CAPÍTULO SESSENTA E OITO

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Luna.

Abro os olhos devagar e tento ver o que está ao meu redor, minha cabeça começa a doer e eu fico sem entender aonde estou, vejo que está tudo branco. Pisco varias vezes tentando me acostumar com a luz, olho para o lado e vejo Julia dormindo em uma poltrona.

— J-julia. – a chamo. – Julia.

Ela abre os olhos coçando e me encara, se levanta rápido e vem em minha direção me abraçando.

— Mulher, tu apagou legal, já são onze da noite.

— O que aconteceu? – pergunto perdida.

— Aconteceu que tu apagou, teu pai te pegou no colo e a gente veio para o hospital no carro dele.

— E você ainda está aqui?

— Claro, não ia te deixar sozinha, até porque, teu pai é muito lindo, não vou deixar esse homem sozinho por aí.

— Você é muito louca. – tentei rir. – A-aonde está meu pai?

— Faz uns minutos que ele saiu, disse que precisava fazer alguma coisa e depois já vinha te ver. Eu preciso chamar o doutor para ver você.

Assentir e ela saiu, depois e uns minutos ela entra com o doutor, parecia ter mais ou menos 40 ano.

— Boa noite, como está se sentindo? – perguntou.

— B-bem, eu acho.

— Bem é bom, pelo o que eu ouvir, você estava em um momento estressante e isso não faz bem para você já que está grávida. Isso o que aconteceu foi uma queda de pressão, tente se acalmar mais e se alimente melhor.

— Claro, claro. O senhor pode me dizer se o meu bebê está bem?

— Está tudo bem sim, mas como eu falei, alimente-se melhor e beba muita água, você vai ser liberada pela manhã. – ele se vira para sair, mas me olha novamente. – Você está com um mês e meio de gravidez, parabéns.

— Obrigada.

Abaixo minha cabeça e respiro fundo. Agora eu preciso pensar em mim e nesse bebê que está por vim, vou ter um bebê longe do pai. O pai que não queria um bebê, o pai que traiu a mãe, o pai que não se importou com o meu amor.

— Tu precisa descansar. – Julia falou.

— Eu dormir por quase quatro horas, você acha que preciso descansar mais?

— Sim, para de ser teimosa. – cruzou os braços. – Bem que teu pai falou, você é muito teimosa.

— Eu não sou não, só não quero descansar.

— Fica acordada então, eu vou descansar. – ela se senta novamente na poltrona. – Preciso mandar mensagem para Rafael antes.

Julia começa a digitar no celular e depois me fala:

— Ele mandou um beijo para você e disse que vai te visitar quando chegar em casa. – deu um sorriso.

— Eu e seu irmão não vamos ter nada, Julia, mas agradeço.

Continuamos a conversar e eu apenas ficava pensando em como seria a minha vida daqui pra frente. Por mais que pareça que eu esteja levando tudo isso numa boa, não estou, eu estou destruída por dentro. Eu não pensava em ser mãe tão cedo, o que eu queria era apenas curte minha vida e não me importar com filhos ou algo do tipo.

Observo o meu braço e tem uma agulha na minha veia fazendo o soro entrar, aí que agonia isso me dar. Tenho uma vontade de puxar isso.

Na minha cabeça se passa milhões de coisas e perguntas. Eu só não quero sofrer novamente, eu só quero ficar bem, e como agora tem um ser dentro de mim, quero ser feliz com ele ou ela. Passo a mão na minha barriga e deito na maca. Julia já estava cochilando na poltrona e eu estava acordada olhando para o teto escuro. Chorar no escuro é melhor que no claro.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang