CAPÍTULO VINTE E TRÊS

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Igão.

— Oi, meu amor. Voltei para você!

Dei risada e passei a mão no rosto.

— Tu voltou pra mim?

— Claro que sim. – ela se aproximou e passou as mãos em meus braços. – Você continua lindo, seu corpo tá muito melhor que antes, você tá mais forte, com mais tatuagens e nossa... olha esse tanquinho... – disse passando a mão no meu abdômen. – ... você continua tão meu.

Tirei suas mãos de mim e falei:

— Eu cresci, fia. O tempo me fez mais homem.

— Cresceu? E aqui... – pegou no meu pau com força. – ...aqui cresceu mais?

Tirei sua mão e a empurrei.

— O que é que tu quer mesmo?

— Já falei, Netinho... voltei pra ser tua mulher novamente.

— Minha mulher? – rir. – Não.

— Sim. – ela sorriu.

Eu amava esse sorriso, amava acordar com ela sorrindo e dizendo bom dia. Hoje eu quero ela longe de mim, o mais longe possível.

— Vai embora daqui e não aparece mais, já é?

— Não tenho para onde ir, voltei hoje de viagem e preciso de um lugar. Teu morro tem lugar pra mim?

— Conversa com o Touro, talvez lá tenha. – dei as costas para ela.

— Eu não amo o Touro, eu amo você.

Continuei andando, montei na moto e a liguei.

— Foda-se, tu mente demais, mina. Não quero me bater contigo de novo ou tu vai sofrer com as consequências. Tô sendo muito bonzinho contigo, não abusa não.

Ela vem andando até mim e para do meu lado com os braços cruzados.

— Tem algum barraco pra mim morar aqui? Por favor, eu preciso.

— Não tem nada aqui pra você, vai embora!

— Tem tua casa, tô com saudades da nossa cama.

— Na minha casa tu não entra mais e se tu tá com tantas saudades da nossa cama, procura pelo lixão, deve tá por lá.

— Jogou nossa cama fora?

— Joguei. E também tô com vontade de te jogar no lixão, só que morta.

— Você não faria isso, você me ama.

— Que nada, isso foi uma fase. Tô em outra, fia.

— Tá em outra? Quem é a vagabunda? É a Carol? Aquela ali sempre quis o que é meu.

— Eu já fui teu. Mas a muito tempo atrás. E sobre a Carol, já fodi muito ela, só que hoje eu sou de outra.

— Quem é ela?

Rir. Dei a volta com a moto e falei:

— Aqui tu não fica, vaza!

— Você é meu, Igor Dantas!

— Vai atrás de outro, Gabriela!

Arrastei a moto e fui direto pra casa, entrei já jogando as armas no sofá e fui para a cozinha, peguei uma garrafa de água na geladeira e bebi. Apertei os olhos e rumei a garrafa no chão fazendo ela quebrar.

Porque essa desgraça foi voltar? Logo agora?

Coloquei as mãos sobre a mesa respirando rápido. Peguei uma cadeira e a bati na mesa com força fazendo ela se quebrar, sair da cozinha e subi para o quarto. Sentei na cama e fiquei pensando.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora