CAPÍTULO CENTO E UM

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Luna. 

Subo a escada e entro no quarto trancando a porta, me encosto nela e controlo o meu choro. Eu não posso ficar chorando o tempo todo, preciso me recompor e ser forte. Eu que estou tomando essa decisão, mesmo que eu não queira isso.

Vou para o banheiro e tomo um banho, visto uma roupa para dormir e me sento na cama pensando em tudo o que já vivi com o Igor, pode até ser nada pra ele, mas pra mim é muita coisa. Eu gosto dele de verdade, eu gosto realmente de tudo que ele é, até o lado mal dele me encanta. Mas o violento eu não gosto nem um pingo, não me deixa feliz em um pouco.

Ouço batidas na porta do quarto e meu coração dispara descontroladamente. Me levanto e respiro fundo abrindo a porta. Igor me olhou de cima a baixo e eu fiquei olhando para o seu rosto.

— O que foi? – perguntei.

— Eu só... só queria te dizer que eu mudei muito por causa de tu, eu não sou a merma pessoa que antes. Quando tu foi embora eu realmente me senti pior, não conseguia me controlar e era fraco psicologicamente. Mas contigo eu me sinto bem, sou forte de todas as formas e me sinto... completo. Eu só quero que tu fique e me der mais uma chance pra eu te mostrar que sou bom, que sou outro homem.

— Eu já te dei chances antes. – falei.

— Eu só preciso de mais uma, se não der certo pra tu, eu te deixo ir embora. Eu não vou te tocar pra machucar, eu não vou ser violento com tu, eu só preciso de mais uma chance pra mostrar que mudei mermo.

— Eu não sei, eu tenho medo de bater novamente em mim e ser pior da próxima vez. A primeira vez foi só um tapa, a segunda você me empurrou e me machuquei, ainda recebi tapas... a terceira vez vai ser o que? – o encarei. – Murros, chutes, a minha morte?

— Tá louca, pô? Eu não vou fazer isso, tá de nóia? Eu sei que te bati, mas eu nunca vou fazer isso o que tu falou. Eu quero uma chance, apenas isso, Lua.

— Amanhã a gente conversa, tudo bem? Eu preciso pensar muito, eu não quero viver na mesma casa que uma pessoa que faz esse tipo de coisa comigo, além do mais, a gente nem tem um relacionamento e eu vivo na sua casa.

— E tem o que isso?

— E tem o que? – rir fraca. – A gente nem namora, a gente nem é casado, a gente não tem nada. Eu nem sei se você realmente gosta de mim, as vezes é bom demonstrar que gostamos da outra pessoa. Carinho as vezes cai bem, sabia? – respiro fundo. – Por que você não se toca, Igor? Se toca, cara, tenta entender o que eu quero pelo menos uma vez, poxa. – eu olho nos seus olhos. – E se chegar um momento em que eu me interesse por outra pessoa? E se essa pessoa me amar também, se essa pessoa me ganhar?

— Eu tô ligado que nós não tem nada, mas a gente pode ter. – diz sério. – Eu gosto de tu, gosto muito e não vou deixar ninguém se aproximar de tu, tu não vai gostar de mais ninguém além de eu aqui. – ele bate nos peitos.

— Bom, não é você que escolhe isso, são meus sentimentos.

— Tô ligado, mas eu gosto de tu de verdade.

— Eu também gosto de você, só que parece que não vai dar certo dessa forma. – Igor fica calado e eu continua. – Amanhã a gente termina essa conversa, preciso descansar.

Ele assente e sai indo para o lado da escada, provavelmente vai ficar na sala como sempre fica até tarde. Entrei no quarto e fui até o berço da Alice, ela estava meio quente desde de tarde e ainda continua assim. Dei o remédio que o médico tinha passado, retirei até o excesso de roupa, dei um banho e um pouco de água, mas nada resolveu. Ela dormiu e ainda está assim. Dei um beijo no seu rosto e me deitei na cama.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora