater um lero, me chamou pro meu quarto, sentou no meu colo e falou que queria me beijar. Paralisei. Nem sabia o que fazer no momento, porra, tô desde o dia que ela chegou babando por esse corpo, por aquela boca, por tudo nela. Daí ela chega e diz que quer me beijar? Cêee loouco. Coração parou, fiquei gelado, fio. Mas logo vi que era verdade nela, se pegamos gostoso, mano, papo reto. Saudades do corpo dessa mulher, saudades do efeito que ela tem sobre mim, pior que cocaína, pior que heroína, pior que qualquer droga, essa mina me vicia.

Flavinho logo veio me interrompendo cara, disse que a porra da Luiza tava gritando no galpão, pedindo pra soltarem ela, que tava com frio, que queria comer. Ver se pode? Eu não tenho pena não, tô ligado na dela. Ali é bandida, pô, diz que não vai fazer nada, que vai deixar a pessoa em paz... quando tu menos espera, tá lá ela metendo o terror. Tô livrando ela do b.o e tô me livrando dela e das nóias que ela tem.

— Pegou então? – Flavinho perguntou.

— Pegou o que ? – perguntei sem entender enquanto andava até o galpão.

— Luna, né. – Pedro fala. – Mó lerdão, pô.

— Me respeita, viado.

— Foi mal, brô, mas tu pegou ou não?

— Rolou um beijo, pô, só isso.

— Iiih... – os três falam se jogando pra cima de mim.

— Qual foi, para de viadagem vocês. – empurrei todo os três.

— Todo mundo já sabia que ele queria era a Luna pertinho, né safado? – Flavinho diz rindo.

— Tá se entregando de novo, cachorrão. – diz Leon. – Eu sabia, isso de morar junto não era só por causa da pequena não.

— Nunca falei que era só por causa de Alice. – falei.

— Iiih! – os três de novo vem pra cima de mim.

— Porra, sai vocês. – rir. – Aí, fica aqui na porta os três, vou na salinha falar com a mina e volto.

— Aí, lembra da Luna antes de fazer qualquer besteirinha, hein... – Pedro brincou.

— Pode parar viu. – apontei pra ele.

Fui andando até a salinha e abrir, só eu tenho a chave desse lugar, por isso ninguém veio calar ela. Até porque eu não iria deixar, eu que preciso vim, eu que tenho que calar. Abrir a porta e ela tava deitada no canto, roupa suja por causa da terra no chão, careca, maquiagem toda borrada, nem existia mais nada na cara dela, só as manchas, cara toda machucado, corpo todo roxo.

Fechei a porta e me encostei nela.

— E aí, tá sendo bem tratada? – perguntei.

— V-você n-não devia... me tratar assim. – diz ela fraca.

— E por que não?

— E-eu fiz m-muita coisa por você.

— Boquete e dar o cú não é muita coisa.

— Você gozava e não reclamava.

— Gozar, todo homem goza. – me sentei no chão. – Me diz aí agora, tava com gritaria aqui por quê? Tá com saudade das surras? – olhei no relógio. – Faz nem um dia direito a tua última surra.

— E-eu quero comer, tô com sede, tô com frio. Eu quero ir pra casa, Igão, por favor. – diz chorando.

— Tu não vai pra casa, tu vai ficar aqui dentro até quando eu quiser. – me levantei. – Se eu quiser tu fica aqui até morrer. Se eu não te matar antes.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant