CAPÍTULO OITENTA

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Igão.

O tempo passa e nóis muda. A parada é que tudo ficou diferente em mim, meus pensamentos, meu jeito, meu olhar, tudo. Tudo mudou, menos meu gostar por uma mulher. Pode ter certeza que todo esse tempo eu tentei tirar essa mina da minha cabeça, mas não dar certo não.

Tô sentado em uma cadeira em frente à minha sala, Pedro tá com uma máquina de cortar e tá fazendo um favor pra mim.

— Corta direito aí, quero deixar só em cima. – falei.

— Pô, sei fazer isso não, por que não chamou o viado do Flavinho? – Pedro pergunta olhando pra máquina.

— Corta logo.

Deixei o cabelo ir crescendo e fui cortando as laterais e deixando em cima, já hoje o cabelo dá pra prender, Pedro enrola demais, mano, parece que tem medo de corta a porra do cabelo.

Meu rádio toca.

— Qual foi?

Aí, patrão, subiu um carro agora. – diz o vapor que tava no pé do morro.

— E quem era?

Uma mina aí. – diz ele. – Tem cara de perigo não.

— Fica de olho nessa parada.

De boa, chefe. – diz ele. – Aí, era gostosa demais, cabelo loirinho, branquinha, e tinha uma boca tão rosinha, se tu ver.

Parece que descreveu uma mina que conheço bem. Mas não é ela.

— E tu reparou isso tudo como se ela tava de carro? – perguntei enquanto Pedro cortava os lados do meu cabelo.

Ela parou aqui no pé, parecia que já entendia como é o processo aqui.

— Beleza, beleza, para de ficar olhando as minas e vai trabalhar.

Certo patrão, certo.

Coloco rádio no colo e fico sentado enquanto Pedro corta, fica nisso por quase 20 minutos, o cara tem um medo da porra, só pode. Depois que ele cortou, peguei a máquina e ajeitei minha barba no espelho. Pronto, tô novinho de novo. Entreguei a máquina do Pedro e montei na moto indo pra casa tomar um banho pra tirar esses cabelos cortados do corpo.

Entro em casa e vou pro quarto, entrei no banheiro e tirei a roupa, tomo um banho e lavo o cabelo, visto uma camiseta azul e branca e uma bermuda clara, prendo o cabelo e passo um perfume. Pego minha arma e coloco na cintura, saiu de casa e monto na moto indo pra casa da Luiza, tô achando que essa mina vai ser a minha Carol dois, uma putinha pra foder quando eu quero é até legal.

— Aí, Luiza. – bato na porta.

— Luiza não está.

Olho para o lado e vejo Carol parada encostada em um muro.

— E tu tá fazendo o que aí? – pergunto me aproximando e cruzando os braços.

— Tô esperando, Nani.

— E cadê a Luiza?

— No trabalho é claro, ela não vai estar sempre de pernas aberta para você, precisa trabalhar para ter o dela.

— É, como você ficava pra mim antes.

— Sim, mas hoje não sou mais sua puta.

— Não é, mas me deve respeito. – fico frente a frente com ela.

Carol se encosta mais na parede e me olha, fico próximo ao seu rosto e ouço ela perguntar:

— E por que eu devo respeitar você?

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Where stories live. Discover now