CAPÍTULO SETE

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Luna.

Reparei quando o Igão e Leon chegou, apenas fingir que não. Não queria olhar na cara do Igão depois do que teve. Cantei minha parte na música e fiquei fumando e ouvindo o Lucas cantar. Sua voz é linda, canta super bem. Às vezes eu dava umas olhadas no Igão, claro que quando ele estava distraído.

— Tu tem uma voz linda.

Olhei para o lado e um carinha estava sorrindo para mim.

— Ah, obrigada. – sorrir de volta e traguei o cigarro.

— Tu é a Luna, né?

— Sim, e teu nome? – soltei a fumaça.

— Sou o Arthur, prazer. – ele estendeu a mão e eu apertei.

Arthur tem um cabelo grande, talvez vai até a metade das costas, barba e cabelo loiro, olhos verdes e um sorriso maravilhoso.

— O prazer é meu. – falei. – Vai cantar não?

— Tenho esse dom não.

Sorrir.

— Alguém quer cantar? – perguntou Lucas.

— Eu!

Ouvi a voz do Igão.

Sério que ele canta? Quero só ver. O encarei séria, seus olhos estavam sobre mim e correu um arrepio no meu corpo. Lucas entregou o violão pra ele e todos ficaram em silêncio.

Ele parou, respirou e fechou os olhos.
Talvez seja nervoso.

Igão começou a dedilhar o violão e permaneceu de olhos fechados, olhei ao redor e todos estavam olhando para ele, olhei pra Nicki e ela sussurrou quase não saindo som:

Ele canta bem...

Então, ele começou a cantar.

“Amor, quando o nosso vinho amargar ou perder o sabor
Quando a maquiagem borrar e as fotos perderem a cor
Tu ainda vai querer me aquecer quando não me restar nem calor?
E, quando o cigarro apagar, vai ter valido a pena as cinzas e o frescor?”

Sua voz cantando é tão diferente quando ele fala, sua voz de arrogante, mandão, de sério, frio, mudou totalmente quando ele cantou.

Ele abriu os olhos e olhou para a fogueira.

“Ainda vai querer acordar com meu toque e minha voz no ouvido?
Tua vida ainda vai ter sentido se a nossa for tudo o que te sobrou?
Quando chegar o cansaço, meu abraço ainda vai ser teu abrigo
Mas, quando a vida acabar, ainda vai querer ir pro mesmo lugar onde eu vou?”

Seus olhos percorreu pelo os meus e continuou a cantar:

“Ainda vai sorrir quando eu for teu único motivo?
Ainda vai ouvir o que eu digo, mesmo quando eu só quiser falar de amor?
Ainda vai tentar me entender quando eu não fizer mais sentido?
E ficar comigo quando tiver visto o pior lado de quem eu sou?”

Ele continuou a dedilhar o violão e fechou os olhos. Então ele parou de tocar e todos bateram palmas, assobiaram e até ouvir uns “uhu”. Bati palmas e olhei para ele sorrindo. Ele sorriu para mim e piscou. Devolveu o violão para Lucas e ficou conversando com Nicki. Eu queria falar com ele! Queria arranjar uma desculpa pra falar.

Joguei o cigarro na fogueira, me levantei pra ir falar com ele, talvez um "oi" e depois sair correndo. Quando me levantei e estava perto, a morena de mais cedo o agarrou e sentou no seu colo. Carol, eu acho.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Where stories live. Discover now