CAPÍTULO NOVENTA E SETE

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Igão.  

Fui descendo atrás do filha da puta e até procurei minha arma na cintura, mas deixei em casa, porra! Como é que o viado vem pra a porra do meu morro e ainda vem com cara de pau pra beijar a Luna? Filha da puta, rapaz.

— Não precisa me seguir, eu sei o caminho. – diz ele andando.

— Tô aqui pra constar que tu foi embora, quero tu dentro do meu morro mais não.

— Engraçado isso de dono do morro, desde quando isso existe?

— Desde o dia que comecei a comandar aqui dentro. – empurro ele. – Adianta a porra dos passos que tenho que ir pra minha casa.

— Aí, não encosta em mim. – ele para e se vira me olhando.

— Qual foi, vai fazer o que? – me aproximo dele.

O cara é uns 3 cm mais alto que eu, mas boto no chão rapidinho, tenho medo de homem nenhum, só do meu Deus mermo.

— Eu não vim pra confusão, mas se você quiser eu tô pra isso aqui.

— Vamo ter um papo então. – falei. – Por que tu beijou a Luna?

— Porque eu quis, ela não é nada sua não, vocês não namoram nem nada. Ela é solteira!

— É o que tu pensa. Ela é minha, tá ligado? A gente tem uma filha junto, então para de querer tomar ela pra tu porque ali não é pra tu não.

— Você não merece a filha que tem e nem a mulher que tá na tua casa, você é um vacilão pelo o que Luna falou comigo! Mas ela vai acordar, vai ver que contigo não tem futuro e vai escolher o certo. – ele me empurra.

— Filha da puta! – vou pra cima dele.

Vou pra cima dele e começo a meter porra na cara desse viado. Luna chega e consegue separar, essa mina tá louca pra arranjar uma briga comigo, só pode. Foi certo, chegar em casa nós discutiu, mas logo paramos, ela veio me beijar e fodeu minha cabeça inteira, mano. Ela desceu agora pra ficar com nossa filha e eu fiquei no banheiro batendo uma, sério mermo, não me controlo não. Tirei a roupa e bati uma gozando rapidinho.

Tomei um banho vestir uma bermuda e desci a escada, Luna estava deitada e Alice estava sobre ela dormindo.

— Coloca ela no berço? – pediu ela.

— Por que eu?

— Porque eu tô pedindo.

Revirei os olhos e peguei minha cria no colo, subi a escada devagar e entrei no quarto a colocando no berço e ligando o ventilador no mínimo. Peguei aquela parada eletrônica e encostei um pouco a porta do quarto, desci a escada e Luna não tava no sofá mais, coloquei a parada na estante e deitei no sofá aonde ela estava. Tava passando um filme infantil e fiquei assistindo, Luna logo volta da cozinha e fala andando devagar:

— Eu tô muito cansada.

— Cansada de quê? Tu nem faz nada, vai lavar uns pratos.

— Quer lavar no meu lugar?

— Eu mermo não, isso é trabalho de mulher.

— Por que de mulher?

— Porque é, mulher que tem que fazer essas paradas.

— Nossa que machismo. – ela se senta na ponta do sofá que estou. – Tudo é "lugar de mulher é na cozinha". Mas vocês esquecem que quem coloca vocês no mundo somos nós, quem cria vocês somos nós, quem alimenta, quem educa, quem faz crescer e se torna alguém muito educado e gentil ou alguém machista babaca. – ela me olha. – Sentiu a indireta?

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Where stories live. Discover now