CAPÍTULO CENTO E DOIS

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Igão.  

Depois que conversei com a Luna, desci a escada e me sentei no sofá fumando. O baile já tava acontecendo e eu não fui porque precisava conversar com a Luna, mas acho melhor eu dar uma olhada e depois volto. Me levantei do sofá e fui na cozinha beber água, sair de casa na moto e subi indo para a quadra. Parei na porta e passei o olho rápido na rapaziada. Cheio de mulher dançando e bebendo, uns caras juntos e meus vapores observando tudo.

Desci da moto e entrei olhando tudo, algumas pessoas veio falar comigo e eu me encostei do bar indo bebendo um pouco, nem exagerei por causa da última vez. Quero relaxar um pouco, discute com a Luna me deixa pra baixo. É engraçado, qualquer outra pessoa que quiser se sair por cima de mim, eu corto logo e coloco pra baixo, mas a Luna eu tento ser o calmo, deixo ela falar, mermo que eu fique com raiva de tudo.

Uma mina se aproxima do meu lado e pede uma bebida, dou uma olhada rápido e viro meu rosto pegando a garrafa de whisky que eu estava tomando.

— Oi.

Olhei para o lado e a mina sorria.

— E aí. – falei bebendo meu whisky em seguida.

— Tá sozinho aqui? – ela se aproxima.

— É o que parece, né.

— Ah, é que você sempre está com uma garota diferente.

— Tô sozinho. – olhei pra ela. – Eu nunca vi tu por aqui.

— Vim com uma amiga, mas ela sumiu e estou sozinha.

— Tu é de onde?

— Do asfalto, moro quase próximo ao morro e é a terceira vez que vim ao baile.

— Hm, só não apronta porque tô de olho em tudo aqui. – me viro para sair.

A mina segura o meu braço e pergunta:

— Não quer se envolver comigo hoje?

— Foi mal, novinha. – puxei meu braço na boa. – Tenho mulher, pô.

— Pensei que tu era solto, foi mal.

— Eu era, tenho mulher e filha agora.

— Ah, foi mal. – ela vira e sai.

Reviro os olhos e subo a área me sentando lá, me surpreendi já que Julia tava aqui com Flavinho.

— E aí, Traficante. – ela faz toque comigo.

— Fala, Julia. – me sentei.

— Cadê a Lua?

— Tá dormindo.

— Estranho, pensei que ela viria hoje também. – Flavinho diz.

— Ela foi dormir, ficou a tarde toda hora de casa e chegou faz um tempo.

— Ah, entendi.

Ficamos de papo nos três e até bebi um pouco mais, mas logo parei. Flavinho e Julia ficaram se pegando e eu quis ir embora logo. Mandei Flavinho ficar de olho em tudo e desci indo pra boca, subi pra laje e fiquei lá olhando tudo.

Já era quase 04h da manhã e eu tava lá, acordado olhando o céu e pro morro. Não entendo o porquê de eu tá aqui a esse horário, talvez seja porque quero pensar sobre o que quero pra mim. Se eu realmente quiser ficar com a Luna de verdade, tenho que resistir a todas tentações, isso eu tô fazendo. Tenho que respeitar ela e não machucar mais, ela é uma mina que precisa de tudo de bom, é responsa demais.

Me levanto da cadeira, apago meu cigarro e saiu da boca, vou pra casa e quando entro na garagem o carro da Luna não está. Já fico nervoso. Ela foi embora e não me disse nada? Fecho o portão rápido e entrei em casa subindo para o seu quarto, o abrir e tava vazio.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Where stories live. Discover now